O
acordo firmado entre o Brasil e a Colômbia, definindo cotas de comércio
entre os países de produtos da indústria automotiva, dá respaldo às
estratégias das multinacionais na América do Sul.
As
principais multinacionais do setor automobilístico se instalaram no
Brasil para atender ao mercado interno, dentro da política industrial de
substituição de importações. Com o Mercosul estabeleceram uma divisão
de trabalho, entre os dois países, dentro de uma estratégia de conteúdos
nacionais e domínio dos mercados.
Numa
etapa subsequente algumas multinacionais escolheram a Colômbia como a
plataforma de produção sul-americana, embora o seu mercado interno seja
um décimo do brasileiro.
Depois
de perder a produção para exportação do Duster, da Renault, para a
Colômbia, e ficar próximo de zero no comércio automobilístico com esse
pais, o Brasil finalmente firmou um acordo comercial, definindo cotas
de comércio de carros: significa exportação e importação de veículos
acabados, além do comércio de autopeças.
As principais marcas instaladas na Colômbia são a GM, Renault, Toyota, Volkswagen e Nissan.
A
Colômbia é um novo passo para o desenvolvimento da estratégia
continental das multinacionais automotivas, agora respaldado pelo acordo
comercial com o Brasil.
A grande
dúvida em relação ao acordo bilateral Brasil -Colômbia (e não Mercosul
-Colômbia) é se as multinacionais que se instalaram nos dois países,
conseguirão consolidar uma cadeia produtiva continental capaz de
sobreviver a uma abertura mais ampla dos mercados.
O
desafio não é dos países, mas da GM, da Toyota, da Volkswagen, do grupo
Renault-Nissan, em enfrentar a Kia e os chineses. A Fiat e a Ford não
estão presentes no mercado colombiano, a menos de alguma participação
eventual.
O acordo
comercial automotivo firmado entre o Brasil e a Colômbia evidencia uma
"dependência" dos Governos às estratégias das multinacionais. Os
governos facilitam as transações dessas firmas entre as suas unidades nos dois países.
E
confirmam o conceito de que as multinacionais não exportam - no seu
sentido comercial -, mas transferem seus produtos de uma unidade a
outra.
Os
trabalhadores, tendem a ver os acordos, como riscos aos seus empregos,
pois facilitaria o ingresso de importados que substituiriam os produtos
nacionais, gerando desemprego.
A visão do outro lado significaria um aumento da produção para exportação e elevação nos níveis de emprego.
De toda forma é preciso que o produto brasileiro seja competitivo.
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