Os rolezinhos, como a gripe, tem um ciclo, começando com uma coriza, mal estar, passando para a febre, dores no corpo, tosse, depois some, remanescendo apenas a tosse. Pode-se aguardar resguardado, para que ela não vire uma pneumonia. Pode-se tomar preventivamente uma vacina, mas a sua eficácia ainda é discutível. Funciona para algumas pessoas, para outras não.
Os rolezinhos, em São Paulo, estão entrando na segunda fase, como consequência da ação da polícia militar à primeira. É a medicação tomada em excesso que traz novas reações. Essa fase é motivada pela solidariedade às vítimas da truculência policial, e de protestos contra essa. Levará a picos de alta temperatura. O movimento inicial irá refluir.
Essa segunda fase se espalhará por outros shoppings, outras localidades, envolvendo outro público. Não será mais um rolê, mas uma manifestação de protesto. Não envolverá apenas jovens pobres da periferia, mas jovens de classe média, e até alta, dispostos a transformar a sua insatisfação contida, com "tudo que está ai", no manto do rolezinho.
As autoridades e os administradores dos shopping centers precisam entender que essa fase não tem mais a característica da primeira. São manifestações convocadas por pretensas lideranças, algumas de caráter ideológico.
É a oportunidade de atacar os "templos de consumo", atiçando os mais radicais ao vandalismo.
A terceira fase é dos black blocs e outros oportunistas que, infliltrados na multidão objetivam vandalizar ou roubar.
É a fase das dores musculares que tomam conta de todo o corpo, deixando o doente prostrado. Requer antibióticos poderosos para evitar agravamentos, mas tem efeitos colaterais.
Passada a onda, a gripe reflui. Haverá manifestações isoladas, esparsas, sem maiores repercussões.
Volta-se à aparentemente normalidade.
Mas a medicação inadequada, principalmente, a tentativa de abortar os sintomas pode levar a sequelas maiores.
É importante entender que essa segunda fase dos "rolezinhos" é diferente da primeira e os tratamentos não podem ser os mesmos.
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