Esse fluxo de produção pode envolver diversas empresas, com relacionamento pontual de natureza comercial, mediante a negociação de preços, qualidade e prazos de entrega.
Esse fluxo pode ser organizado envolvendo diversas etapas e submetida a uma governança empresarial.
Pode envolver uma inteira verticalização, o que não é comum, ou a criação de uma rede de empresas submetida à governança de uma empresa principal. Essa torna-se a gestora de uma cadeia produtiva.
Essa gestora ou governadora da cadeia produtiva pode ser uma fabricante, uma varejista ou uma criadora de produtos. A característica comum dessa gestora é a detenção de uma marca. No primeiro caso temos a Toyota, a Fiat e todas as demais grandes montadoras automobilísticas. No segundo a Zara ou a C&A. As grandes redes de supermercados comercializam produtos, com marca própria, terceirizando a sua fabricação. No terceiro grupo a mais conhecida é a Apple, que cria ou desenvolve os seus produtos e contrata inteiramente a sua produção com terceiros. Há os casos hibridos, com desenvolvimento de produtos e parte da fabricação com unidades próprias e outras terceirizadas, como ocorre com a Nike, Adidas e outras empresas de material esportivo.
As cadeias produtivas globais são organizadas por grupos empresariais e não por países.
Essas cadeias são instaladas com partes de diversos paises, cada qual com uma função específica, porém interligadas. Decorrem de decisões empresariais e não governamentais, embora os Governos possam interferir fortemente nas decisões empresariais.
A participação de um país nas cadeias produtivas globais pode ser medida pela presença de estabelecimentos de multinacionais no respectivo país.
Nesse sentido o Brasil está amplamente inserido nas cadeias produtivas globais, dada a grande presença das multinacionais, com estabelecimentos produtivos.
Praticamente não há nenhum setor industrial que não conte, no Brasil, sem a presença de, pelo menos, uma multinacional de grande porte.
Em alguns setores o domínio das multinacionais é total, como no caso do setor automobilístico. Não há um único produtor nacional de automóveis. Já no setor de autopeças, há várias empresas nacionais, mas o predomínio é de empresas multinacionais, de origem estrangeira. Essas se inserem nas cadeias produtivas comandadas pelas grandes empresas montadoras e donas das marcas mais valiosas. A Saboo é uma das poucas empresas nacionais de autopeças que alcançou a condição de multinacional.
No setor eletro-eletrônico todas as maiores empresas mundiais do setor estão presente, promovendo enormes déficits cambiais por conta das elevadas importações de peças, componentes e mesmo de produtos acabados. Não há nenhum grande grupo empresarial nacional para concorrer com as multinacionais. Alguns estão associados a elas, como a Semp, com a Toshiba. Outras conseguem atuar no mercado médio.
Outro setor também com elevados déficits comerciais é o químico-farmacêutico, também dominado pelas grandes multinacionais, porém com presença relevante de grandes grupos nacionais. A principal participação desses está na produção de genéricos farmacêuticos. Mas nenhum deles se tornou ainda uma multinacional.
A grande e rara exceção está na indústria aeronáutica, inteiramente dominada pela Embraer, a principal multinacional industrial brasileira. Petrobras e Vale as maiores multinacionais brasileiras não tem a indústria como sua atividade principal, atuando no campo das commodities minerais.
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