A disputa para a Prefeitura de São Paulo, na perspectiva de 2022, tem importância nacional, não só pelo peso econômico da cidade, como pelo volume de eleitores.
Os potenciais candidatos presidenciais só estarão indiretamente, apoiando candidatos. A exceção é Guilherme Boulos que poderá tentar a Presidência, novamente em 2022, como o representante da Nova Esquerda.
Dois dos candidatos a Prefeito, tem pretensões ao Governo do Estado, em 2022, precisando formar ou fortalecer uma base eleitoral em São Paulo: Márcio França e Joice Hasselmann.
O objetivo principal de maioria dos candidatos que não tem condições objetivas para chegar ao segundo turno, é a Câmara Federal, alguns em caráter pessoal, outros partidários.
Arthur do Val - Mamãe falei, seria um livre atirador, sem fidelidade partidária, voltado para uma "cadeira" na Câmara dos Deputados.
Orlando Silva do PCdoB, Marina Helou do REDE, Vera Lúcia do PSTU e Levy Fidelix do PRTB teriam em vista quantidade de votos e formação de bancada na Câmara Federal, para superar as cláusulas de barreira.
O NOVO tem pretensões de ser o principal partido não bolsonarista, do campo da direita, tendo como princípios básicos, a defesa intransigente da economia liberal, a gestão responsável das finanças públicas com absoluta transparência e o não uso de fundos públicos para financiar, tanto as eleições como a atividade pública. Significa não participar e se valer dos fundos públicos partidários e eleitorais, assim como abrir mão de gastos excessivos com os gabinetes dos eleitos e dos "penduricalhos" para os parlamentares e governantes. Todos princípios abandonados ou nunca praticados por Jair Bolsonaro.
Levy Fidelix, o eterno candidato a postos executivos, ganhou um grande reforço com a participação do seu filiado General Mourão, no Governo Bolsonaro, como seu Vice-Presidente e atuação na área ambiental. Tem pretensões de fazer do seu partido - o PRTB - um importante protagonista político em 2022. Podendo mesmo se apresentar como a alternativa do bolsonarismo, caso do projeto de criação do Aliança para o Brasil, não ocorra como o desejado por Jair Bolsonaro.
O PCdoB não alcançou, em 2018, as condições estabelecidas pelas cláusulas de desempenho e teve que incorporar o PPL (Partido Pátria Livre) para continuar tendo direito a quota mínima do fundo partidário. A sua histórica adesão ao PT não lhe rendeu bons frutos eleitorais. Partindo para uma linha mais independente, sem abandonar inteiramente as alianças com o PT, precisa formar uma bancada própria na Câmara dos Deputados e um volume de votos totais e estaduais, para superar as cláusulas de barreira, sob risco de extinção.
O papel de liderança dessa estratégia de sobrevivência do partido, em 2022, em São Paulo, ficou a cargo de Orlando Silva, ainda mais com a saída de Aldo Rebelo, do partido, que seria o principal defensor da aliança estrutural do partido com o PT.
A proibição das coligações para as eleições proporcionais, reforça para o PCdoB a necessidade de agir em 2020, com vistas ao Congresso Nacional, em 2022.
O REDE, como um partido novo, não conseguiu evoluir o suficiente para superar as cláusulas de barreira, em 2018, enquanto o NOVO, igualmente um partido recente, superou com larga margem. Além disso promoveu uma votação ao seu candidato presidencial, João Amoedo, superior ao de Marina Silva e conseguiu a eleição de um Governador em Estado importante: Romeu Zema, em Minas Gerais.
Maria Hellou, eleita deputada estadual, pelo REDE, em 2018, seria a principal protagonista, em São Paulo, da vitalização do partido, em 2022, para superar as cláusulas de barreira. Dai a importância da sua candidatura à Prefeitura de São Pulo, mesmo que não alcance o segundo turno.
O partido precisa criar massa crítica eleitoral e formar mais lideranças, como a de Marina Hellou. Ela emergiu dos movimentos de renovação, mas ainda é uma solitária andorinha, dentro da ALESP.
Para isso o partido precisa apresentar e consolidar as suas bandeiras próprias. Não as emprestadas de outros partidos, como as ciclovias. Precisa ir além.
Nenhum comentário:
Postar um comentário