Logo após a eleição de Jair Bolsonaro, neste blog, apontamos as semelhanças de Bolsonaro com Hugo Chavez, outro militar subalterno rebelde, com grande carisma pessoal e oponente das instituições.
O ideal de Bolsonaro é o sistema implantado por Chavez, com sinal ideologico trocado: uma ditadura de direita, com controle do Judiciário, um Legislativo submisso ao Governo, sustentação popular através de milícias e, acima de tudo, o apoio militar.
A mensagem de Bolsonaro, com eco popular, é "quero mudar o Brasil, fui eleito por 58 milhões de votos para isso e eles não querem deixar."
Eles quem? Ora, os "canalhas". Como Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, entre os mais notórios, escolhidos como principais alvo das manifestações bolsonaristas, marcadas para 15 de março, nas principais avenidas do país.
Para reforçar a mobilização os organizadores estão usando um suposto apoio militar, a partir de uma reação do General Heleno, mas com infiltração dentro de todos os níveis das Forças Armadas.
O desejo é continuado, mas seria o melhor momento para deflagar o movimento?
Os bolsonaristas acham que sim, em função de um confronto entre o Congresso e o Executivo, em torno do aumento das verbas para as emendas orçamentárias impositivas, dentro da LOA (lei orçamentária anual de 2020). Bolsonaro vetou e o Congresso ameaça derrubar o veto. O dispositivo dá mais recursos para os parlamentares e reduz as verbas gerenciadas pelo Executivo.
Para manter o veto, grupos bolsonaristas, insufladas pelo Governo, organizaram um movimento de rua para o dia 15 de março deste ano. Uma reação, aparentemente repentina do General Heleno, captada indevidamente e difundida pelas redes sociais, levou os organizadores a ampliar o escopo da mobilização, focando como alvos os Presidentes das Casas do Congresso: Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Difundindo um suposto apoio militar. Se há mesmo esse apoio, a teoria da conspiração dirá que a gravação não foi acidental, mas proposital e a senha para iniciar a mobilização e consolidar o apoio militar por um regime autoritário. Dentro da visão de que só com um presidencialismo que não seja refém do Congresso e também do Judiciário, conseguirá implantar as mudanças que - segundo eles - o Brasil precisa.
Jair Bolsonaro foi além de um apoio tácito. Explicitou o apoio pela difusão dos vídeos de mobilização.
Parte do Exército, verbalizados pelo General Santa Cruz, é contra a utilização do apoio militar para a mobilização. Outra continua sendo "a grande muda". A maior parte, provavelmente, acha que a mobilização agora por um regime autoritário é prematura e que poderá abortá-la.
A sorte está lançada. De agora até o dia 15 proliferarão teorias conspiratórias em torno do efetivo apoio militar.
O dia 15 de março dará o indicador do efetivo apoio da população aos propositos "chavistas" de Jair Bolsonaro.
Esse indicador será constituido por dois números: o total das cidades em que haverá mobilização de rua e a soma do total de manifestantes nas ruas.
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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
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