quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Cenários dos próximos passos (6)

Os trabalhadores assalariados, quer dizer, os regulados pela CLT (celetistas) foram a base inicial da formação do PT e da liderança da Lula. 

Os trabalhadores celetistas perderam a coesão, dos tempos da árduas lutas, nas ruas e nas portas das fábricas, com as melhorias alcançadas durante o Governo Lula: houve criação de milhares de vagas a cada ano. Também se enfraqueceram pelo abandono da luta sindical de muitos líderes que  se aninharam em cargos públicos, com elevados salários.

Os sindicatos e suas lideranças perderam a combatividade, acomodados com as receitas do "imposto sindical". As quais ainda financiam as mobilizações, através da "condução e lanche".

Lula promete reverter as mudanças, revogando a reforma trabalhista e a terceirização, apesar de saber que depende do Congresso. As suas promessas, nem sempre são realistas, mas isso não lhe importa.  O que importa é a sua aceitação pelo eleitorado.

Uma coisa é certa. Ele não tem mais a fidelidade, a unanimidade dos trabalhadores.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Cenários dos próximos passos (5)

O eleitorado potencial de Lula pode ser desdobrado em três grandes grupos:
a) os de menor renda, também caracterizados como pobres. Seriam das classes D e E e parte da C.
b) os trabalhadores formais, a base inicial da liderança sindical de Lula e da formação do PT. 
c) os esquerdistas de classe média e alta que se aliam e apoiam Lula por ver nele um político capaz de promover maior justiça social.
Os primeiros estão mais propensos a aceitar os discursos de Lula. 

Esse eleitorado perdeu confiança no PT em 2016, por conta das revelações do envolvimento do partido e de lideranças com a corrupção, 
Lula tenta uma virada a partir do seu carisma pessoal e recuperar para o PT os votos perdidos em 2016. 
Esse povo só tem um candidato que pode chamar de "seu". É Lula ou ninguém mais.  Não são votos do PT, mas de Lula.
A base do voto é a esperança. E só ele representa uma esperança possível.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Cenários dos próximos passos (4)

Mais uma vez a opção estará em trabalhar com a desinformação do eleitor ou trabalhar com a informação distorcida. O que levará a uma batalha de comunicações.

A versão de Lula/PT para esse eleitor pouco informado e com baixo grau de reflexão e avaliação, será de que Lula não é ladrão, que nada foi provado e ele não se enriqueceu: o triplex do Guarujá não é definitivamente dele. E que a condenação dele decorre de uma perseguição política da elite que, para evitar que ele volte, retome os programas sociais e tribute mais os ricos para pagar esses programas. 

Ele seria uma espécie de Robin Hood que tira dos ricos para dar aos pobres. A maioria da população, principalmente os mais jovens, não tem a menor idéia de quem seja Robin Hood, mas muitos podem aceitar a versão. E como ele tira ou quer tirar dos ricos esses o acusam de ladrão. Mas para os beneficiados ele seria um "bom ladrão", que distribui o produto aos mais necessitados. Sem se "enricar" pessoalmente.

Esse é o ponto crítico da batalha da comunicação. Ele ser o proprietário do triplex do Guarujá, do ponto de vista jurídico pode ser caracterizado comao lavagem de dinheiro. Do ponto de vista político seria um símbolo de enriquecimento pessoal. Nesse caso, ele não seria um "bom ladrão" que "rouba para nós", mas um mau ladrão que se beneficia pessoalmente.

Para o seu eleitorado ele ser ou não corrupto não é o mais importante. O que ele quer saber é se ele está "roubando para nós" ou "roubando para ele".

Lula tenta vender ao seu público que ele não é corrupto, que na linguagem deles não é ladrão. E que as condenações fazem parte de uma conspiração. Muitos acreditam nessa conversa. 

domingo, 28 de janeiro de 2018

Cenários dos próximos passos (3)

A trajetória futura de Lula e do PT estão claramente definidas e serão seguidas, com comando pleno de Lula é condução executiva pela Presidente Gleise Hoffmann e a tropa de choque. 
Estratégia de força se baseia num poder efetivo, que pelo seu temor submete os demais aos seus designios.
Essa é a perspectiva de Lula/PT que se baseia na visão de que ele é o único que pode levar a esquerda de volta ao poder. E que com a divisão entre os partidos, a direita poderá prevalecer. E sem a sua presença a vitória será do centro, com a continuidade do Governo Temer, com sucessiva redução dos direitos dos trabalhadores, preterição dos mais pobres e agravamento da desigualdade social.

Portanto o cenário de Lula/PT é chegar em agosto de 2018 com Lula condenado em instância superior (STJ), com prisão decretada, mas respondendo em liberdade, por força de habeas corpus. E sozinhos, isto é, sem coligação com qualquer outro partido. O que implicará numa redução do tempo de TV e recursos do fundo eleitoral.

O cenário mais provável é que Lula/PT não insistam nas coligações no primeiro turno, acordando o apoio no segundo turno. Nesse as eventuais coligações não alteram o tempo da "propaganda gratuita". 

Haverá forte pressão dos demais partidos de esquerda para a desistência de Lula, mas o mais provável será a sua resistência, a menos que as pesquisas de intenção venham a indicar uma substancial queda de intenções a seu favor.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Cenários dos próximos passos (2)

O candidato de Lula à Presidência da República em 2018 é Lula. 
O PT não tem poder de decisão. Quem tem poder de decisão é Lula. E não existe alternativa a Lula. Não existe Plano B, C e até Z.
Não existe alternativa à Lula. Mas ainda existem muitas elucubrações inúteis na busca de uma alternativa que não existe.

O PT não tem votos para a eleição presidencial de 2018. Quem tem potencial de votos é Lula. O PT não tem nenhum outro candidato com o mesmo potencial de votos. E a possibilidade de Lula transferir os supostos "seus votos" é limitada.

E Lula não vê, nem quer ver, ninguém fora ele, ocupando a Presidência da República em 2019, com um PT fraco no Congresso Nacional. 

Para Lula é ele, puxando uma bancada forte da esquerda no Congresso, principalmente na Câmara dos Deputados, ou o PT na oposição, tornando-se mais forte para 2022.

Por isso, se impedido de ser candidato, o melhor é o "eleição sem Lula é fraude", do que coonestar a eleição com um candidato alternativo do PT. Ou apoiando algum candidato da esquerda. 

É Lula candidato poderoso ou "eleição sem Lula é fraude". Esse segunda é o Plano B de Lula e do PT. Não existem outras alternativas. 

Ele quer estar com o seu nome, o 13 e sua foto na urna eletrônica, mesmo sabendo que os votos dados a ele serão anulados.

Será o seu ativo politico.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Cenários dos próximos passos (1)

Condenado em segunda instância judicial penal, Lula e o PT estão seguindo o roteiro anteriormente traçado sem surpresas e assim continuará até o segundo semestre de 2018.

Lula e o PT manterão a sua pré-candidatura à Presidência da República, apesar da certeza de que o seu registro será impugnado e negado pelo TSE. Por razões absolutamente formais e técnicas. 

Manterá a estratégia de contestar a decisão, acusando de ser uma decisão política, com o objetivo de evitar - a todo custo - a sua eleição.

A estratégia é de mostrar à opinião pública uma versão exatamente oposta à realidade. 

O que está sendo julgado é se Lula é corrupto ou não. O caso do triplex do Guarujá é apenas um caso e dos menores. 

Lula quer evitar que a mídia dê destaque ao fato de que ele está sendo condenado por corrupção. Ou em termos populares que ele está sendo condenado por ser um "ladrão".

O seu principal obstáculo está na difusão e aceitação pelo seu eleitorado da imagem de "ladrão".

Essa imagem será altamente negativa, se refletirá na perda de votos e na sua não eleição. 

A sua estratégia de comunicação é de substituir aquela imagem pela de vítima. Vítima da conspiração da "zelite" que está manipulando o Judiciário, para tentar evitar a sua legítima eleição pelo povo. 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Publicação do dia 8 de janeiro de 2018

São duas certezas em relação ao julgamento do recurso de Lula, em Porto Alegre, no dia 24 de janeiro: ele será derrotado, com a confirmação ou agravamento da condenação proferida pelo Juiz Sérgio Moro, com base - estritamente - em argumentos jurídicos. Por outro lado, com toda certeza a defesa de Lula irá recorrer.

A incerteza está no tamanho e altura da "voz das ruas". Seja em Porto Alegre, acompanhando o julgamento, assim como em outras cidades brasileiras. Com o objetivo de produzir um mártir.

Se a mobilização for ampla, com repercussão nacional, essa será incentivada para pressionar os Tribunais Superiores. 

Caso contrário a candidatura Lula irá desidratar.

Não foi profecia. Apenas um exercício racional de cenário. Depois não perdemos tempo com elucubrações inúteis, para só voltar ao assunto hoje, com a plena confirmação do cenário.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A estratégia do populismo

O discurso populista tem por base um principio básico da estratégia: para fortalecer a nossa posição e reunir os adeptos é preciso ter um inimigo visível. 
Se não existe de fato é preciso criar, fazer crer que existe. Dai a tônica do discurso populista é nós contra eles. 

No caso brasileiro, dois pré-candidatos à Presidência adotam, com sucesso o discurso populista. Lula, por um lado, tem como inimigo evidente o atual Governo Temer ao qual atribui todas as responsabilidades pelos problemas do povo brasileiro. 

Não lhe importa se verdadeiro ou falso. Escolhido como o inimigo, só é mostrado por elementos negativos. Não reconhece, nem pode reconhecer, qualquer elemento positivo.

Já o outro lado aproveita esse discurso para caracterizá-lo como o inimigo. Lula e o PT seriam os grandes inimigos que precisam ser combatidos. O discurso seria igualmente populista.

Por enquanto o "meio" também caracterizado como centro não adota o discurso populista e não elege - claramente - o inimigo. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (8)

O quadro político brasileiro está péssimo e decorre da eleição pelo povo dos políticos atuais. 
A solução não está, como querem alguns poucos, em regimes de exceção para extirpar essa "corja".
As mudanças tem que ser feitas dentro da democracia, com garantia das plenas liberdades, inclusive a de votar mal.
E não se diga que o povo não sabe votar. Sabe votar sim, e tem as suas razões para votar em quem tem votado e poderá continuar votando nos mesmos.
Para mudar é preciso partir de diagnósticos corretos.

Esse equívoco de diagnóstico leva o processo a continuar como está. Para desgosto do mercado e da "zelite".

A opinião publicada está plenamente consciente que a sociedade brasileira está doente e que o "povo" elege quem ela acha que não deveria eleger. São constatações objetivas e irrefutáveis.

Mas ela se recusa a aceitar as causas reais. Inventa causas ilusórias para insistir em remédios ineficazes. 

Se o diagnóstico estiver errado, a medicação estará errada. 

Colocamos aqui uma "segunda opinião" para confrontar com a primeira. Para ser devidamente avaliada e discutida. 

(cont)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (7)

O processo envolve sempre  uma aliança entre o candidato a deputado federal e lideranças politicas locais. Pode ser o Prefeito atual ou o seu concorrente. A parceria envolve o apoio mutuo para eleição de ambos. O candidato a deputado federal promete canalizar as verbas das emendas parlamentares ao Municipio e o político local a angariar votos para a eleição do candidato a deputado. 
Esse é o fundamento que elege a maioria ou a quase totalidade dos deputados federais.

A partir desse elemento fundamental há variantes ou fatores complementares relevantes. A parceria pode envolver recursos financeiros para ambas as campanhas, embora ocorram em datas diferentes. 

Tradicionalmente a política local é dividida entre "nós" e "eles". Antigamente, com poucos partidos, tanto um lado, como outro, tinham contornos partidários mais nítidos. Com a abertura e proliferação dos partidos, qualquer dissidência interna leva o dissidente a buscar outro partido. E sempre encontra espaço.

A habilidade política está na parceria com o "lado certo". 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (6)


Seja veterano ou novato, defender educação e saúde de qualidade é condição essencial: necessária mas não suficiente. 

A solução, já praticada pelos países mais desenvolvidos é um atendimento universal e de qualidade, com adequada distribuição entre os serviços públicos e privados, de tal forma que o tema saia da agenda política. 

Ninguém precisa defender educação e saúde de qualidade porque essas já existiriam, seriam a situação normal. E com isso o deputado perderia a função de despachante. Deixaria de sê-lo por desnecessidade da atividade. E teria que se voltar para a representatividade. Para as questões mais gerais e com diferenças ideológicas.

Essa condição dos países desenvolvido, no entanto, está longe do nosso horizonte de curto e médio prazo. Ou em termos de calendário: os deputados ainda terão a função de despachante, como a predominante nas eleições de 2018 e 2022. Pode-se esperar alguma mudança evolutiva que rompa em 2026. 


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (5)

A pessoa, que em momentos eleitorais, vira eleitor ou eleitora, não vai escolher entre o político de direita ou de esquerda, entre aquele que é a favor ou contra a maior intervenção do Estado na economia. 

A sua decisão de voto não é ideológica. É pragmática.  Ela quer ser atendida, ou ela quer melhorar as perspectivas de atendimento.
Esse processo que domina, na prática, na realidade, embora indesejada e contestada pelos cientistas políticos, tem origem e base na ampla prestação de serviços públicos pelo Estado, principalmente os de caráter social.

Ser a favor de um Estado provedor e quanto maior melhor, dá votos. Ser contra e defender a privatização,  ou um Estado menor, não dá votos. 

Todos defendem um Estado provedor universal, isto é, que atendam a todos que o procure. Mas isso não ocorre na prática: há filas enormes para obter uma consulta num posto de saúde, não se consegue matrícula para o filho próximo da casa, há um fila de espera enorme para obter uma vagas numa creche, etc, etc.

É diante da deficiência de atendimento que entra o político. O político é o meio para "furar a fila". 

E "furar a fila" é um meio indireto de "compra de voto". 

Com as revelações todas sobre corrupção, sobre venda de votos, há um sentimento de revolta contra os políticos, mas isso não resulta - necessariamente - em não votação neles. O que prevalece é uma cultura comum do "jeitinho". É a aceitação de que todo político é assim mesmo. Se aparecer um novo, com discurso de "seriedade", não terá votos se não prometer ser "despachante" (embora nunca vá afirmar isso expressamente).

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (4)

Todos os discursos dos candidatos continuarão os mesmos: "educação e saúde de qualidade". O que é isso e como se aplica caso a caso, fica à interpretação ou a imaginação de cada um.

Para que o eleitor deixe de votar no despachante é preciso que ele perceba que o seu despachante é ineficaz. Ele não trouxe ao eleitor o que ele prometeu, ou o que o eleitor esperava. Não trouxe para ele ou para a sua comunidade o atendimento de saúde pública que prometeu.

E, em alguns casos, além do mais, ele é corrupto, "ladrão" e desviou os recursos destinados à saúde.

O descrédito do eleitor com os políticos tem que ser canalizado para a contestação do papel do deputado como despachante de interesses pessoais e locais, em relação aos serviços públicos. 

A constatação de que o deputado não o representa só é importante para a elite.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (3)

Dentro da sociedade, o Estado é instituído para estabelecer as regras básicas do funcionamento, governá-la e prover os serviços que atendam às necessidades fundamentais dos seus integrantes. A relação dessas necessidades fundamentais são institucionalizadas constitucionalmente (que é a lei maior), como "direitos dos cidadãos e dever do Estado".

Os políticos são eleitos pela população para estabelecer as regras de funcionamento do Estado, da própria sociedade e administrar a prestação dos serviços públicos considerados fundamentais ou essenciais.

Os teóricos e a opinião publicada, influenciada por esses, privilegiam a valorizam as funções institucionais, mas a maioria do povo, a opinião não publicada - ao contrário - dá total preferência à prestação dos serviços públicos pelo Estado. 

Porém não é uma visão coletiva, posicionando-se pela universalização dos serviços de saúde, de educação integral, de eletricidade e outros. A visão é individual ou comunitária, para que o Estado lhes atenda individualmente. 

A pessoa não está interessada numa discussão ideológica ou técnica sobre a universalização do atendimento básico de saúde, isto é, consultas, exames e medicação. Ela quer e reivindica o seu atendimento. Ela não está interessada em saber se 30 ou 40% da população não são atendidos ou que há 3.000 municípios que não são atendidos. Ela quer ser atendida e que os serviços de saúde no seu município funcionem bem. Ela quer que haja atendimento "até onde a vista alcance". Fora disso o problema não é dela, é dos outros.

Para o político "interesse público" é o do público que ele conhece e por aquele é conhecido. Não é o público nacional e muito menos mundial.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia - 2

Os formadores de opinião dizem que há uma nova cidadania e que essa vai promover a renovação da Câmara. Existe, mas é restrita. É uma marolinha, não um tsunami. É mais um desejo do que uma avaliação racional, mas que se transformam em mistificação, para manter tudo como está. Ou pior. 

Os ditos formadores de opinião dizem o que o seu público quer ouvir. Não a verdade crua e cruel. Fazem sucesso por vender ilusões que se transformarão em frustrações.

Eles acham e defendem que o eleitor deve eleger bons representantes. Mas não é o que o eleitor - na prática - elege. Ele não elege representantes da sua visão, do seu pensamento, das suas posições ideológicas. Ele quer um despachante que intermedeie junto aos Governos e dentro do próprio Congresso os seus interesses individuais ou da sua comunidade: ter um melhor atendimento pelos serviços públicos, principalmente saúde e educação. 
O interesse público se limita à comunidade local onde vive. Ou até onde a sua vista alcança. Não é um interesse geral de país. 

domingo, 14 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia (2)

Os formadores da opinião publicada vinham contando uma falsidade que acreditavam ou desejavam que fosse verdade.
De que diante das revelações de corrupção dos políticos, os eleitores iriam promover uma ampla renovação do Congresso Nacional, "varrendo do mapa" os atuais deputados e elegendo uma plêiade de novos deputados, não associados ao modelo atual.

Os eleitores em outubro de 2018 irão eleger os mesmos deputados ou substituí-los por outros da mesma estirpe. A Câmara dos Deputados continuará sendo igual ou pior do que a atual. Uma efetiva renovação não passará de 20%, sendo o mais provável que fique na faixa dos 10%.

Dizer que há uma nova cidadania e que essa vai promover a renovação da Câmara é mais um desejo do que uma avaliação racional. 

Os ditos formadores de opinião dizem o que o seu público quer ouvir. Não a verdade crua e cruel. Fazem sucesso por vender ilusões que se transformarão em frustrações.

Eles acham que o eleitor deve eleger bons representantes. Não é o que o eleitor - na prática - elege. Ele não elege representantes da sua visão, do seu pensamento, das suas posições ideológicas. Ele quer um despachante que intermedeie junto aos Governos e dentro do próprio Congresso os seus interesses individuais ou da sua comunidade: ter um melhor atendimento pelos serviços públicos, principalmente saúde e educação. 

O interesse público se limita ao próprio eleitor e à comunidade local onde vive. Ou onde a sua vista alcança. Não é um interesse geral de país. 

sábado, 13 de janeiro de 2018

O grande equívoco da democracia

A grande ilusão ou equívoco dos analistas políticos é que o povo - o detentor efetivo do poder, nas democracias - elege seus representantes. Representante no sentido que representa os seus valores, suas idéias, sua visão política.
Na prática, não é bem assim: a maioria das pessoas, principalmente as de menor renda, elegem o seu "despachante", no sentido de seu vereador ou deputado o ajude a ter os serviços públicos de que necessita.

E que o Prefeito, Governador ou Presidente da República em quem vota, proveja tais serviços, em educação, saúde, segurança, mobilidade urbana e outros. Incluindo nesses a justiça. à qual mal tem acesso.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Incerteza é o medo que vá ocorrer o que não queremos

O problema maior da incerteza não é não saber o que irá ou poderá ocorrer, mas o medo de que vá ocorrer o que não se quer.
Esse é o grande medo da classe média, dos empresários e daqueles que se consideram ideologicamente de centro, em relação à eleição presidencial.

Em função disso a maioria dos analistas econômicos - que são majoritariamente de centro - vaticinam que a economia brasileira em 2018 vai ser fortemente afetada pela incerteza política. Não estão certos. Estão é com medo.
O maior medo é a persistência da candidatura Lula à Presidência, que permanece de forma consistente na liderança das pesquisas.
Segundo algumas avaliações do mercado, esse medo ainda estaria em torno de 40%. O medo ou incerteza do mercado financeiro cairá para cerca de 15% no dia do aniversário da cidade de São Paulo.

Esse nível de incerteza pouco afetará a dinâmica real da economia. 

Quem ficar esperando pelo desastre de 2019 vai perder mercado. 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Corrupção no imaginário popular

A corrupção é um elemento imaterial, mas é percebida pela mala de dinheiro, com as suas variantes. O dinheiro de alguma transação escusa pode estar numa sacola de loja de shopping center, ou numa mochila. Mas o que o imaginário popular absorve ou adota como imagem da corrupção é uma mala cheia de dinheiro. 
A prisão de Marcelo Odebrecht o "principe dos empreiteiros" foi simbólica para a opinião publicada, mas pouco significativa para a não publicada. Ele tem a imagem de um jovem careca, típico de classe média sem qualquer atributo imaginário. Não tem cara de bandido. 
Já no caso da JBF apareceu uma mala. E uma "corridinha". Tudo filmado.
E depois as malas do Geddel. As quais, segundo a Polícia Federal, reunia mais de 50 milhões de reais.
Materialização da corrupção. 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Certezas e incerteza para 24 de janeiro

São duas certezas em relação ao julgamento do recurso de Lula, em Porto Alegre, no dia 24 de janeiro: ele será derrotado, com a confirmação ou agravamento da condenação proferida pelo Juiz Sérgio Moro, com base - estritamente - em argumentos jurídicos. Por outro lado, com toda certeza a defesa de Lula irá recorrer.

A incerteza está no tamanho e altura da "voz das ruas". Seja em Porto Alegre, acompanhando o julgamento, assim como em outras cidades brasileiras. Com o objetivo de produzir um mártir.

Se a mobilização for ampla, com repercussão nacional, essa será incentivada para pressionar os Tribunais Superiores. 

Caso contrário a candidatura Lula irá desidratar.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Ninguém dissemina notícias falsas (fake news)

Quem recebe uma notícia que acha que é verdadeira ou gostaria que fosse verdade, transmite a outros essa "sua" verdade.
Portanto ninguém transmite uma notícia falsa, sabendo que é falsa. 
O problema não está na falsidade da notícia, mas na aceitação pelas pessoas que as recebe e assume como verdadeira.

Esse processo se baseia no comportamento das pessoas que querem que a notícia recebida seja verdadeira. Elas estão predispostas a aceitar como verdadeiras. Porque desejam que  as sejam. É um processo psicológico individual que se transforma em psicologia das massas.

A proliferação de fake news não é um problema de  tecnologia, mas o desejo inconsciente das pessoas que determinadas notícias sejam verdadeiras, ainda que não sejam. 

A tecnologia facilita e acelera a disseminação das verdades assumidas. Mas é apenas o meio. O conteúdo continua sendo a velha "fofoca".

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Esquerda, direita e centro: ficções políticas (2)

As soluções responsáveis para vencer a crise fiscal implicam em profunda reorganização do Estado.

Redução da burocracia, redução de gastos com o funcionalismo público, tanto ativo, como inativo, "reduz direitos" e conta com forte resistência. Tanto em Brasília, onde está o centro, como em grande parte dos municípios pequenos e médios, cuja principal fonte de renda e de emprego são as "repartições públicas" locais. 

Mesmo com a redução das despesas públicas, não há muita margem para a redução da carga tributária geral. 

Os mais ricos contribuem proporcionalmente com muito menos dos que os menos ricos. 

Mudar isso, também conta com ampla resistência, embora mais de natureza política do que eleitoral. Os ricos que pagam menos impostos são eleitoralmente poucos. E pouco ou nada pesam numa eleição nacional.

O que falta aos eventuais candidatos do centro político não é viabilidade eleitoral, mas coragem política de assumir as posições e correr o risco de não ter adesão política.

O que deixa espaço para "outsiders". Nem todos responsáveis. 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Dezembro de 2017


Esquereda, direita e centro: ficções políticas


A divisão ideológica que existe na cabeça dos acadêmicos, das cúpulas políticas e da opinião publicada não corresponde aos corações e mentes da maioria dos eleitores brasileiros. Para os quais esquerda ou direita não fazem parte do seu cotidiano, tampouco da chamada "visão de mundo".

A maioria da população brasileira quer um Estado maior, mas com atuações diferenciadas.

A suposta população de esquerda, que abrange aqueles de menor renda, não tem posições ideológicas. Ela quer a melhor prestação de serviços públicos pelo Estado e gratuitas. 

Lula é o grande mentor dessa mensagem e promete dar a essa população as mesmas condições e esperanças do "seu tempo". Para a opinião publicada é o candidato da esquerda.

"Todo mundo" sabe que ele será condenado, mas poderá concorrer protegido por liminares. 

Já os seus potenciais eleitores ficarão na dúvida entre apostar na esperança ou não desperdiçar o seu voto. Votar em Lula poderá ser ato inútil, que interessa ao partido, mas nenhum benefício traz para o eleitor mais pobre. 

Bolsonaro, considerado como candidato da direita, mira o mesmo eleitorado de Lula: as pessoas de menor renda, com o mesmo discurso básico de um Estado mais forte, mas voltado prioritariamente para o combate à violência. E um Estado, livre de corrupção. 

Nesta dimensão tem um apoio maior, inclusive de importantes segmentos da classe média. A elite prefere-se refugiar em "guetos condominiais" e a buscar a segurança privada. Incluindo a possibilidade mais ampla e menos regulada de ser armar, para se defender.

Mas Bolsonaro adere a concepções culturais, consideradas pela opinião publicada, como incorretas e atrasadas. Mas que ainda são dominantes nas classes de renda mais baixa, difundidas pelas igrejas evangélicas. 

Segundo as classificações acadêmicas os movimentos evangélicos seriam politicamente de direita, mas a sua principal penetração eleitoral está nos redutos considerados de esquerda. 

O dito centro político ainda está à busca de um candidato eleitoralmente viável, o que não existe. Pode ser uma busca inútil, porque o "centro político" não existe eleitoralmente.  

O centro político tem por foco a macroeconomia e a gestão fiscal. O eleitorado não se sensibiliza com indicadores macroeconômicos, assunto só para os iniciados. O eleitorado quer saber de pagar menos impostos, ter melhores serviços públicos e não ter carestia. 

Isto é viável, mas pode ser proposto e até executado por medidas populistas, como fez o PT, ou por medidas mais responsáveis e sustentáveis. 

Candidatos com soluções responsáveis, além de poucos, não tem viabilidade eleitoral. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

A omissão de José Galló

José Gallo é, sem dúvida, o melhor e mais brilhante administrador profissional. O paradigma desejado pelas Escolas de Administração. Não é um acadêmico, profundo conhecedor das teorias administrativas, mas capaz de colocar em prática as mais adequadas ao seu negócio.
O seu livro “Poder do Encantamento” deve ser o livro básico de todo estudante de Administração, que sem ser “herdeiro” tem pretensões de alcançar a direção geral de uma empresa. 

Uma omissão no seu livro refere-se ao trabalho similar à escravidão. Uma questão que é – provavelmente – o maior risco de uma rede de varejo que se baseia na cultura empresarial e na imagem.

Uma denúncia de uso de trabalho infantil ou similar à escravidão, causa um amplo e profundo impacto sobre a marca.
Para continuar encantando os seus clientes, não basta o bom atendimento. Precisam garantir às suas clientes de que não estão pagando um trabalho infantil ou similar à escravidão.

Houve uma pequena falha no sistema de controle da empresa e, no mundo do domínio das redes sociais, isso poderá por tudo a perder. 

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...