Há duas categorias básicas de cidades-sede em relação ao turismo:
as do turismo de lazer, predominantemente do segmento "praia e sol" e as do turismo de negócios. No primeiro caso estão as cidades-litorâneas do Nordeste, com um grande potencial de crescimento com a Copa e após o evento, beneficiado pela visibilidade do Brasil e das suas atrações turísticas.
Manaus e Cuiabá estão vinculados a duas grandes atrações internacionais: a Amazônia e o Pantanal. Há um grande interesse de eco-turistas de todo o mundo por esses sistemas naturais. São duas grandes vitrines do Brasil, porém correm o risco de perda de oportunidade pelas deficiências de infraestrutura urbana e da hotelaria.
As cidades do turismo de negócios como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre dependem do desenvolvimento dos seus negócios de âmbito mundial. O Brasil não tem estratégias mercadológicas para promover o turismo de negócios, focado apenas nas estratégias de turismo de lazer. A tendência dos órgãos de turismo é de "vender" atrações turísticas de lazer, dessas cidades, como as cidades históricas de Minas, ou o frio e o chocolate de Gramado para os europeus. Tem sido pouco eficazes.
São Paulo já alcançou uma dinâmica autossuficiente, devendo continuar crescendo no turismo de negócios e na demanda para hotelaria, apesar das políticas equivocadas da atual Administração Municipal, em relação aos turistas. Uma cidade que pretende atrair negócios e turistas de negócios tem que dar tratamento adequado aos taxis, porque são esses os principais meios de locomoção dos turistas na cidade. Basta ver o que ocorre em Nova York, Tokyo, Londres e outras. Ao não reconhecer os taxis como transporte público a Prefeitura está reprimindo o desenvolvimento do turismo de negócios na cidade.
Curitiba apresenta boas perspectivas em função das escolhas da indústria automobilística, porém corre riscos. Há uma tendência de ampliação dos movimentos "anti-carros", com lideranças dentro da própria cidade e isso poderá afetar a produção, comercialização e geração de recursos tributários para a Região Metropolitana de Curitiba.
Belo Horizonte e Porto Alegre ainda não encontraram o rumo para se tornarem cidades mundiais de negócios. Belo Horizonte ainda tem o projeto Aerotrópolis (cidade aeroporto, mostrado no gráfico ao lado) ainda que dentro da sua região metropolitana e não do Municipio. Já Porto Alegre não tem nenhum projeto de alavancagem mundial.
A realização da Copa no Brasil em nada contribuiu até agora para "acordar" as autoridades, os órgãos de turismo e os "turismólogos" para estratégias de desenvolvimento do turismo de negócios. Não passam da idéia da construção de Centros de Convenções e Exposições, apesar de já existirem em algumas das cidades sede, com ociosidade.
Brasília e Rio de Janeiro, são situações diferenciadas. O primeiro é sede da Capital Federal, o que leva para ela o turismo de negócios nacionais e internacionais interessados em negociar condições para a implantação ou desenvolvimento dos seus negócios. Ademais Brasília tem uma atração para os interessados na arquitetura e no urbanismo. O turismo de lazer não tem Brasília como a principal opção, mas a inclui nos seus roteiros de andança pelo Brasil.
O Rio de Janeiro tem a condição excepcional de juntar o turismo de lazer, com as suas praias, belezas naturais e construidas - como o Corcovado (foto), com o turismo de negócios, em função das bases das empresas do setor de petróleo & gás.
O turismo de negócios relacionado ao petróleo das camadas do pré-sal da Bacia de Santos, se desenvolve no Rio de Janeiro e não em São Paulo.
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