A principal condicionante, agora definida oficialmente pela OMS é estar com o vírus sob controle. Mas o que define a condição de estar sob controle?
As estatísticas nacionais abrangem um grande território com ocupação diferenciada e uma enorme população, de mais de 200 milhões de pessoas, que vivem em condições muito desiguais.
Os dados nacionais não servem para avaliar se o vírus está sob controle ou não. Poderá estar sob controle em algumas regiões e não em outras.
Será necessário controlar a expansão do vírus nos principais centros demográficos, formados pelas capitais dos Estados ou a região metropolitana, em torno delas. Em segundo lugar evitar que ele se desloque para outras grandes cidades, como para Campinas, Santos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e outras. Em terceiro lugar, que ele se dissemine por todo o território nacional, alcançando também pequenas e médias cidades.
Controlado nos principais polos, mantendo uma boa reserva de leitos, seja para casos menos graves como as de terapia intensiva, pode-se considerar o vírus, temporariamente, sob controle, mas preparada para eventual recidiva. A partir dai pode haver um relaxamento do isolamento e aguardar até duas semanas para monitorar o avanço da contaminação. Caso esse se mantenha contido pode haver uma abertura maior. Caso contrário, retoma-se o isolamento mais rigoroso.
O controle principal é no epicentro, no caso, a capital de São Paulo, mas a unidade de controle estatístico é o Estado, uma vez que a capacidade de atendimento é estadual, com a eventual transferência de doentes graves para os locais de melhor atendimento ou com maior disponibilidade de vagas.
O atendimento da alta complexidade pelo SUS é de âmbito estadual.
Já a transferência entre Estados é mais difícil, o que poderá levar a colapsos de atendimento estadualizados. Terão que ser socorridos com apoio federal para ampliar a capacidade de atendimento e tomar medidas mais rigorosas de isolamento social, de âmbito estadual.
O nível de disseminação do vírus entre Estado é o segundo maior problema para o controle deste, mas no Brasil, diferentemente da China, não há mecanismo de proibição de circulação entre Estados.
Mas pode ocorrer naturalmente pela suspensão de viagens aéreas e mesmo terrestres, por falta de demanda.
Dentro dessa perspectiva o vírus está sob razoável controle em São Paulo influenciando os dados nacionais, mas o avanço no conjunto dos demais Estados ainda é rápido, com risco de colapso em Manaus, Fortaleza e Recife.
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