Jair Bolsonaro e Luis Henrique Mandetta tem um objetivo comum: o Presidente não quer Mandetta mais no seu governo. Este não quer ficar no governo Bolsonaro. Mas divergem na forma: Bolsonaro quer que Mandetta se demita, Mandetta quer ser demitido.
Bolsonaro diz que quer salvar o emprego do brasileiro, mas quer mesmo é salvar o seu governo, o seu poder. Mandetta diz que quer salvar a saúde do brasileiro em toda sua extensão territorial. Se sair do Governo de Bolsonaro vai comandar um batalhão para manter os seus propósitos.
Bolsonaro desautoriza sucessivamente o seu Ministro, para que ele peça demissão. Mandetta resolveu entrar no jogo: mantém se firme na decisão de não se demitir e provoca Bolsonaro para forçar a sua demissão.
Leva a crise política e da sociedade para dentro do centro do poder, mais especificamente dentro da ala militar.
Esta vinha segurando o impulso do indómável ex-capitão para não demitir Mandetta, para não ampliar a crise política. Menos para salvar o Ministro, mais para tentar salvar a presidência de Bolsonaro. Demitindo Mandetta, ele ficará mais fraco politica e popularmente. A saida que lhe restará é um "golpe militar", o que é pouco provável que dê certo.
Para os militares, ciosos pela hierarquia e disciplina, o General pode desrespeitar e até humilhar o Coronel, este não pode fazer o mesmo com o General. Significa uma quebra de hierarquia. Bolsonaro é o chefe, Mandetta é o subordinado. Isto é intolerável, para os militares. Apoiam ou apoiarão o que está na chefia, para punir o subordinado.
Em breve Mandetta não será mais o Ministro da Saúde e se deslocará com o seu batalhão para outra frente. Poderá evitar um colapso nacional, com uma escalada insuportável de mortes diárias, como ocorreu e ainda está ocorrendo em alguns países.
Mas quem quer que seja o seu sucessor não evitará colapsos estaduais, que ocorrerão fora dos dois principais polos da presença do vírus e da ocorrência da doença: São Paulo e Rio de Janeiro.
O grande volume de casos nesses estados influencia ou determina as estatísticas nacionais.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário