Jair Bolsonaro segue governando para os seus e não para todo o povo brasileiro, embora o seu discurso seja de atendimento nacional.
A tentativa de baratear o preço do óleo diesel, pela contenção ou redução do ICMS foi para atender à principal reivindicação de um grupo de caminheiros, liderado pelo Chorão, um dos principais apoiadores. de primeira hora, da sua candidatura à Presidência. Criou mais uma área de atrito, só para dizer aos seus apoiadores "fiz a minha parte". "Só não baixou o preço do diesel porque os Governadores não querem". "Só pensam nos seus interesses não nos interesses nacionais." Se não foram as palavras literais foi o sentido. Foi mais uma jogada ensaiada, porque sabia que Paulo Guedes não permitiria. Mas para os seus apoiadores foi um grande gesto de quem se arvora no monopólio da defesa dos interesses nacionais.
A aprovação do garimpo em terras indígenas é para atender a outro grupo de apoio: os garimpeiros ilegais da região amazônica. Para não ficar no garimpo, ampliou o escopo, mas o que interessa é o garimpo.
Jair Bolsonaro tem a ousadia de quebrar paradigmas e contraria os "indigenistas" ou os "pró-indios" que querem a preservação deles como comunidades separadas, em nome das tradições.
Com a liberação os índios poderão explorar os minérios do seu território. Se não houver devida fiscalização (que é o que contam os apoiadores de Bolsonaro) os índios servirão de "laranjas" dos "brancos" arrendando - ainda que informalmente as suas terras - ou tercerizando a exploração em troca dos tradicionais "espelhinhos" de Cabral. Do Pedro e não do Sérgio.
Grupos indígenas serão incorporados à sociedade brasileira, não como cidadãos de terceira classe, com alguns ficando ricos, ainda que menos aos quais vão transferir as atividades.
Será um grande avanço para eles e a saída da pobreza a que são submetidos, em nome da preservação cultural.
O problema maior não está nessa integração dos índios à sociedade brasileira, mas os efeitos ou danos colaterais.
De uma parte haverá - inevitavelmente - uma ampliação do desmatamento da floresta. O mais grave, no entanto, poderá ser a contaminação das águas por mercúrio, afetando uma população imensa, seja de índios, como de não índios.
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sábado, 8 de fevereiro de 2020
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