Jair Bolsonaro conseguiu um divórcio amigável com Mandetta, mas não se arriscou a subtitui-lo pelos seus nomes de preferência. O deputado Osmar Terra, porque a principal restrição adotada pelos bolsonaristas foi a de que Mandetta, era um político e estava usando o cargo para se promover com fins eleitorais. Não ousou nomear Terra e desagradar parte dos seus seguidores. Tampouco indicou o Almirante Barra, seu amigo pessoal, mas que não contava com o apoio da classe médica, tampouco da cadeia produtiva de saúde. Conseguiu a aceitação do empresário-médico Nelson Teich, respeitado - ainda que sem unanimidade- pela classe médica e apoiado pela cadeia produtiva. Adotou a solução técnica, deixando de lado a solução pessoal ou política.
No caso da demissão de Sérgio Moro, juntamente com o Diretor-Geral da Polícia Federal, um divórcio litigioso, com acusações mútuas de traição, teria tentado, infrutiferamente, um nome respeitado na área jurídica, mas ninguém quis se aventurar como fez Sérgio Moro, abandonando 22 anos de carreira na magistratura. Já sabia, mas fez o jogo de cena.
Afinal adotou o que pessoalmente e seus príncipes queriam: formar um Ministério para chamar de seu. Com pessoas da confiança pessoal. Jorge Oliveira, acólito dos Bolsonaros, virtual candidato ao Supremo Tribunal Federal, na próxima vaga, não teve dúvida em aceitar, mesmo sem ter as todas as qualificações técnicas, mas isso pouco importa. Não se trata de uma escolha técnica, mas uma escolha de confiança pessoal.
Deverá dar cobertura à tentativa de interferência direta do Presidente na Polícia Federal, através do amigo dos seus filhos, Ramagem. Com ele, Bolsonaro poderá ligar diretamente para pedir informações sobre o andamento e relatórios das investigações. Com alguns objetivos específicos, declarado no seu pronunciamento após o divórcio de Sérgio Moro: despriorizar as investigações do caso Marielle Franco, priorizar as investigações sobre os eventuais mandantes de Adélio, o autor da facada, travar todas as investigações a respeito de seus filhos. Ramagem teria que trocar toda a estrutura da Polícia Federal, para conseguir alguma obediência às suas determinações para atender ao Presidente e seus filhos. A estrutura da PF usará as suas prerrogativas legais para não aceitar ordens que entendam ser interferência política ou indevida.
O que Bolsonaro não teve coragem de fazer na substituição de Mandetta, até porque não havia envolvimento direto dos seus filhos, ousou desabridamente a fazer nas substituição do Ministério da Segurança Pública e da Polícia Federal.
Não conta com o apoio unânime da ala militar para essa ação impetuosa. Confia no apoio popular da sua base, mantendo os 30% da população que seriam os seus apoiadores incondicionais. Uma parte aceita e apoia que ele tenha um governo com uma equipe de confiança pessoal, sem concessões a quem quer que seja, exceto os seus filhos.
Se as diversas pesquisas apontarem todas, uma baixa ou tendência de baixa, não terá condições de se manter no Governo.
Terá que enfrentar uma batalha inicial que será a aceitação pelo Judiciário, das nomeações, diante da enxurrada de contestações.
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