Esse será decorrente das atividades portuária e industrial, valendo-se da vanguarda na implantação de um complexo porto-indústria.
Embora essa implantação não ocorra em seu território, porém em municípios próximos, dentro da região metropolitana, Recife será a sede das grandes empresas, com conexão nacional e mundial, sediando ainda o aeroporto internacional.
O comércio de média e alta renda se concentrará no Recife, assim como os serviços de alto padrão, incluindo a gastronomia.
Uma grande parte da massa salarial paga pelo complexo de Suape será gasta no Recife.
O mesmo ocorrerá com a indústria que está se instalando no vetor norte, em Goiana, capitaneada pela nova fábrica da Fiat, ainda que os gastos dessa com os recursos humanos, tenha a forte concorrência de João Pessoa. Essa atenderá a média alta renda, mas não a alta que requer uma escala de consumo que estará no Recife e em outras cidades no mundo.
Do ponto de vista logístico e econômico, o aeroporto do Recife tem condições de se tornar um hub regional, desconcentrando as operações hoje em São Paulo e no Rio de Janeiro. Valer-se-ia da condição de já ser um ponto de apoio das rotas para o Atlântico Norte, e estar mais próximo da Europa e dos EUA.
De momento, não tem escala suficiente para esse papel de forma regular. Mas terá em futuro próximo.
Será uma importante opção para os turistas europeus, africanos, norte e centro americanos que virão para a Copa 2014, principalmente os que chegarão mediante voos fretados. Esses já não vão até o sudeste para retornar, com grande redução no tempo de voo: pelo menos de seis horas.
Mas terá a concorrência do aeroporto de São Gonçalo do Amarante no Rio Grande do Norte, próximo a Natal.
O futuro do Recife tem rumos bem delineados, movidos por fatores externos a ele, com grandes perspectivas de se tornar uma importante cidade mundial.
Essas perspectivas mudam inteiramente os vetores do crescimento urbano da cidade, com a inexorável transferência do centro principal para o sul, próximo a Jaboatão, sendo Boa Viagem a principal possibilidade. No entanto, diante da excessiva valorização imobiliária dessa área, os novos polos de escritórios e comércio poderá se instalar em Jaboatão.
Será um processo lento e descontínuo, porém é muito provável que ocorra um arrefecimento da dinâmica imobiliária na região de Madalena / Torre e um aquecimento no vetor sul, com o lançamento de novos produtos imobiliários, como os bairros planejados.
Mas não é fora de propósito projetar para os próximos 25 anos a perspectiva de que o principal centro de gravidade do Recife esteja no vetor sul.
Em relação à infraestrutura a obra estratégica mais importante será um novo contorno, ligando diretamente a área de Suape com o interior, contornando Recife.
Como em outras cidade, o seu futuro estará relacionado com as opções logísticas: as de contorno melhorão as condições de mobilidade urbana. As de estruturação e integração interna só piorarão. Por outro lado, o risco da redução do fluxo de veículos é a degradação da área.
O turismo continuará sendo um grande suporte economico da cidade, porém a tendência é que se desenvolva ao sul, para Cabo de Santo Agostinho e Porto das Galinhas, com um conflito de tráfego com Suape.
A partir desse pano de fundo, Recife tem 5 grandes desafios para o seu futuro de médio prazo, seja 2037, quando completa 500 anos ou 2040, marco proposto pelo SINAENCO, dentro do programa "a cidade daqui a 25 anos":
- voltar a cidade para frente do rio, revertendo a evolução recente "de costas para o rio";
- revitalizar o centro histórico;
- viabilizar o desenvolvimento econômico interno, com base na produção de inteligência;
- eliminar ou, pelo menos reduzir drasticamente o déficit habitacional;
- viabilizar a "cidade compacta".
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