terça-feira, 31 de março de 2015

Um novo organograma

A partir dos conceitos ontem expostos, proponho aqui um novo organograma para o Governo Federal, com redução do número de Ministérios.

Bloco Institucional
Os Ministérios deste bloco atendem diretamente à Presidência e exercem as funções de Estado, não limitadas ao Governo.

O Gabinete da Presidência, assume toda a burocracia e atividades de apoio à Presidente. Substitui a antiga Casa Civil, que tinha essa denominação em contraposição à Casa Militar. Essa divisão não faz mais sentido. As atividades de segurança da Presidente, assim como os da atual Segurança Institucional devem estar incorporadas ao Gabinete da Presidência.

A denominação Segurança Institucional, assim liberada, pode ser usada para mudar o nome do Ministério da Justiça, denominação tradicional (em âmbito internacional), mas inadequada numa República com divisão de poderes. A sua principal atribuição, como é hoje, é da Polícia Federal e não precisa ficar criando "penduricalhos" para justificar a denominação atual.

O Ministério das Relações Exteriores continua com as mesmas atribuições básicas. As relações do Executivo com os demais poderes básicos (Judiciário e Legislativo) e adicionais (Ministério Público, Tribunal de Contas e outros) caberá a um Ministério de Relações Institucionais. Deverá incluir o controle interno, a cargo da Controladoria Geral da União. 

Completa o bloco o Ministério da Defesa.

A relação dos 5 Ministérios seria:

  • Gabinete da Presidência (ex-Casa Civil);
  • Relações Institucionais;
  • Relações Externas;
  • Segurança Institucional (ou Federal);
  • Defesa



Bloco do Desenvolvimento Econômico

Os dois primeiros, Fazenda e Planejamento deveriam ser um só e integrantes do primeiro bloco, mas conjunturas históricas fizeram com que houvesse a separação e superdimensionamento do segundo. A atividade de planejamento deveria ser de inteligência com pequenas equipes e não uma atividade burocrática repetitiva.

Dentro da concepção da "matriz econômica", onde o equilíbrio fiscal e a geração do superavit primário são os elementos principais da política econômica, a Fazenda deve estar neste bloco. A solução mais radical seria a sua transformação em Ministério da Economia e incorporar o Planejamento.

O Estado Brasileiro é cada vez menos produtor, tendo apenas as atribuições de promoção e de regulação. A manutenção de um Ministério da Agricultura, como herança de um país essencialmente agrícola, não mais se justifica, mesmo com a importância essencial do agronegócio. Que é agroindustrial. 

Uma solução moderna e ousada seria o Ministério das Cadeias Produtivas, juntando agricultura, indústria, comércio e serviços, incluindo neste o turismo.

Este bloco deve ainda abrigar o Ministério do Trabalho, segundo a visão desse como fator de produção. 

Com as alterações no mundo da produção, esse Ministério deveria cuidar da tecnologia e da inovação. Além dos aspectos de produtividade, a sua atribuição principal, por ainda muito tempo, será a garantia do trabalho decente, seguindo os preceitos da OIT.

Sem avançar demais na proposta, este bloco contemplaria 5 Ministérios:

  • Fazenda;
  • Planejamento e Orçamento;
  • Agricultura;
  • Indústria, Comércio e Serviços;
  • Trabalho.

Bloco do Desenvolvimento Social

Este bloco envolveria as ações públicas voltadas diretamente ao atendimento às pessoas, com uma divisão segundo o segmento social ou necessidades (ou aspirações) específicas, ou seja, segundo o critério de clientela.

  • educação;
  • saúde;
  • inativos;
  • acensão social;
  • lazer.

A partir desse segmentos a organização comportaria 5 Ministérios:
  • Educação e Conhecimento (ou Ciência);
  • Saúde e Saneamento;
  • Seguridade Social;
  • Promoção Social;
  • Esportes e Entretenimento.

Bloco da Infraestrutura

A ação do Estado no suprimento da infraestrutura construída deve considerar a infraestrutura natural. Essas devem ser compatibilizadas e não confrontadas, gerando os impasses que hoje ocorrem. 

Neste bloco permaneceriam apenas 3 Ministérios:

  • Logística;
  • Regulação (energia, comunicações e outros);
  • Meio Ambiente natural.

Como toda e qualquer proposta de organização administrativa há alternativas e variantes. A proposta aqui, propositadamente com soluções polêmicas, ainda que lógicas, tem o objetivo de provocar os debates.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...