O mercado de trabalho brasileiro vai melhorar em 2017, devendo apresentar quedas na taxa de desemprego, aumento do número de empregados formais ao final do ano.
Mas será desigual, regionalmente, principalmente quanto ao ritmo.
De um lado o mercado será acionado pela elevação da produção agropecuária, principalmente pela produção de soja. A safra 2016/2017 já está em colheita, deverá alcançar mais de 100 milhões de toneladas e irrigar o mercado com mais de R$ 100 bilhões, logo no inicio do ano.
A produção de grãos no Brasil é altamente modernizada, com amplo uso de equipamentos, tecnologia e baixa utilização de mão-de-obra. A repercussão dos aumentos recorde de produção da soja não deverá ter grandes repercussões diretas sobre o mercado quantitativo de empregos.
Os impacto mais imediato será dos gastos em consumo - tanto de bens duráveis, como não duráveis - dos agentes da produção agrícola, envolvendo os fazendeiros e os operadores de equipamentos: poucos, mas bem remunerados.
A principal repercussão deverá ser no comércio varejista e nos serviços.
Os maiores polos de geração de empregos serão os centros urbanos de apoio aos produtores de soja.
Por outro lado a economia industrial, concentrada no sudeste, mas referência para toda a economia nacional, continuará "patinando" sem forças próprias para uma reanimação.
O impulso de retomada da economia não será dada pelos investimentos privados, mas pelo consumo privado. O empreendedor privado só retomará os investimentos quando vislumbrar perspectivas sólidas de aumento da sua demanda. Como o setor público perdeu inteiramente a capacidade de investir, a retomada a curto prazo da economia industrial brasileira dependerá do aumento do consumo. E essa só ocorrerá por injeções externas, sejam oriundas da agropecuária, como de exportações da própria indústria.
A esperança de reanimação da economia através de injeção de recursos públicos está na liberação dos recursos inativos do FGTS, cujo volume está estimado entre 40 a 50 bilhões de reais.
O seu efeito positivo, no entanto, depende do controle da inflação. Para que não seja anulado pelo aumento dos preços.
Com a nova política monetária adotada pelas autoridades econômicas, pode-se prever uma reanimação da economia industrial, mas de forma lenta e gradual, com impacto maiores no segundo semestre de 2017. Mas que poderá ser antecipada pelas injeções dos citados recursos externos.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
O Paraguai é aqui
A Homeplay, uma fabricante de brinquedos e artigos plásticos localizada em Atibaia, São Paulo, ao promover a sua modernização e expansão, preferiu se instalar cerca de mil quilometros da fábrica original, atravessando a fronteira, localizando a nova unidade em Ciudad del Este. Mais precisamente 1126 km via rodoviária. Praticamente a mesma distância de Atibaia a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. E um terço da distancia rodoviária com a Zona Franca de Manaus.
Instalou-se com a denominação XPlast e mantém a sua logística centrada em Atibaia, com a empresa Mitro. Essa é quem, além de centros de distribuição na cidade, tem a loja Espaço kids no outlet Fernão Dias.
Os acionistas controladores da Estrela a mais tradicional e maior empresa de brinquedos do Brasil, criaram uma empresa no Paraguai, onde fabricarão produtos atualmente produzidos na China.
Para poder concorrer no mercado nacional com produtos de menor preço, muitas empresas nacionais com uma estrutura de logística e comercialização estabelecidas passaram a produzir na China, com empresas terceirizadas. Com o adensamento da cadeia produtiva industrial dentro do Paraguai, a tendencia dessas empresas será a transferência da manufatura terceirizada na China para o Paraguai. Nesse caso não seria a transferência de empregos do Brasil para o Paraguai, mas da China para o Paraguai. Os trabalhadores brasileiros já haviam perdido o emprego hà muito mais tempo.
domingo, 29 de janeiro de 2017
Disponibilidade de estacionamento aumenta o uso do carro?
A decisão de sair com o seu carro ou usar o transporte coletivo não é planejada, mas uma decisão momentânea, em função das condições de trânsito e de facilidades de estacionamento.
São diversas as situações, algumas estruturais e outras conjunturais.
A principal condição estrutural é ter dispor de serviços de transporte coletivo próximo do seu local de origem, ter facilidade de estacionamento nas proximidades de uma estação de metrô, do trem metropolitano ou de um terminal de ônibus.
Se essas condições não existem a pessoa que dispõe de um carro irá sair com esse, arriscando-se a enfrentar congestionamentos e riscos de não encontrar estacionamento próximo ao seu destino.
Ele pode ter a disponibilidade de estacionamento, na origem, porém pago e a valores altos, equivalente ao dos estacionamentos nos destinos. Tenderá a sair com o carro e ir até o destino.
A segunda condição estrutural é dispor de uma estação de metrô, de trem nas proximidades do seu destino e acessível com o menor número de transbordos. Ou uma linha de ônibus com veículo confortável que o deixe próximo ao destino, com o menor volume de desvios ou de transbordos.
Essa última condição envolve um "trade off": uma coisa ou outra. Uma linha de ônibus que faça trajetos diretos por um corredor, funciona como a linha metroviária. É direto, mas exige transbordos. Sem transbordos as linhas nunca são diretas, para viabilizar econômicamente a linha, com base no sobe-desce.
Se souber que conta com disponibilidade de estacionamento, nas proximidades do seu destino, com opções de locais e preços concorrenciais não terá muitas dúvidas em sair de carro.
Neste sentido a disponibilidade de estacionamentos nas proximidades do seu destino incentiva ou favorece a propensão de sair de carro. O que poderá inibir essa propensão é o elevado custo do estacionamento. Mas esse fator só influencia uma parte da população, a de menor renda.
A condição conjuntural é o horário. Para os que tem obrigação de cumprir horário dentro do período de pico, tendo alternativa preferirá sempre sofrer dentro do carro, em congestionamentos do que como "sardinha em lata" dentro de um veículo coletivo. A menos que o tome no ponto inicial e tenha condições de ir sentado.
A disponibilidade ou não de vagas de estacionamentos nas proximidades do seu destino é apenas uma das condições complementares da decisão do motorista. Nunca a condição principal.
No conjunto a influência é relativamente pequena, mas gera maior insatisfação pela repercussão das reclamações, quando se reduz a disponibilidade de vagas.
São diversas as situações, algumas estruturais e outras conjunturais.
A principal condição estrutural é ter dispor de serviços de transporte coletivo próximo do seu local de origem, ter facilidade de estacionamento nas proximidades de uma estação de metrô, do trem metropolitano ou de um terminal de ônibus.
Se essas condições não existem a pessoa que dispõe de um carro irá sair com esse, arriscando-se a enfrentar congestionamentos e riscos de não encontrar estacionamento próximo ao seu destino.
Ele pode ter a disponibilidade de estacionamento, na origem, porém pago e a valores altos, equivalente ao dos estacionamentos nos destinos. Tenderá a sair com o carro e ir até o destino.
A segunda condição estrutural é dispor de uma estação de metrô, de trem nas proximidades do seu destino e acessível com o menor número de transbordos. Ou uma linha de ônibus com veículo confortável que o deixe próximo ao destino, com o menor volume de desvios ou de transbordos.
Essa última condição envolve um "trade off": uma coisa ou outra. Uma linha de ônibus que faça trajetos diretos por um corredor, funciona como a linha metroviária. É direto, mas exige transbordos. Sem transbordos as linhas nunca são diretas, para viabilizar econômicamente a linha, com base no sobe-desce.
Se souber que conta com disponibilidade de estacionamento, nas proximidades do seu destino, com opções de locais e preços concorrenciais não terá muitas dúvidas em sair de carro.
Neste sentido a disponibilidade de estacionamentos nas proximidades do seu destino incentiva ou favorece a propensão de sair de carro. O que poderá inibir essa propensão é o elevado custo do estacionamento. Mas esse fator só influencia uma parte da população, a de menor renda.
A condição conjuntural é o horário. Para os que tem obrigação de cumprir horário dentro do período de pico, tendo alternativa preferirá sempre sofrer dentro do carro, em congestionamentos do que como "sardinha em lata" dentro de um veículo coletivo. A menos que o tome no ponto inicial e tenha condições de ir sentado.
A disponibilidade ou não de vagas de estacionamentos nas proximidades do seu destino é apenas uma das condições complementares da decisão do motorista. Nunca a condição principal.
No conjunto a influência é relativamente pequena, mas gera maior insatisfação pela repercussão das reclamações, quando se reduz a disponibilidade de vagas.
sábado, 28 de janeiro de 2017
Função social da propriedade urbana
A propriedade urbana cumpre a sua função social quando atende a uma demanda. Quando não existe a demanda a propriedade fica ociosa: esperando o surgimento da demanda.
Na prática existem demandas reprimidas, demandas potenciais e demandas teóricas.
A demanda reprimida já existe mas não é atendida por inexistência ou insuficiência de oferta.
No primeiro caso a demanda tem que buscar outras alternativas para atender à demanda. É o caso, por exemplo, de linhas metroviárias. Existe um demanda reprimida que ocupa rapidamente a nova linha, assim que colocada à disposição do público. Enquanto não existe as pessoas tem que buscar o ônibus, o carro ou os meios não motorizados. Quando insuficiente, a oferta existente tende a aumentar os preços. Especulação é a redução ou retenção deliberada da oferta para provocar esse aumento de preços, e elevar os lucros em detrimento dos demandantes.
A demanda potencial não existe, mas as condições sócio-econômicas de uma população dão indícios de que proporcionada uma oferta, essa terá uma demanda. Ou ela está, na realidade, reprimida por carência de uma dada infraestrutura. Determinada área periférica, em condições adequadas de ocupação, não tem demanda para construções, seja de alta como de baixa renda. Os terrenos estão vagos mas não pode-se exigir que tenham uma função social, pois não existe demanda para o seu uso ou ocupação. Ao se estender para junto ou próximo a essa área, uma nova via, tornando-a mais acessível, passa a haver um interesse de pessoas para morar ou instalar atividade econômica. Quando isso ocorre, os terrenos deveriam ser colocados à disposição do mercado. A especulação imobiliária ocorre de duas formas: a compra antecipada dos terrenos por quem tem informação privilegiada sobre implantação da infraestrutura os retem esperando pela valorização provocada por aquela. Ou pode ser acelerada, pela venda patrocinada de fração da área, para gerar uma demanda e valorizar o preço do restante.
O Estado pode fazer o mesmo e, em alguns casos tem feito, para ter terrenos para implantar conjuntos habitacionais de interesse social.
Demanda teórica é o que decorre de exercícios matemáticos, considerando determinados parâmetros. Algumas vezes confundindo entendimentos. É o caso típico do déficit habitacional. É uma mensuração de deficiências de condições de moradia. O setor imobiliário o transformou em demanda habitacional, para justificar um amplo programa de apoio a construções habitacionais.
Essa distorção levou a outra. Verificada, de um lado, o déficit habitacional, do ponto de vista numérico, e de outro a existência de imóveis vagos, os ilusionistas acham que ocupando esses imoveis com os deficitário, o problema estaria resolvido. Pressupondo que esses imóveis estariam vagos por motivos especulativos foram criados mecanismos punitivos para obrigar os proprietários a colocá-los no mercado.
Essa mesma concepção alcança os terrenos vagos. Pela mesma pressuposição o Governo Municipal anterior, tomado por uma ideologia de esquerda quis forçar a sua ocupação com novas construções. Estabelecendo penalidades a quem não os faz.
Muitos desses terrenos são usado como estacionamento o que atende a uma demanda, portanto exercendo uma função social. Ao excluir o estacionamento como função social, entendendo que seria apenas um subterfúgio do especulador, a Prefeitura apenas reduziu uma oferta, com efeitos danosos para as áreas penalizadas.
Cabe à nova gestão corrigir os equivocos ideológicos.
Na prática existem demandas reprimidas, demandas potenciais e demandas teóricas.
A demanda reprimida já existe mas não é atendida por inexistência ou insuficiência de oferta.
No primeiro caso a demanda tem que buscar outras alternativas para atender à demanda. É o caso, por exemplo, de linhas metroviárias. Existe um demanda reprimida que ocupa rapidamente a nova linha, assim que colocada à disposição do público. Enquanto não existe as pessoas tem que buscar o ônibus, o carro ou os meios não motorizados. Quando insuficiente, a oferta existente tende a aumentar os preços. Especulação é a redução ou retenção deliberada da oferta para provocar esse aumento de preços, e elevar os lucros em detrimento dos demandantes.
A demanda potencial não existe, mas as condições sócio-econômicas de uma população dão indícios de que proporcionada uma oferta, essa terá uma demanda. Ou ela está, na realidade, reprimida por carência de uma dada infraestrutura. Determinada área periférica, em condições adequadas de ocupação, não tem demanda para construções, seja de alta como de baixa renda. Os terrenos estão vagos mas não pode-se exigir que tenham uma função social, pois não existe demanda para o seu uso ou ocupação. Ao se estender para junto ou próximo a essa área, uma nova via, tornando-a mais acessível, passa a haver um interesse de pessoas para morar ou instalar atividade econômica. Quando isso ocorre, os terrenos deveriam ser colocados à disposição do mercado. A especulação imobiliária ocorre de duas formas: a compra antecipada dos terrenos por quem tem informação privilegiada sobre implantação da infraestrutura os retem esperando pela valorização provocada por aquela. Ou pode ser acelerada, pela venda patrocinada de fração da área, para gerar uma demanda e valorizar o preço do restante.
O Estado pode fazer o mesmo e, em alguns casos tem feito, para ter terrenos para implantar conjuntos habitacionais de interesse social.
Demanda teórica é o que decorre de exercícios matemáticos, considerando determinados parâmetros. Algumas vezes confundindo entendimentos. É o caso típico do déficit habitacional. É uma mensuração de deficiências de condições de moradia. O setor imobiliário o transformou em demanda habitacional, para justificar um amplo programa de apoio a construções habitacionais.
Essa distorção levou a outra. Verificada, de um lado, o déficit habitacional, do ponto de vista numérico, e de outro a existência de imóveis vagos, os ilusionistas acham que ocupando esses imoveis com os deficitário, o problema estaria resolvido. Pressupondo que esses imóveis estariam vagos por motivos especulativos foram criados mecanismos punitivos para obrigar os proprietários a colocá-los no mercado.
Essa mesma concepção alcança os terrenos vagos. Pela mesma pressuposição o Governo Municipal anterior, tomado por uma ideologia de esquerda quis forçar a sua ocupação com novas construções. Estabelecendo penalidades a quem não os faz.
Muitos desses terrenos são usado como estacionamento o que atende a uma demanda, portanto exercendo uma função social. Ao excluir o estacionamento como função social, entendendo que seria apenas um subterfúgio do especulador, a Prefeitura apenas reduziu uma oferta, com efeitos danosos para as áreas penalizadas.
Cabe à nova gestão corrigir os equivocos ideológicos.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Como o México vai pagar o muro?
O sucesso de Trump decorre das suas lógicas simplistas, que povoam corações e mentes da maioria das pessoas.
Está havendo uma invasão de mexicanos pela fronteira? Então erga-se um muro ao longo de toda fronteira. A população aplaude.
Alguns indagam. Quanto vai custar? Quem vai pagar? "Eu não".
A uma proposta simplista, uma sequencia simplista: o México vai pagar. Como? Pela taxação adicional de produtos importados do México.
Não é o México que exporta, tampouco os EUA que importam.
A maior parte das importações é feita por multinacionais norte-americanas que compram os seus produtos das suas subsidiárias mexicanas. As multinacionais não importam ou exportam, mas simplesmente transferem. Se essa transferência tiver maiores obstáculos ou taxação, elas mudam os locais de transferência.
Uma eventual taxação adicional sobre produtos montados no Mexico, irá reduzir o movimento comercial e a eventual taxa não gerar os volumes esperados para pagar o muro. Nesse meio tempo, o México, com drástica redução das suas atividades produtivas e da sua receita cambial irá quebrar. Afetando o sistema financeiro norte-americano e mundial.
Se Trump fizer o muro e insistir nas soluções simplistas, o México vai pagar. Não financeiramente, mas com pobreza, violencia e vidas. E que um muro físico não vai impedir.
Está havendo uma invasão de mexicanos pela fronteira? Então erga-se um muro ao longo de toda fronteira. A população aplaude.
Alguns indagam. Quanto vai custar? Quem vai pagar? "Eu não".
A uma proposta simplista, uma sequencia simplista: o México vai pagar. Como? Pela taxação adicional de produtos importados do México.
Não é o México que exporta, tampouco os EUA que importam.
Uma eventual taxação adicional sobre produtos montados no Mexico, irá reduzir o movimento comercial e a eventual taxa não gerar os volumes esperados para pagar o muro. Nesse meio tempo, o México, com drástica redução das suas atividades produtivas e da sua receita cambial irá quebrar. Afetando o sistema financeiro norte-americano e mundial.
Se Trump fizer o muro e insistir nas soluções simplistas, o México vai pagar. Não financeiramente, mas com pobreza, violencia e vidas. E que um muro físico não vai impedir.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
As decisões não são de país, mas empresariais
Trump, com a sua truculência, está pondo em prática as suas promessas e ameaças. Em relação aos investimentos das multinacionais fora dos EUA, por enquanto é intimidação, mas as empresas já estão suspendendo os seus planos e prometendo canalizar os seus investimentos dentro dos EUA. Mas em algum momento próximo, tanto as ameaças como as promessas vão se concretizar.
O que irão fazer as direções das multinacionais instaladas no México, com a inevitável redução das vendas dos seus produtos para o mercado norte-americano. Com a redução da atividade produtiva, as perspectivas do mercado interno também são desfavoráveis. Os consumidores mexicanos não terão condições de substituir os consumidores norte-americanos. Tentarão vender os seus produtos em outros mercados, começando pela América Latina. Nesse caso o principal mercado alvo é o Brasil.
Como consequencia da estratégia de Trump, o México irá quebrar, perdendo a capacidade de pagamento dos seus compromissos externos, podendo novamente ter que pedir socorro ao FMI. Qual será a contaminação da nova crise financeira mexicana? O quanto irá afetar o sistema financeiro norte-americano e mundial? O México será uma nova Grécia?
E em quanto a crise financeira mexicana afetará o Brasil?
O que irão fazer as direções das multinacionais instaladas no México, com a inevitável redução das vendas dos seus produtos para o mercado norte-americano. Com a redução da atividade produtiva, as perspectivas do mercado interno também são desfavoráveis. Os consumidores mexicanos não terão condições de substituir os consumidores norte-americanos. Tentarão vender os seus produtos em outros mercados, começando pela América Latina. Nesse caso o principal mercado alvo é o Brasil.
Como consequencia da estratégia de Trump, o México irá quebrar, perdendo a capacidade de pagamento dos seus compromissos externos, podendo novamente ter que pedir socorro ao FMI. Qual será a contaminação da nova crise financeira mexicana? O quanto irá afetar o sistema financeiro norte-americano e mundial? O México será uma nova Grécia?
E em quanto a crise financeira mexicana afetará o Brasil?
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
China no comando do tratamento do ar
Os chineses estão se preparando para ocupar o lugar dos EUA fora desse pais, em função da política do "yankee come home" ou "yakees came back". Em alguns casos já se anteciparam, como no caso do setor de ar condicionado domiciliar, com a compra pela Midea, das operações sul-americana da multinacional americana Carrier, a maior empresa mundial do setor. E que esta sendo, nominalmente, convocada por Trump a voltar para casa.
Tem sido evidente a estratégia das empresas chinesas, como a Midea, a Gree e a Haiar em dominar o mercado mundial, exceto o norte-americano, de ar-condicionado domiciliar.
O Brasil que montou uma industria de produção de aparelhos de ar condicionado, anterior à abertura, pode estar condenado a ficar apenas com algumas montadoras do produto final na zona Franca de Manaus e transformar o setor de industrial em de serviços.
Tem sido evidente a estratégia das empresas chinesas, como a Midea, a Gree e a Haiar em dominar o mercado mundial, exceto o norte-americano, de ar-condicionado domiciliar.
O Brasil que montou uma industria de produção de aparelhos de ar condicionado, anterior à abertura, pode estar condenado a ficar apenas com algumas montadoras do produto final na zona Franca de Manaus e transformar o setor de industrial em de serviços.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
E o resto do mundo?
O seu foco é uma microeconomia específica: a movimentação econômica e financeira das multinacionais norte-americanas.
O que ele quer é que essas empresas invistam mais dentro dos EUA e não fora do país.
Trump continuará pressionando as multinacionais norteamericanas para investirem mais nos EUA e retornarem mais capitais já investidos fora. Isso significará quer receber mais lucros e dividendos das subsidiárias no exterior e não fará reinvestimentos no mesmo nível ou até superior. Ele quer reduzir o tamanho dos ativos norte-americanos no exterior, repatriando-os, na suposição de que irá criar mais empregos para os norte-americanos. Suposição que pode não se confirmar. Mas será um movimento efetivo em 2017, podendo alcançar 2018. A sustentação posterior vai depender dos resultados efetivos.
Entre os cenários prováveis, consequentes dessa nova política , dois são os principais: o espaço deixado pelos capitais norte-americano será ocupado por outros, principalmente pela China. O segundo é que países com desequilíbrio no seu balanço de pagamentos corrente e dependentes do afluxo de capitais norte-americanos, entrem em colapso.
Não sei - neste momento - quais seriam, mas o Brasil não seria um deles.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Um grande equívoco de Trump
Do discurso de Trump retiro uma frase que sintetiza as suas pretensões. "Nós,
cidadãos da América, estamos agora unidos em um grande esforço nacional
para reconstruir o nosso país e restaurar a promessa para todos o nosso
povo. Juntos vamos determinar o curso da América e de todo o mundo por
muitos muitos anos... O establishment protegeu a si próprio, mas não os
cidadãos de nosso país. As vitórias deles não foram vitórias do país.
Esse dia marca a data em que o povo se tornou soberano desta nação novamente".
Os EUA cresceram como imperialistas e tornaram-se a maior potencia mundial, econômica e militarmente, com as suas estratégias. A globalização é fruto de uma estratégia norte-americana.
O imperialismo europeu se baseou na exploração de recursos naturais externos, conquistando militarmente novos territórios tornando os colônias.
A partir do final da Segunda Guerra Mundial desenvolveu um novo modelo imperialista. Não mais a exploração de recursos naturais das colônias para serem industrializados na metrópole, mas a exploração da mão-de-obra barata dos países subdesenvolvidos para a produção industrial de baixo custo, e serem consumidas pela demanda norte-americana.
Esse novo modelo - caracterizado como globalização - sacrificou milhões de empregos industriais bem remunerados nos EUA, sendo substituídos por empregos pior remunerados nos países subdesenvolvidos.
A visão de Trump é que retomar os EUA potencia é preciso deixar de ser imperialista, explorando mão-de-obra barata das suas "colonias", para produzir mais, ainda que mais caro.
Dará certo? E o resto do mundo?
Os EUA cresceram como imperialistas e tornaram-se a maior potencia mundial, econômica e militarmente, com as suas estratégias. A globalização é fruto de uma estratégia norte-americana.
O imperialismo europeu se baseou na exploração de recursos naturais externos, conquistando militarmente novos territórios tornando os colônias.
Esse novo modelo - caracterizado como globalização - sacrificou milhões de empregos industriais bem remunerados nos EUA, sendo substituídos por empregos pior remunerados nos países subdesenvolvidos.
A visão de Trump é que retomar os EUA potencia é preciso deixar de ser imperialista, explorando mão-de-obra barata das suas "colonias", para produzir mais, ainda que mais caro.
Dará certo? E o resto do mundo?
sábado, 21 de janeiro de 2017
Novos instrumentos urbanísticos e estacionamentos
Os novos instrumentos urbanísticos foram incrementados - em nível federal - pelo encaminhamento ao Congresso da Medida Provisória 700/15, facultando o pagamento prévio das desapropriações pelo setor privado no contexto das Operações Urbanas Consorciadas e dos PIUs - Projetos de Intervenção Urbana. O Congresso não aprovou a MP que, consequentemente caducou. Mas o instrumento foi revitalizado.
Tais mecanismos poderão ser utilizados para a viabilização da construção de edifício-garagem. Havendo oportunidade e interesse privado em empreender um edifício-garagem o Poder Público poderá declarar áreas selecionadas para tal, como de utilidade pública e autorizar o interessado privado em pagar o valor da desapropriação.
Haverá - certamente - oposição e discussão sobre a constitucionalidade de uso de instrumento público coercitivo em benefício de um empreendimento privado. Mesmo que esse seja de interesse público. Por atender a uma necessidade difusa da sociedade e, através, daquele melhorar as condições de mobilidade dentro da cidade.
A "elite" que decide pela localização dos locais de trabalho, tem como um dos fatores principais e essenciais a disponibilidade de estacionamentos para o seu carro.
Contraditoria ou paradoxalmente para viabilizar regiões da cidade com maior aproximação entre moradia e trabalho é essencial prever as condições de movimentação e estacionamento de carros, para os decisores.
Dai a importância de viabilizar nessas regiões a disponibilidade de vagas que poderão ser supridas por edifícios-garagem.
Tais mecanismos poderão ser utilizados para a viabilização da construção de edifício-garagem. Havendo oportunidade e interesse privado em empreender um edifício-garagem o Poder Público poderá declarar áreas selecionadas para tal, como de utilidade pública e autorizar o interessado privado em pagar o valor da desapropriação.
Haverá - certamente - oposição e discussão sobre a constitucionalidade de uso de instrumento público coercitivo em benefício de um empreendimento privado. Mesmo que esse seja de interesse público. Por atender a uma necessidade difusa da sociedade e, através, daquele melhorar as condições de mobilidade dentro da cidade.
A "elite" que decide pela localização dos locais de trabalho, tem como um dos fatores principais e essenciais a disponibilidade de estacionamentos para o seu carro.
Contraditoria ou paradoxalmente para viabilizar regiões da cidade com maior aproximação entre moradia e trabalho é essencial prever as condições de movimentação e estacionamento de carros, para os decisores.
Dai a importância de viabilizar nessas regiões a disponibilidade de vagas que poderão ser supridas por edifícios-garagem.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
O sentido real da globalização
As ameaças ou bravatas de Trump, que hoje inicia o seu governo, colocaram em evidencia o real sentido da globalização, que pode ser resumido na frase "vocês produzem barato, nós investimos e compramos de vocês".
Realidade que muitos poucos entenderam, criando milhares de teorias, fugindo da questão principal.
A força das suas ameaças não está no confronto com os países produtores e exportadores para EUA, mas por estar destinadas às empresas norte-americanas que investem no exterior, produzem fora dos EUA, com trabalho mais barato, muitas vezes em condições similares à escravidão, e levam os produtos para serem vendidos nos EUA.
A pressão ou ameaça de Trump é sobre essas empresas.
O problema não é globalização, tampouco os bairros ou cidades fantasmas, com fábricas desativadas e milhares de desempregados. O problema maior é manter o dinamismo do maior mercado de consumo do mundo, com controle da inflação.
A China quer tomar esse lugar.
Realidade que muitos poucos entenderam, criando milhares de teorias, fugindo da questão principal.
A força das suas ameaças não está no confronto com os países produtores e exportadores para EUA, mas por estar destinadas às empresas norte-americanas que investem no exterior, produzem fora dos EUA, com trabalho mais barato, muitas vezes em condições similares à escravidão, e levam os produtos para serem vendidos nos EUA.
A pressão ou ameaça de Trump é sobre essas empresas.
O problema não é globalização, tampouco os bairros ou cidades fantasmas, com fábricas desativadas e milhares de desempregados. O problema maior é manter o dinamismo do maior mercado de consumo do mundo, com controle da inflação.
A China quer tomar esse lugar.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Para onde vai o dinheiro do agronegócio?
O agronegócio em 2016 exportou 85 bilhões de doláres e importou de bens agropecuários 14 bilhões de doláres. Gerou um saldo em cambiais de 71 bilhões de dólares. Para onde foi esse dinheiro?
O primeiro gasto é com o pagamento das dívidas com a safra atual e os gastos com a safra seguinte. Do excedente ou lucro uma parte é usada para o consumo pessoal e outra para investimentos além da fazenda.
Parte importante é destinada a empreendimentos imobiliários urbanos. Outra para a logística própria. Não há investimentos da agropecuária em infraestrutura pública, como rodovias, ferrovias, aeroportos ou portos. Neste último caso, apenas nos terminais privativos.
A razão seria óbvia. A agropecuária, como um conjunto eminentemente privado, só tem interesse em investir em negócios privados. Entende que os investimentos em empreendimentos públicos são de responsabilidade do Estado.
Estamos agora diante de um novo quadro:
O primeiro gasto é com o pagamento das dívidas com a safra atual e os gastos com a safra seguinte. Do excedente ou lucro uma parte é usada para o consumo pessoal e outra para investimentos além da fazenda.
Parte importante é destinada a empreendimentos imobiliários urbanos. Outra para a logística própria. Não há investimentos da agropecuária em infraestrutura pública, como rodovias, ferrovias, aeroportos ou portos. Neste último caso, apenas nos terminais privativos.
A razão seria óbvia. A agropecuária, como um conjunto eminentemente privado, só tem interesse em investir em negócios privados. Entende que os investimentos em empreendimentos públicos são de responsabilidade do Estado.
Estamos agora diante de um novo quadro:
- a agropecuária voltou a crescer, depois da quebra da safra 2015/16, com aumento de produção acima de 15% em relação à safra anterior;
- o escoamento dessa safra encontra uma infraestrutura logística ainda mais deteriorada, sem significativos investimentos completados nestes dois últimos anos;
- o Estado Brasileiro não tem e não terá recursos para pesados investimentos em infraestrutura, não tendo nenhuma condição de atender às necessidades, reclamos ou reivindicações do agronegócio, em relação à logística;
- a melhoria da infraestrutura logística dependerá das concessões, transferindo ao setor privado os encargos de investir e operar as rodovias, ferrovias, portos e outros;
- para a realização desses investimentos o setor privado precisará ter recursos, oriundos dos seus ganhos ou tomados emprestados de bancos privados, pois os bancos oficiais também terão restrição de recursos;
- o setor que disporá de recursos de fontes externas, será o agronegócio.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
As ilusões em torno da reativação da Fiol
O Governo da Bahia estaria tentando convencer o Governo Federal a acelerar a licitação da concessão da Fiol - Ferrovia Oeste Leste, fiando-se no interesse de um grupo chines que estaria estudando a sua viabilidade econômica.
Se o estudo for sério vai dar inviável e nem mesmo os chineses vão participar da licitação.
A Fiol foi montada a partir de um projeto de mineração de ferro, quando as cotações estavam elevadas e que desabaram.
O novo grupo interessado terá que assumir todo conjunto, envolvendo a mina, a ferrovia e o terminal portuário. A Bamin contava com um frete subsidiado da Fiol, com recursos governamentais. O empreendedor terá que investir na ferrovia. Não poderá contar com subsídios governamentais. E terá ainda que investir e operar o terminal portuário. Precisará de imensos volumes de carga.
A ilusão que move o Governo Estadual é que todos os recursos para o investimento seriam estrangeiros. E que o empreendimento geraria muitos empregos durante a construção, além de promover o desenvolvimento econômico e social nas regiões da mina, do porto e das estações intermediárias.
Na prática não é o que acontece. Depois de iniciado, o grupo empreendedor entra com um pedido no BNDES e no BNB.
A construção da via permanente irá mobilizar um grande número de trabalhadores, mas os chineses vão pressionar para uma grande contratação de trabalhadores chineses, temporários, regidos pelas leis trabalhistas deles, com uma redução da absorção de trabalhadores nacionais. Os trilhos, os equipamento das vias e de sinalização, locomotivas e vagões serão todos de fornecimento chinês.
O resultado pior é que pela verificação da inviabilidade econômica do empreendimento, depois de iniciado, esse seja simplesmente abandonado, deixando apenas rastros de devastação.
Se o estudo for sério vai dar inviável e nem mesmo os chineses vão participar da licitação.
A Fiol foi montada a partir de um projeto de mineração de ferro, quando as cotações estavam elevadas e que desabaram.
O novo grupo interessado terá que assumir todo conjunto, envolvendo a mina, a ferrovia e o terminal portuário. A Bamin contava com um frete subsidiado da Fiol, com recursos governamentais. O empreendedor terá que investir na ferrovia. Não poderá contar com subsídios governamentais. E terá ainda que investir e operar o terminal portuário. Precisará de imensos volumes de carga.
A ilusão que move o Governo Estadual é que todos os recursos para o investimento seriam estrangeiros. E que o empreendimento geraria muitos empregos durante a construção, além de promover o desenvolvimento econômico e social nas regiões da mina, do porto e das estações intermediárias.
Na prática não é o que acontece. Depois de iniciado, o grupo empreendedor entra com um pedido no BNDES e no BNB.
A construção da via permanente irá mobilizar um grande número de trabalhadores, mas os chineses vão pressionar para uma grande contratação de trabalhadores chineses, temporários, regidos pelas leis trabalhistas deles, com uma redução da absorção de trabalhadores nacionais. Os trilhos, os equipamento das vias e de sinalização, locomotivas e vagões serão todos de fornecimento chinês.
O resultado pior é que pela verificação da inviabilidade econômica do empreendimento, depois de iniciado, esse seja simplesmente abandonado, deixando apenas rastros de devastação.
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
A era do teto
Os próximos vinte anos do Brasil serão marcados pela redução da participação do Estado nos investimentos. Nos dois próximos anos serão concluídas algumas obras em andamento, mas não há recursos para um novo PAC ou qualquer outro grande programa de investimentos públicos, qualquer nome que venha a ter.
Usa-se a perspectiva de que com a Reforma Previdenciária haverá um alívio no caixa do Tesouro Nacional. Deverá haver sim, mas a partir de 2027.
Não adiantará ficar verberando que a infraestrutura está defasada, que prejudica a competitividade brasileira e reprime o crescimento econômico. Embora seja verdade, o Estado não terá condições de responder às reivindicações ou apelos dos analistas e do mercado.
Só há uma saída. Ou o setor privado assume a realização dos investimentos em infraestrutura ou essa não irá atender ao próprio mercado privado, com risco de degradação continuada.
A ideia do que o Brasil precisa fazer embute a noção do que o Governo precisa fazer. Todos confundem Brasil, com Governo Brasileiro. É a cultura hegemônica, que atrasa o país. Dentro dessa visão, até 2027 ou mais, o Brasil não investirá em infraestrutura e está condenado, irremediavelmente, ao atraso.
Só conseguirá vencer essa perspectiva desastrosa, com uma mudança cultural. Descolar o Brasil do Estado Brasileiro e fazer com que o setor econômico privado deixe a posição de pedinte, de reivindicante, pressionando o Estado, para assumir a responsabilidade de investir em infraestrutura.
A empresa privada para poder contar com uma infraestrutura melhor terá ela mesma que investir, não adiantando ficar exigindo, alertando ou esperando que o Governo invista. Para que isso ocorra, são necessárias duas condições básicas: o investimento deve ser rentável e a empresa precisa ter dinheiro.
Adicionalmente é preciso ter o empreendedor do investimento e a intermediação bancária para reunir os recursos das empresas num fundo de investimento para aplicação nos empreendimentos.
Onde está o dinheiro e onde estão os empreedimentos rentáveis?
Usa-se a perspectiva de que com a Reforma Previdenciária haverá um alívio no caixa do Tesouro Nacional. Deverá haver sim, mas a partir de 2027.
Não adiantará ficar verberando que a infraestrutura está defasada, que prejudica a competitividade brasileira e reprime o crescimento econômico. Embora seja verdade, o Estado não terá condições de responder às reivindicações ou apelos dos analistas e do mercado.
Só há uma saída. Ou o setor privado assume a realização dos investimentos em infraestrutura ou essa não irá atender ao próprio mercado privado, com risco de degradação continuada.
A ideia do que o Brasil precisa fazer embute a noção do que o Governo precisa fazer. Todos confundem Brasil, com Governo Brasileiro. É a cultura hegemônica, que atrasa o país. Dentro dessa visão, até 2027 ou mais, o Brasil não investirá em infraestrutura e está condenado, irremediavelmente, ao atraso.
Só conseguirá vencer essa perspectiva desastrosa, com uma mudança cultural. Descolar o Brasil do Estado Brasileiro e fazer com que o setor econômico privado deixe a posição de pedinte, de reivindicante, pressionando o Estado, para assumir a responsabilidade de investir em infraestrutura.
A empresa privada para poder contar com uma infraestrutura melhor terá ela mesma que investir, não adiantando ficar exigindo, alertando ou esperando que o Governo invista. Para que isso ocorra, são necessárias duas condições básicas: o investimento deve ser rentável e a empresa precisa ter dinheiro.
Adicionalmente é preciso ter o empreendedor do investimento e a intermediação bancária para reunir os recursos das empresas num fundo de investimento para aplicação nos empreendimentos.
Onde está o dinheiro e onde estão os empreedimentos rentáveis?
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Redução dos juros básicos e os empregos (2)
A redução da taxa de juros promovida pelo Banco Central afetou de imediato o mercado financeiro, mas não teve impactos diretos sobre o mercado de trabalho. Não há, de imediato, a substituição do custo de juros por um custo de emprego.
Até ter um impacto significativo no mercado de trabalho há um longo caminho.
O comércio já estaria trabalhando num patamar superior de vendas, em função do barateamento das mercadorias, embora a população continue achando tudo muito caro.
Não será um movimento provocado pela redução dos juros básicos, mas essa poderá acelerar a reanimação do consumo daqueles que ainda tem trabalho e/ou renda.
O mercado de empregos só será retomado, de forma sustentada, com o reingresso sucessivo de novos empregados, nas diversas atividades.
domingo, 15 de janeiro de 2017
Revitalização dos grandes corredores
Grandes corredores de tráfego de veículos, como as avenidas Rebouças, Bandeirantes, Indianópolis e outras, que margeiam ou cortam Zonas Estritamente Residenciais hoje tem um comércio restrito. Enfrentam uma grave crise, com várias lojas fechadas, com as placas aluga-se.
Com a nova lei de zoneamento, esses corredores, caracterizados como ZCor poderão receber um comércio mais diversificado, com o qual se espera uma revitalização.
Não havendo espaço para o estacionamento na via pública, nem mesmo para o rotatitvo, as lojas precisarão de apoio de áreas de estacionamento para os seus clientes. As ruas adjacentes mesmo quando tem espaço para estacionamento lotam rapidamente.
São avenidas com trânsito e média e alta renda, não se podendo esperar que clientes cheguem às lojas usando o transporte coletivo.
Se não puderem contar com estacionamento muitos não irão ou desistirão.
As fachadas poderão chamar a atenção do motorista, em geral, trafegado com baixa velocidade ou mesmo parado no congestionamento.
Caso se interesse busca um estacionamento à frente. Se o estacionamento estiver atrás ele desiste. A menos de muito interesse não vai dar uma volta para achar o estacionamento. Quando muito vai anotar e programar uma ida futura.
Diferença relevante em relação à situação atual é possibilidade de construção de um imóvel verticalizado, ainda que de baixa altura. A ocupação não está limitada aos padrões anteriores que eram de unidades residenciais unifamiliares.
A outra diferença importante é a volta ao padrão "português", com o comércio no nível do solo e a residência nos andares superiores.
Esse padrão foi proibido pelas leis de zoneamento anteriores e agora volta dentro do conceito e uso misto e maior aproximação entre casa e trabalho.
Com a nova lei de zoneamento, esses corredores, caracterizados como ZCor poderão receber um comércio mais diversificado, com o qual se espera uma revitalização.
Não havendo espaço para o estacionamento na via pública, nem mesmo para o rotatitvo, as lojas precisarão de apoio de áreas de estacionamento para os seus clientes. As ruas adjacentes mesmo quando tem espaço para estacionamento lotam rapidamente.
São avenidas com trânsito e média e alta renda, não se podendo esperar que clientes cheguem às lojas usando o transporte coletivo.
Se não puderem contar com estacionamento muitos não irão ou desistirão.
As fachadas poderão chamar a atenção do motorista, em geral, trafegado com baixa velocidade ou mesmo parado no congestionamento.
Caso se interesse busca um estacionamento à frente. Se o estacionamento estiver atrás ele desiste. A menos de muito interesse não vai dar uma volta para achar o estacionamento. Quando muito vai anotar e programar uma ida futura.
Diferença relevante em relação à situação atual é possibilidade de construção de um imóvel verticalizado, ainda que de baixa altura. A ocupação não está limitada aos padrões anteriores que eram de unidades residenciais unifamiliares.
A outra diferença importante é a volta ao padrão "português", com o comércio no nível do solo e a residência nos andares superiores.
Esse padrão foi proibido pelas leis de zoneamento anteriores e agora volta dentro do conceito e uso misto e maior aproximação entre casa e trabalho.
sábado, 14 de janeiro de 2017
As três camadas do país
O país comporta três camadas básicas que podemos chamar de estrutura, superestrutura e infraestrutura. São denominações aleatórias, sem consenso, mas apenas ilustrativas, para efeito exclusivo desta análise.
A infraestrutura é o país real, onde as pessoas vivem, realizam as suas atividades, consomem, produzem, se movimentam, estabelecem os seus relacionamentos e até expõe o seu conhecimento, as suas idéias, o seu pensamento.
Essa infraestrutura é predominantemente dominada pelas atividades, interesses e motivações privadas. A participação direta do Estado na produção é pequena. E mesmo no consumo, com as suas compras, a participação é relativamente pequena. A principal intervenção estatal é de natureza regulatória: o que o particular pode fazer, o que não pode fazer. O que é livre para fazer, o que depende de licença para fazer.
A estrutura é a representação monetária das atividades econômicas, referenciando o valor do produtos que se produz, se vende e se compra. Dá valor à remuneração do trabalho, através de salários e monetiza outros fatores. Essa representação se torna independente, sob forma de papel moeda ou similar, e gera todo um sistema financeiro, com a criação de bancos e outras instituições financeiras. As variações monetárias dos produtos, sejam bens ou serviços, se caracterizam como inflação da moeda. Para a economia real, para a infraestrutura essa é percebida como carestia. Ou seja, o aumento de preços dos produtos que são comprados ou consumidos.
O Estado tem forte intervenção nessa estrutura em função da cobrança de tributos para cobrir as suas despesas. Quando gasta demais e é obrigado a fazer um ajuste, cria graves impactos sobre a infraestrutura, ou seja, sobre as atividades econômicas reais. Atua ainda sobre a fixação de juros básicos e intervém no mercado de câmbio.
Mas a sua principal interferência se dá pela sinalização da evolução daquela infraestrutura, uma vez que os agentes da estrutura - ou seja, da movimentação monetária - agem sob influência ou influenciando as políticas públicas.
A superestrutura é formada pelo sistema político, com foco no legislativo, ao qual cabe discutir e aprovar as leis, principalmente aquelas que interferem nas atividades da infraestrutura, ou seja, sobre a economia real.
É a camada que tem maior visibilidade, pelo interesse da opinião publicada e em consequência, maior cobertura midiática. É ainda contaminada pelas disputas pelo poder.
A sua importância decorre da volatilidade dos poderes em estabelecer as regras de funcionamento do país. A toda hora o Poder Executivo está emitindo Medidas Provisórias ou propondo projetos de lei, alterando regras anteriores. Mesmo quando essas foram adotadas pelo mesmo governo em curso.
Num quadro de instabilidade política, a pauta legislativa pode ficar travada. O que poderá ser vantajosa para a economia real. Só não é por razões culturais. Porque os agentes econômicos estão viciados em depender do Governo e querem também sempre mudar as regras, em função de interesses conjunturais ou de ilusões de soluções. Prevalece uma concepção de que qualquer problema será resolvida por uma lei ou por uma intervenção estatal.
Com a crise política e perda de capacidade de governo, existe uma grande possibilidade de retomada da atividade econômica real pela desesperança em esperar a ação governamental. Desgoverno é ruim, mas agoverno pode ser bom.
Se o Governo não atrapalhar, a economia real, comandada pelo setor privado, pode-se dinamizar. E não atrapalhar significa não mudar nenhuma regra vigente e a atividade privada agir sem essa esperança:é jogar o jogo com a regras atuais. Não pedir para mudar a toda hora.
A infraestrutura é o país real, onde as pessoas vivem, realizam as suas atividades, consomem, produzem, se movimentam, estabelecem os seus relacionamentos e até expõe o seu conhecimento, as suas idéias, o seu pensamento.
Essa infraestrutura é predominantemente dominada pelas atividades, interesses e motivações privadas. A participação direta do Estado na produção é pequena. E mesmo no consumo, com as suas compras, a participação é relativamente pequena. A principal intervenção estatal é de natureza regulatória: o que o particular pode fazer, o que não pode fazer. O que é livre para fazer, o que depende de licença para fazer.
A estrutura é a representação monetária das atividades econômicas, referenciando o valor do produtos que se produz, se vende e se compra. Dá valor à remuneração do trabalho, através de salários e monetiza outros fatores. Essa representação se torna independente, sob forma de papel moeda ou similar, e gera todo um sistema financeiro, com a criação de bancos e outras instituições financeiras. As variações monetárias dos produtos, sejam bens ou serviços, se caracterizam como inflação da moeda. Para a economia real, para a infraestrutura essa é percebida como carestia. Ou seja, o aumento de preços dos produtos que são comprados ou consumidos.
O Estado tem forte intervenção nessa estrutura em função da cobrança de tributos para cobrir as suas despesas. Quando gasta demais e é obrigado a fazer um ajuste, cria graves impactos sobre a infraestrutura, ou seja, sobre as atividades econômicas reais. Atua ainda sobre a fixação de juros básicos e intervém no mercado de câmbio.
Mas a sua principal interferência se dá pela sinalização da evolução daquela infraestrutura, uma vez que os agentes da estrutura - ou seja, da movimentação monetária - agem sob influência ou influenciando as políticas públicas.
A superestrutura é formada pelo sistema político, com foco no legislativo, ao qual cabe discutir e aprovar as leis, principalmente aquelas que interferem nas atividades da infraestrutura, ou seja, sobre a economia real.
É a camada que tem maior visibilidade, pelo interesse da opinião publicada e em consequência, maior cobertura midiática. É ainda contaminada pelas disputas pelo poder.
A sua importância decorre da volatilidade dos poderes em estabelecer as regras de funcionamento do país. A toda hora o Poder Executivo está emitindo Medidas Provisórias ou propondo projetos de lei, alterando regras anteriores. Mesmo quando essas foram adotadas pelo mesmo governo em curso.
Num quadro de instabilidade política, a pauta legislativa pode ficar travada. O que poderá ser vantajosa para a economia real. Só não é por razões culturais. Porque os agentes econômicos estão viciados em depender do Governo e querem também sempre mudar as regras, em função de interesses conjunturais ou de ilusões de soluções. Prevalece uma concepção de que qualquer problema será resolvida por uma lei ou por uma intervenção estatal.
Com a crise política e perda de capacidade de governo, existe uma grande possibilidade de retomada da atividade econômica real pela desesperança em esperar a ação governamental. Desgoverno é ruim, mas agoverno pode ser bom.
Se o Governo não atrapalhar, a economia real, comandada pelo setor privado, pode-se dinamizar. E não atrapalhar significa não mudar nenhuma regra vigente e a atividade privada agir sem essa esperança:é jogar o jogo com a regras atuais. Não pedir para mudar a toda hora.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Redução dos juros básicos e os empregos
O Banco Central fez uma redução da taxa de juros básica, desejada pelo mercado, mas não esperada. As Centrais Sindicais querem mais, mas é uma sinalização importante, dentro da expectativa de melhoria da economia e dos empregos.
A persistência da inflação decorre da estratégia dos agentes produtores de 'recomposição de margens'.
Essa estratégia empresarial - o que corresponde a movimentos microeconomicos - desfoca os produtos que estão perdendo vendas para se concentrar em produtos voltados para um patamar de renda superior. Em termos simplistas busca migrar de um mercado popular para um mercado de elite.
Enquanto o Governo, os macroeconomistas influenciando a sociedade através do noticiário da midia se preocupam com os 12 milhões de desempregados, o empresário se volta para os 98 milhões ainda ocupados, com renda e ainda importantes consumidores.
As tentativas de recomposição das margens empresariais, contiveram a redução da inflação, alimentando a continuidade e aprofundamento da recessão. Um volume maior de insucessos do que de sucessos fez com que prevalecesse a tradicional teoria econômica, de redução dos preços diante do enfraquecimento da demanda. Com isso a inflação recuou ficando dentro da meta. O que teria justificada a redução de 0,75 pts na taxa SELIC.
A ameaça permanece. Com a melhoria da demanda não faltarão empresários e executivos dispostos a recompor as margens, no mais curto prazo possível. E os trabalhadores começarão campanhas para recuperação das perdas.
Os sindicatos dos trabalhadores tem compromisso com a sua base; não com a macroeconomia. Vão lutar pela recuperação das perdas salariais dos empregados que remanescerem.
Já as Centrais Sindicais tem maior compromisso com a macroeconomia, tendo que avaliar os impactos mais gerais das ações individuais dos seus associados.
Essa estratégia empresarial - o que corresponde a movimentos microeconomicos - desfoca os produtos que estão perdendo vendas para se concentrar em produtos voltados para um patamar de renda superior. Em termos simplistas busca migrar de um mercado popular para um mercado de elite.
Enquanto o Governo, os macroeconomistas influenciando a sociedade através do noticiário da midia se preocupam com os 12 milhões de desempregados, o empresário se volta para os 98 milhões ainda ocupados, com renda e ainda importantes consumidores.
As tentativas de recomposição das margens empresariais, contiveram a redução da inflação, alimentando a continuidade e aprofundamento da recessão. Um volume maior de insucessos do que de sucessos fez com que prevalecesse a tradicional teoria econômica, de redução dos preços diante do enfraquecimento da demanda. Com isso a inflação recuou ficando dentro da meta. O que teria justificada a redução de 0,75 pts na taxa SELIC.
A ameaça permanece. Com a melhoria da demanda não faltarão empresários e executivos dispostos a recompor as margens, no mais curto prazo possível. E os trabalhadores começarão campanhas para recuperação das perdas.
Os sindicatos dos trabalhadores tem compromisso com a sua base; não com a macroeconomia. Vão lutar pela recuperação das perdas salariais dos empregados que remanescerem.
Já as Centrais Sindicais tem maior compromisso com a macroeconomia, tendo que avaliar os impactos mais gerais das ações individuais dos seus associados.
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