Como ocorreu em 2019, Jair Bolsonaro diante da perspectiva
de enfraquecimento do seu poder pessoal, seja pelas tentativas de tutela, como
pela desobediência dos seus subordinados, reagiu tentando demostrar força e que
sua caneta tem tinta.
Não tendo conseguido que Mandetta se exonerasse, o demitiu,
sem gerar comoção nacional, mesmo diante da epidemia e uma aceleração de
mortes.
Achando-se suficientemente poderoso buscou a exoneração de
Sérgio Moro. Mais uma vez a ala militar tentou demovê-lo, preocupada com a
crise política e institucional.
Dentro do Planalto, o “anjinho de branco” tenta conter os
impulsos. Mas no outro ouvido está um diabinho, insistindo: “demita o cara,
antes que seja tarde”.
Esse diabinho, segundo a mídia se instala num “gabinete do ódio”
e por várias vezes precipitou uma ação, em nome de Bolsonaro, criando fatos
consumados, que o Presidente era obrigado a confirmar. Até então eram por
twitter.
Ontem essa turma foi além e mandou para o Diário Oficial um
documento falso. No seu conteúdo e na assinatura. O DOU estampou um despacho do
Presidente, com a assinatura do Ministro Sérgio Moro que afirmou publicamente
que não assinou, tampouco autorizou a sua publicação, para assinatura posterior
(como é usual), exonerando – a pedido – o Diretor Geral da Polícia Federal,
Maurício Valeixo. Ele afirmou a Sérgio Moro que não pediu exoneração, o que foi
trazido – também a público – por Sérgio Moro.
Para alguns analisas caracteriza um crime de falsidade
ideológica e de responsabilidade, que daria margem jurídica a um pedido de
impeachment. Os quais choverão na mesa de Rodrigo Maia.
O amanhã não é incerto. O Brasil vai viver uma enorme
tempestade política. Com Bolsonaro reagindo usando todos os meios que condenou
na campanha.
Para ele o que conta é os que vão continuar com ele: o seu
povo.
Mas abandonando o combate à corrupção, quantos ficarão com
ele. Quantos deixarão de apoiá-lo?
Ganhará algum apoio adicional. Os petistas que estão contra
Moro, há algum tempo, vão aplaudir a sua saída e solidarizar-se com Bolsonaro?
Os que acompanham os meus cenários, sabem qual é o que resta.
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