sábado, 24 de dezembro de 2016

O desafio da mobilidade urbana

A redução da mobilidade urbana nas grandes cidades é o principal problema enfrentado pelas autoridades públicas, assim como pelos técnicos em transportes urbanos, que só tem uma solução: aumentar e melhorar o transporte coletivo. 
Tudo o que tem sido feito nesse sentido tem pouco melhorada a situação.
Os investimentos na ampliação dos transportes coletivos de alta capacidade e qualidade são elevados e de execução demorada.
Poderiam ser realizados com menores custos e mais rápidos, como ocorre em outros países, porém ainda há fortes condicionantes que dificultam uma execução mais rápida e de menores custos.
Mesmo com a execução dos empreendimentos previstos, no caso de São Paulo, não será suficiente para melhorar substancialmente a mobilidade urbana. 
A implantação das linhas metroviárias anteriores bem demonstra os resultados: a liberação das vias superficiais com as linhas de metrô leva, em seguida, à sua ocupação pelos carros. Os congestionamentos nessas vias continuam e, em alguns casos, até aumentam. 

A base do problema está no desequilíbrio entre a movimentação de automóveis nas principais vias de transito, com a não expansão física dessas vias. Como consequência, essas vias ficam congestionadas e parte do excesso busca rotas alternativas que também acabam congestionadas. 

Há muita movimentação de carros porque a frota de veículos aumentaria sucessivamente. E a frota aumenta porque aumenta a população. Essa é a visão leiga, que não corresponde - inteiramente - à realidade. 

No centro expandido de São Paulo, a população residente vem diminuindo. Esse fato é captado pelas pesquisas domiciliares feitas sob pequenas áreas territoriais. Já a propriedade de automóveis não. Mas os indícios são de que a redução da frota seria menor que a redução da população. O indice de veículos por pessoa estaria diminuindo nessa região. O indicador estaria na redução de vagas para o estacionamento de origem, ou seja, no ou junto ao domicílio do proprietário. 

Mas não estaria havendo redução nos estacionamentos de destino. O centro expandido continua sendo o principal destino para trabalho, assim como para compras, educação, saúde e lazer, com as pessoas se dirigindo àquele com o seu carro. 

E por que isso ocorre?

Porque um mapeamento sobre as áreas que ficam distantes no máximo 100 ms de uma estação de metrô é enorme. Mesmo se essa distância for ampliada para 300 ms. ainda haverá muitas áreas não servidas. 

Esse é o principal fator que restringe a substituição do transporte individual pelo coletivo. 

Aqui cabe uma indagação? O motorista não estaria disposto a andar mais do que 300 m. da saída da estação metroviária, para chegar ao seu destino. Mas estaria disposto a deixar o seu carro estacionado distante a mais do que 300 m. do seu destino?

Se não tiver, irá preferir o metrô?





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