Os cenários 2021 tem como personagem principal Jair Bolsonaro pela sua condição de Presidente da República, reforçada pela sua natureza pessoal e promessas de mudar o Brasil.
O que é para o povo brasileiro mudar o Brasil? Na economia, na política, nos costumes, na vida pessoal, na vida comunitária?
A sua esperança de mudança é função da sua visão de mundo: do Brasil que ele vê, segundo a sua perspectivas pessoais. Essas, por sua vez, partem do ambiente e circunstâncias em que vive, o que limita a sua visão: só até onde a vista alcança.
O Brasil, como um todo, isto é, pela sua população total não tem unanimidade, sendo formado por diversos segmentos que vão muito além da divisão simplista e tradicional de esquerda e direita.
Ao longo dos anos dos governos petistas, promovendo mudanças na economia, nas ações sociais, nos costumes, um segmento da população, que se autodenomina progressista, defendendo as posições "politicamente corretas" se tornou hegemônico, com ações de patrulhamento para submeter os demais ao silêncio.
Alguns grupos dos demais segmentos passaram a se valer das redes sociais para as suas manifestações, fugindo às imposições e restrições dos meios tradicionais de comunicação.
Uma condição fundamental criada pelos novos instrumentos (facebook, whatsapp, twitter, instagram e outros) facilitou a comunicação de um público pouco intelectualizado, que não se dispõe a leituras mais longas, ou a falas ou digressões mais demoradas. É tudo na base do "pá-pum", "bateu, levou". Se muito tempo para o racional, predomina o emocional. As crenças se sobrepõe às ciências.
Este segmento foi oprimido pela elite intelectualizada, influenciada pelos acadêmicos, predominantemente de esquerda e pelos progressistas, defensores do "politicamente correto", dentre os quais muitos jornalistas, com grande espaço nas mídias tradicionais. Isto é, os ditos "formadores de opinião".
A "nova minoria oprimida" insatisfeita e magoada com os avanços das tradicionais minorias (homossexuais, negros, mulheres e outros), quebrando a estrutura "hierarquica" tradicional ou conservadora, encontraram um porta-voz, com assento no Congresso Nacional, há mais de 26 anos, sempre no baixo clero, eleito com votos das corporações militares no Rio de Janeiro, onde sempre expressou as suas manifestações, de forma contundente, mas com mínima repercussão, sem espaço na mídia tradicional.
Ao se lançar - ousadamente - à eleição presidencial, ainda em 2016, valeu-se das novas mídias, criando uma mitologia em torno do seu nome, que depois foi reforçado por um atentado em plena rua.
Esse segmento "anti politicamente correto", havia buscado nas igrejas evangélicas um abrigo, sendo bem acolhidos, com mensagens de esperança, ao contrário da igreja católica que oferecia o perdão e do PT e demais partidos de esquerda que ofereciam a luta e resistência.
Esse segmento, então caracterizado como conservador e reacionário porque defende a anulação das mudanças promovidas pelos progressistas, retornando às tradições baseadas no patriotismo, na família e em Deus, foi a base inicial de apoio de Jair Bolsonaro, tornando-se a primeira camada do bolsonarismo.
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
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