O eleitorado de um candidato político fica mais claro no final da campanha, em função das pequisas de intenções de voto, por segmentos, mas não explica como se formou essa base eleitoral.
Os resultados de 2018 são emblemáticos nesse sentido. A grande onda que trouxe ou promoveu a eleição de Jair Bolsonaro foi o antipetismo. Mas essa foi a última faixa, da propagação de uma onda cujo ponto inicial, teria sido identificado.
Essa teria sido a reação de um grupo remanescente do frotismo (do General Silvio Frota) com a criação da Comissão da Verdade. Essa foi vista pelo grupo como uma quebra do acordo da anista ampla e irrestrita. Em nome dos direitos humanos a esquerda buscou a criminalização dos torturadores do Regime Militar, simbolizada pelo Cel Ulstra. Ai se começou a organização para uma reconquista do poder. A primeira faixa adicional foi a dos descontentes com o uso dos direitos humanos para defender os bandidos e criminalizar os policiais. Como essa era baseada no politicamente correto, incorporou ou insatisfeitos com o progressismo. O principal foco estava nos evangélicos, em função da liberalização nos costumes. Quanto mais os progressistas emergiam na sociedade, ganhando visibilidade na mídia, os conservadores, na maioria resignados, mas incomodados, esperaram - em silêncio - o momento de dar o troco. Esse chegou em 2018, quando a onda se propagou no meio dos antipetistas. Estes formavam três grandes grupos: o dos empresários descontentes com a crise econômica que debilitou os seus negócios, o da classe média, que perdeu renda e emprego, com a crise e os opositores ideológicos, que conseguiram difundir a visão de responsabilidade do PT por erros e, principalmente, pelos desvios éticos: o PT teria promovido uma "roubalheira" descomunal.
Ao se aproximarem as eleições de 2020 e 2022, com algumas facções política tentando formar novas ondas, a estratégia requer identificar ou formar novos epicentros e promover sucessivas ampliações.
Onde estão as possibilidades desses epicentros?
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