O bolsonarismo é um movimento popular que se propõe a um resgate da trajetória histórica do Brasil, segundo a visão deles, caminhando por um desvio que gerou a crise ética e econômica que o país ainda vive.
Esse desvio teria ocorrido em 1977, quando o então ditador, General Geisel decidiu acabar com o regime militar e entregar o poder aos civis.
O General Sílvio Frota, contrário a isso, tentou liderar um golpe de Estado, assumindo a Presidência, mas foi derrotado e demitido. Segundo ele, o regime militar estava fraquejando e não estava completando a missão para o qual assumira o poder em 1964: exterminar por completo a ameaça comunista. Para ele, com a devolução do poder aos civis, os comunistas remanescentes voltariam e tomariam o poder, com más consequências para o país.
Derrotado, o "frotismo" se retraiu, mas não sumiu. O vírus ficou incubado, com uma única manifestação pública desprezada pela opinião publicada, até que em 2016, quase 40 anos depois, a fala do porta-voz do movimento se fez ouvir, na sessão da Câmara dos Deputados que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff. A opinião publicada passou a conhecer um obscuro deputado federal, que já estava na casa, desapercebido, por mais de 20 anos: Jair Bolsonaro. Ele, com desassombro em sua declaração de voto, defendeu o regime militar e o Cel Ulstra, o símbolo da tortura adotada no período.
A emergência pública do movimento, aliada a uma série de circunstâncias, levou à eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República, um ano e maior depois.
Com a missão de salvar o país, de livrar o país da ameaça comunista, revestida de petismo e, principalmente, restabelecer os valores sociais da época. Já sob ameaça do "progressismo" iniciado na França, em 1968, mas que evoluiu lentamente.
O bolsonarismo não é um movimento conservador - seu sentido estrito. É um movimento de retrocesso histórico, que pretende resgatar um bom viver no passado com o regime militar: "eramos felizes e não sabíamos", "mas vamos voltar".
O objetivo do bolsonarismo não é um Brasil do Futuro, mas o Brasil do Passado. Não pretende caminhar para trás, mas voltar a um ponto passado e seguir em frente a partir dai: reescrever a trajetória brasileira a partir de 1997.
(cont)
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