Os economistas são dado a profecias, levando milhares de pessoas a acreditaram nelas, para logo em seguida, formular novas, revogando a anterior. Operam em manada, com todo mundo seguindo a mesma direção, para de repente todos eles mudarem de direção.
Até a semana passada eram unânimes as projeções para 2020 em torno de 2%, com os otimistas uma taxa um pouco acima. Os pessimistas ficavam pouco abaixo dos 2%. Agora todos acham que não chega aos 2%. A culpa para os erros passou a ser o coronavirus.
Aqui colocamos que o mês de dezembro de 2019 não repetiria a perfomance dos meses anteriores e não garantindo a sustentabilidade do crescimento.
Para 2020 a economia brasileira seguirá os seus voos de galinha, subindo um pouco, descendo outro, sem sair da faixa de zero a 2% de crescimento anual do seu PIB.
As reformas econômicas são mudanças na forma de dirigir uma máquina obsoleta, sem força, sem tração. A importância é ideologica ou de expectativas. Sem fazer uma retífica no motor, ou na turbina.
Paulo Guedes, no comando da economia, quer implantar obsessivamente uma economia liberal, com o mínimo de participação do Estado, seja estrutural como conjunturalmente. Mas o seu principal "sabotador" é o Presidente Bolsonaro que exige resultados mais imediatos, impondo intervenções conjunturais, como a liberação do FGTS, com efeito temporário insuficiente e que já se esvaiu. Por outro lado, patrocina movimentos altistas, como as das corporações policiais, uma das suas principais bases eleitorais, comprometendo o equilíbrio fiscal dos Estados, que terão que ser socorridos pelo Tesouro Federal, para desespero de Paulo Guedes.
Com o motor atual, seja gerido dentro do intervencionismo do Estado, como dentro de uma economia liberal a economia brasileira não sairá do galinheiro.
A alternativa é uma mudança estrutural da economia, saindo da dependência - quase total - do mercado interno, para se integrar mais amplamente nas cadeias produtivas mundiais.
Essa alternativa foi abalada com a "guerra comercial" entre os EUA e a China. Quando se chegou a uma trégua o coronavirus, comprometeu inteiramente as perspectivas.
A economia brasileira ficou sem perspectiva de trocar as turbinas para poder alçar voos mais altos. A perspectiva de um crescimento sustentado está adiada para 2021, ou mais. A nova perspectiva otimista é não ser alcançado pela recessão.
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