"Jairzinho, paz e amor" contraria a natureza pessoal de Jair Bolsonaro e para ser mantido requer um elevado auto-controle que o Presidente não tem.
A sua natureza é de confronto, quer sempre "sair no braço".
Teve que recuar no confronto com o STF porque esse não deixou-se intimidar, com a amaça de mobilização das Forças Armadas e essas não deram o apoio que ele desejava.
Baixou o tom, tirou apressadamente o Ministro Weinstraub e colocou no lugar um educador de pouca expressão, mas saudado pela classe e pela sociedade, diante do risco de ser substituído por um olavista. Teria sido ação dos militares, em mais uma tentativa de controlar ou tutelar o indomável Presidente.
O STF, principalmente na pessoa do Juiz Alexandre de Moraes, que tem o título de Ministro, um termo mais apropriado para o Executivo, seguiu no avanço contra os extremistas bolsonaristas.
A esta altura os militares e bolsonaristas moderados preferem que o Judiciário afaste aqueles. Para esses os radicais pioram a imagem do Presidente, sem ter representação significativa. Preferem o esvaziamento dos seus movimentos.
As pesquisas de opinião continuam garantindo um apoio de cerca de 30% da população adulta, ou seja, do eleitorado. Esses não seriam apenas dos radicais.
As instâncias abaixo do STF foram favoráveis a Bolsonaro na semana passada. O TSE arquivou o primeiro processo que pedia a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão. A segunda instância da Justiça carioca decidiu a favor de Flávio Bolsonaro.
Foi bom e ruim para o filho 01. Bom porque foi uma vitória, mas ruim porque prolonga a agonia, mantendo o sangramento.
O desfecho é conhecido: Flávio Bolsonaro será indiciado e denunciado pela prática da "rachadinha". As provas são incontestáveis. Será denunciado por peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Tentará sucessivamente postergar o desfechque é a sua prisão. O grave, no caso, é um fato concreto que abalará a imagem de "anticorrupção" dos Bolsonaros.
Uma coisa é certa: Jair Bolsonaro passará por um colapso emocional, mas o incerto é a sua
intensidade.
Se o processo terminar em Flávio Bolsonaro, Jair não será implicado. Mas se a investigação em torno da atuação do 01 levar às relações com a milícia carioca, inevitavelmente envolverá Jair, o chefe da clã familiar.
É o risco maior para a estabilidade emocional do Presidente, com amplas repercussões políticas e institucionais.
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