Para a realização da Copa do Mundo de Futebol são necessários 8 estádios, com capacidade em torno de 40 mil lugares, para abrigar os grupos da fase inicial.
Por precaução, a FIFA requer a programação de 10 estádios, contando com eventuais problemas de inconclusão de um ou outro.
O Governo Brasileiro pediu para aumentar o número para 12 de forma a abrigar a Amazônia e o Pantanal.
Embora o pedido tenha sentido econômico, em função da atratividade turística, o objetivo foi de natureza política.
Para reduzir as eventuais oposições o Governo açulou uma concorrência entre Manaus x Belém e Cuiabá x Campo Grande.
O resultado agora é que os Governos do Mato Grosso e da Amazônia estão com um grande "abacaxi para descascar".
Como dar utilidade a grandes e modernos estádios, em cidades com um pobre futebol? Em Manaus os clássicos regionais não conseguem reunir nem 1000 espectadores pagantes. No Mato Grosso os principais clubes nem são da capital.
As perspectivas das duas cidades são diferentes em função das condições econômicas da população e do potencial turístico.
A Amazônia é uma das principais atrações turísticas do Brasil, seduzindo ou encantando milhares de turistas estrangeiros que querem conhecê-la. Na ocasião das escolhas das cidades, indo a Manaus, questionávamos se o Governo deveria investir em estádio ou deveria destinar mais recursos ao marketing turístico e à melhoria da infraestrutura hoteleira e de serviços públicos.
A argumentação das autoridades era e continua sendo de que sem o novo estádio, Manaus não receberia jogos da Copa e não se beneficiaria da visibilidade que o país e as cidades-sede teriam, para estimular o turismo.
Como sede de jogos, apenas da primeira fase, Manaus terá - sem dúvida - maior visibilidade, mas os eventuais ganhos adicionais serão pequenos em relação aos enormes gastos.
A visibilidade turistica do Brasil levaria, naturalmente, à maior exposição de pontos de interesse, nem todos vinculados aos jogos da Copa, como Foz do Iguaçu e os balneários de Santa Catarina. A Amazônia, como o Pantanal estariam obrigatoriamente no elenco, mesmo não sediando jogos.
Mas por razões políticas Manaus resolveu construir um belo estádio, que terá pouca utilização. O Governo resolveu agora contratar uma consultoria, acrescentando mais um gasto desnecessário. A EY já foi contratada pelo Governo Brasileiro para demostrar um fantástico crescimento da economia brasileira em função da Copa, o que a realidade já está a desmentir. Mas ela vai cobrar novos milhões para encadernar fantasias. Denominar o estádio de arena, não vai fazer o milagre de geração de renda. Falta capacidade econômica da demanda.
Já Cuiabá tem alguma possibilidade, porém com grandes investimentos e resultados a longo prazo.
O Estado é rico, como um polo do agronegócio, e tem condições de desenvolver um futebol profissional. Já tem um embrião, com o Luverdense, da cidade de Lucas do Rio Verde, uma das principais bases do agronegócio, onde a BRF está instalada.
A estratégia deverá ser do apoio ao desenvolvimento de diversos clubes de futebol, em diversas cidades e no aglomerado urbano da Capital, com a construção de pequenos estádios para os clubes e patrocínios regionais para cobertura televisiva dos jogos.
Cuiabá, diversamente de Manaus, tem melhores condições de receber jogos dos grandes clubes, seja dentro das tabelas oficiais, como decorrentes de punições.
Uma proposição a ser reiterada é da estruturação do Campeonato Brasileiro em três turnos, com menos clubes por série. A meta seria reduzir cada série à metade, em três turnos, sendo que num deles o mando seria da CBF. A CBF marcaria os jogos nos estádios das cidades que não tivessem representantes na série. Assim Manaus, Cuiabá e mesmo Natal receberiam jogos dos principais times brasileiros. Seria uma forma de atrair o público para os estádios, tirando-os de frente da televisão e promover o futebol local ou regional. Os estudos deveriam ser feitos no sentido de avaliar a viabilidade dessa proposição.
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