A economia brasileira enfrentou uma forte recessão a partir do final de 2014 que se prolongou até o início de 2017, quando começou a se recuperar lentamente.
O processo sofreu sucessivos abalos, com a greve dos caminhoneiros ainda em 2018 e a ruptura da barragem de Brumadinho, em ainda no início de 2019, mas conseguiu manter uma trajetória de crescimento, ainda que mínima. A expectativa geral era de um crescimento um pouco maior, com a concretização das demais reformas estruturais, em sequência da previdenciária, promovendo uma retomada maior do consumo das famílias e de novos investimentos privados.
O foco era (ou foi) a consolidação de uma economia liberal, com uma ampla privatização e redução da dependência de apoio estatal.
O caminho de ter como pilar do crescimento a exploração do petróleo e gás do pré-sal, integrado a um fortalecimento de uma cadeia nacional de fornecedores para aquela exploração e produção, já havia sido travado, ainda no Governo Dilma, pela constatação do seu mau uso, alimentando mais a corrupção do que um efetivo crescimento do negócio.
Com o novo governo, a expansão da produção foi mantida, mas o desenvolvimento de uma cadeia produtiva nacional foi inteiramente abandonada, com a preferencia total pelas compras externas.
A reindustrialização baseada no "conteudo nacional" o grande sonho dos Governos petistas, para promover a retomada do desenvolvimento econômico ruiu contaminada pelo vírus da corrupção.
Agora o novo coronavirus, provocando uma contração mundial no consumo de combustíveis, associado ao desentendimento entre os maiores produtores de petróleo no mundo, levou a uma forte depreciação do preço internacional do petróleo, comprometendo, de vez, o caminho do re-desenvolvimento nacional através do petróleo do pré-sal.
O caminho do desenvolvimento pela tecnologia, apontado pelo sucesso da EMBRAER, não prosperou. O Brasil não conseguiu multiplicar embraers, ficando só nela. Agora esse caminho ficou mais difícil, porque o setor de tecnologia, não só teve grandes mudanças como já está grandemente tomada por outros países.
Com o consumo interno das famílias enfraquecido, agravado com a crise do coronavirus, com o Estado sem recursos para investir, ainda mais tendo que deslocar todos os recursos para sustentar o consumo interno de forma a "puxar" a produção, com baixo interesse de investidores estrangeiros em investir no país, só restou ao Brasil o caminho do agronegócio, principalmente, mas não unicamente do exportador.
Foi o menos afetado pelo coronavirus e segue batendo recordes de produção e de exportação.
Diante das circunstâncias, o Brasil todo precisa se voltar e apoiar esse rumo, se não o único, o mais promissor caminho para a retomada do desenvolvimento.
Dentro do agronegócio, a agropecuária ajudará a sustentar a economia e evitar que ela afunde demais. Para a revitalização da economia será necessário avançar no sentido da industrialização e maior geração de valor.
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