quinta-feira, 11 de junho de 2020

Novo Normal - Meio Ambiente


O Brasil, como um todo, e o seu Governo Nacional, em particular, é obrigado a se posicionar internacionalmente, em relação às questões ambientais, principalmente, em relação à preservação florestal, por dispor de uma das maiores reservas florestais do mundo, consideradas pelos demais países como o "pulmão do mundo".

O Brasil vinha se posicionando na vanguarda do movimento ambientalista mundial, com as política de proteção ambiental entre as mais avançadas do mundo e protagonismo relevante nos Acordos Internacionais que culminaram, mais recentemente, no Acordo de Paris, para a contenção do aquecimento da terra, alinhando-se às posições dominantes dos cientistas e à maioria dos países desenvolvidos, contrapondo-se à dissidência norte-americana.
Essa posição hegemônica dos ambientalistas no Brasil era contestado por parte do agronegócio, contrária às restrições de uso das suas áreas para a produção e obrigação de preservar ou restaurar áreas florestais, assim como às restrições de avanços sobre as terras na Amazônia Legal, para a produção, seja pecuária ou de grãos. Era contestado também por produtores industriais, pelo excesso de obrigações burocráticas impostas pela legislação ambiental. O que afetava também o setor de construção e os proprietários de terrenos, tanto urbanos como rurais.
Esse segmento, apesar de relativamente pequeno, mas ativo politicamente, foi uma das bases iniciais de apoio à eleição de Jair Bolsonaro, tendo aderido quando o candidato não era considerado como possibilidade, pelo pensamento político dominante.
Por conta da filiação irrestrita de Jair Bolsonaro às políticas e posições de Donald Trump e do atendimento àquele fiel grupo de apoio, Bolsonaro mudou inteiramente o posicionamento do Governo, buscando desmontar todo o aparelho de controle ambiental, diligentemente montado desde a redemocratização, fora pequeno intervalo com o Governo Collor. 
Essa profunda mudança no posicionamento ambiental do Governo Federal, introduz obrigatoriamente o tema na pauta política e eleitoral. Terá alguma influência nas eleições municipais de 2020 e mais ainda nas eleições nacionais de 2022.
O fato real é que, ainda que não isoladamente, a tradicional política ambientalista brasileira foi derrotada em 2018, dando oportunidade à emergência de uma política anti-ambientalista. 
Um elemento importante, nessa disputa política, está nas eleições norte-americanas de 2020. Caso Donald Trump não seja reeleito, o Brasil pode ficar inteiramente isolado no cenário mundial, com a sua posição anti-ambientalista. Poderá reverter diante das novas circunstâncias, levando em conta, ademais, os impactos sobre o comércio externo brasileiro.

Há uma grande esperança no meio dos ambientalistas, expressa em manifestações pela mídia, de que o Novo Normal seja favorável a uma economia de baixo carbono. 

Os novos hábitos serão favoráveis ou não a essa perspectiva?

Como se posicionam e se posicionarão os eleitores diante da questão? O quanto a ocorrência da pandemia do coronvirus, as medidas para o seu combate e as mudanças de hábitos das pessoas, principalmente nos grandes centros urbanos poderão mudar os hábitos e posicionamento dos eleitores?

O "fique em casa" favorece a redução da emissão de gases de efeito estufa, pela menor movimentação urbana das pessoas. Em contrapartida, quando saem dão preferência ao uso do seu carro, evitando o transporte coletivo e mesmo o uso de carro de terceiros, dos aplicativos de chamada, em função do receio de contaminação. No conjunto, no entanto, contando com a diminuição da movimentação, principalmente dos que tem renda e carro, em contrapartida ao maior uso do carro, o resultado final deverá ser uma emissão menor do monóxido de carbono e outros gases
Em relação à geração de energia elétrica, a redução conjuntural do consumo, associado a um maior volume de chuvas onde estão os principais reservatórios, deverá evitar o uso de termoelétricas a carvão (são poucas), a diesel e mesmo a gás natural, concentrando a geração na hídrica e fontes alternativas (eólica e solar). 

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