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segunda-feira, 1 de junho de 2020
Reação popular inusitada
Os movimentos bolsonaristas tomaram conta das ruas, com o retraimento dos demais.
Mesmo representando a minoria da população brasileira, se apropriaram da bandeira brasileira e das camisas amarelas e algumas verdes, da seleção brasileira da CBF, simbolizando uma torcida do Brasil ou pelo Brasil, acima das torcidas de qualquer dos times de futebol, mais populares em cada Estado.
Um confronto de Bolsonaro, com o apoio da ala militar do Governo e penetração dentro do Exército, contra decisões do STF, levando o Presidente a ameaça de não cumprir decisões judiciais, provocou reação formal da sociedade civil, com diversas manifestações, pela mídia tradicional e amplificada pelas redes sociais, a favor da democracia. Mas não teriam produzido a formação de grupos de organização de movimentos de rua.
Surpreendentemente, organizações de mobilização popular - aparentemente apolíticos - assumiram a iniciativa, convocando os seus militantes a irem às ruas, nas principais capitais, em defesa da democracia.
São as chamadas torcidas organizadas ou uniformizadas, dos times. São grupos de militantes radicais, beirando o fanatismo, entrando em conflito, com ações violentas, algumas resultando em mortes, quando se encontram. Isso levou a jogos com torcida única.
A única união ocorria em torno da torcida pela seleção brasileira, com todos colocando a camisa da CBF em acima das dos seus clubes. Essa, no entanto, para os movimento de rua, foi apropriada pelos bolsonaristas.
Enquanto os pró-democracia se manifestavam educadamente pela mídia, tradicional ou alternativa, os Gaviões de Fiel, a torcida organizada do Corinthians chamou a Mancha Verde, do Palmeiras para irem à Avenida Paulista, em defesa da democracia. Para se diferenciar dos "canarinhos" de Bolsonaro, adotaram a sua cor: o preto. Os palmeirenses concordaram em substituir o tradicional verde. Tiveram o apoio da Torcida Independente do São Paulo e da Torcida Jovem do Santos.
Irradiaram as suas intenções a outras capitais e as tradicionais torcidas rivais do Flamengo e do Vasco se uniram para um movimento em Copacabana. Em Belo Horizonte, as torcidas do Cruzeiro e do Atlêtico se uniram.
Foi um tempo curtíssimo para organização e mobilização, limitado aos seus integrantes.
Uniram-se numa torcida única para sair em embate com a turma bolsonarista. Já são experientes em confrontos de rua, em geral, violentos.
Surpreenderam o resto da sociedade civil, retida em casa, pela "quarentena", inclusive dos pacíficos defensores da democracia, com os tradicionais manifestos e abaixo assinados.
As torcidas organizadas dos times de futebol, assumiram a iniciativa - talvez precipitada - se apropriando da bandeira da democracia, nas ruas.
Tirou ou arrancou-a dos bolsonaristas.
E dai????
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