Animado pelo resultado da pesquisa de opinião realizada pelo
Datafolha e estimulado pelo grupo ideológico, liderado pelos seus filhos, Jair
Bolsonaro voltou novamente de lado, deixando de lado o tom conciliador e
colaborativo, adotado no dia 23 de março em reunião com os governadores do
norte e nordeste, para reiterar, em pronunciamento, na noite de ontem, a tese
da histeria e opondo-se às medidas restritivas adotadas pelos governadores, acusando-os
de paralisar a economia e gerar efeitos negativos maiores do que do vírus.
A pesquisa do Datafolha, pouco difundida, realizada por
telefone com 1.558 entrevistados por telefone, entre os dias 18 e 20 de março, portanto,
antes da videoconferência do dia 23, indicaria que entre os que votaram nele
(dado divulgado apenas pelas redes sociais) mais de 50% apoiam as suas
posições.
Entre todos os entrevistados, a sua aprovação ainda tem um
pequeno saldo positivo: soma dos ótimo e bom, menos a soma de ruim/péssimo.
Tais dados devem ter animado o grupo ideológico, tendo os
filhos como porta-vozes junto ao Presidente, com grande poder de influência pessoal,
de que ele, Jair Bolsonaro, deveria manter as posições e rumos originais, mais
consistentes com a sua natureza, reforçando o apoio do “seu povo”. Esse
continuaria firme no apoio ao Presidente, dentro das redes sociais ou no apoio
silencioso.
"Capitão, siga o rumo traçado, confie no seu "taco". Os cães ladram a caravana passa. A nossa turma continua firme".
As manifestações barulhentas dos panelaços não passariam de
tentativa de revide dos “petralhas”, com apoio da “mídia vendida” mas sem
capacidade de minar o moral da tropa bolsonarista. Segundo a versão do grupo ideológico,
a Rede Globo está desesperada com o ingresso no mercado de uma forte
concorrente e está alimentando a histeria, para manter a audiência.
O confronto entre o Presidente e os governadores, agravará a
desorganização da economia. Não havendo coordenação federal e rumos bem
definidos, governadores e prefeitos ampliarão as medidas radicais para atender
aos reclamos da sua população, vale dizer, eleitores.
As restrições mais críticas estão no fechamento de fábricas
de alimentos, assim como a circulação de caminhões com transporte de alimentos.
O confronto pode gerar ou agravar uma crise de abastecimento
alimentar. Cada lado, culpando o outro, com graves consequências para a
população.
Confio que haverá uma nova trégua e conciliação entre o
Presidente e os Governadores afaste esse risco.
Registo aqui o meu receio de que este meu comentário alimente
uma corrida aos supermercados e demais lojas de varejo de alimentação, agravando
um eventual desabastecimento.
Não saiam em desabalada carreira em direção aos
supermercados, para fazer estoques de alimentos.
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