sábado, 25 de abril de 2020

Má atuação no jogo

Jair Bolsonaro sempre foi melhor no ataque do que na defesa. 
Para rebater a narrativa de Sérgio Moro, colocou-se mais na defesa do que no ataque. Perdeu o jogo, mas tentar uma virada, para manter-se na liderança do campeonato.
Sérgio Moro, apenas não ter uma experiência política, aprendeu logo a dinâmica da Presidência Bolsonaro e numa entrevista coletiva não fez nenhuma acusação. Não acusou o Presidente, nem ninguém. Fez apenas a sua narrativa de conversas e fatos que teriam ocorrido. Sabendo, ai pela sua experiência no Judiciário, de que precisa ter provas: não pode depender do "é a minha palavra contra a dele". 
Deixou que terceiros usassem a sua narrativa para fazer acusações. Foi bem sucedido na estratégia.
Contestado já começou a apresentar provas. Indica que ainda tem muitas no seu arsenal.
Jair Bolsonaro não saiu sozinho para confrontar Moro, no "corpo a corpo". Levou toda sua tropa de Ministros e alguns seguidores mais próximos, para apresentar a sua narrativa e tentar "marcar gols".
A sua narrativa foi confusa, digna do FEBEAPA ou do Samba do Criolo Doido, ambos de Stanislau Ponte Preta, que os mais novos pouco conhecem. Mas a nova versão já corre nas redes sociais.
Ficou a maior parte na defesa, para defender a sua biografia, mas reconheceu os esforços para interferir na Policia Federal, algumas vezes recusada e outras não. Embora diga que a Polícia Federal é um instrumento de Estado e não de Governo, parece achar que o Estado é ele. A Polícia Federal deveria, a ver dele, não são cuidar da integridade física dele e de sua família, mas da reputação deles quando ameaçada. Mas precisaria suplicar diretamente para que a PF cumpra essa missão, já que o Ministro da Justiça e Segurança Pública não se dispôs a tomar a iniciativa.
O seu principal ataque era de caracterizar Sérgio Moro como traidor. Não teve coragem e deixou isso a cargo dos seus seguidores. Mas não lhes deu munição suficiente. Toda a sua narrativa não foi para contestar Moro, mas gerar uma base para as manifestações dos seus seguidores nas redes sociais. 
Os efeitos de curto prazo deverão ser espelhadas nas sondagens de opinião pública. Se Bolsonaro mantiver uma aprovação acima de 33% significará que mantém firme a sua base de apoio popular. Se ficar abaixo de 27%, considerando a margem de erro, significará que teve perdas na sua base. 
A epidemia do coronavirus restringem a mobilização popular, mas manifestações publicas Pró-Moro, com grande volume de pessoas daria a base para os políticos promoverem um processo de impeachment. Esse elemento não será viável a curto prazo, o que favorece Bolsonaro. 
A movimentação em Brasília, dependerá dos Institutos de Pesquisa, com dados divulgados na próxima semana.



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