sexta-feira, 24 de abril de 2020

Nem pato manco, nem Rainha da Inglaterra, então ...


Como ocorreu em 2019, Jair Bolsonaro diante da perspectiva de enfraquecimento do seu poder pessoal, seja pelas tentativas de tutela, como pela desobediência dos seus subordinados, reagiu tentando demostrar força e que sua caneta tem tinta.
Não tendo conseguido que Mandetta se exonerasse, o demitiu, sem gerar comoção nacional, mesmo diante da epidemia e uma aceleração de mortes.
Achando-se suficientemente poderoso buscou a exoneração de Sérgio Moro. Mais uma vez a ala militar tentou demovê-lo, preocupada com a crise política e institucional.
Dentro do Planalto, o “anjinho de branco” tenta conter os impulsos. Mas no outro ouvido está um diabinho, insistindo: “demita o cara, antes que seja tarde”.
Esse diabinho, segundo a mídia se instala num “gabinete do ódio” e por várias vezes precipitou uma ação, em nome de Bolsonaro, criando fatos consumados, que o Presidente era obrigado a confirmar. Até então eram por twitter.
Ontem essa turma foi além e mandou para o Diário Oficial um documento falso. No seu conteúdo e na assinatura. O DOU estampou um despacho do Presidente, com a assinatura do Ministro Sérgio Moro que afirmou publicamente que não assinou, tampouco autorizou a sua publicação, para assinatura posterior (como é usual), exonerando – a pedido – o Diretor Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Ele afirmou a Sérgio Moro que não pediu exoneração, o que foi trazido – também a público – por Sérgio Moro.
Para alguns analisas caracteriza um crime de falsidade ideológica e de responsabilidade, que daria margem jurídica a um pedido de impeachment. Os quais choverão na mesa de Rodrigo Maia.
O amanhã não é incerto. O Brasil vai viver uma enorme tempestade política. Com Bolsonaro reagindo usando todos os meios que condenou na campanha.
Para ele o que conta é os que vão continuar com ele: o seu povo.
Mas abandonando o combate à corrupção, quantos ficarão com ele. Quantos deixarão de apoiá-lo?
Ganhará algum apoio adicional. Os petistas que estão contra Moro, há algum tempo, vão aplaudir a sua saída e solidarizar-se com Bolsonaro?
Os que acompanham os meus cenários, sabem qual é o que resta.

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