A proposta do editorial do Estadão de policêntrica, já está implantada em São Paulo, ainda que com muitos espaços vazios.
Com a expansão industrial a cidade de São Paulo se transformou numa grande metrópole, com vários centros. De uma parte as novas concentrações industriais no chamado ABCD, criaram novos centros independentes. A dispersão da localização industrial, em torno das rodovias de penetração para o interior ou para interligação com o litoral levou igualmente à organização de novos centros, alguns independentes, como Guarulhos, Arujá no eixo leste, Mauá no eixo-sul, integrado ao ABCD, Caieiras e Cajamar no eixo-norte, Osasco, Barueiri, Carapicuiba, Cotia no eixo-oeste e Taboão da Serra e Itapecirica da Serra, no eixo-sul. Outros ainda dentro do Municipio de São Paulo, como a Lapa, Perus, Pirituba e Santo Amaro. No eixo-leste o novo polo foi implantado e desenvolvido com planejamento.
São Paulo seguiu como o polo metropolitano, porém com descentralização do centro de serviços.
O seu centro original, no entanto, se desintegrou transferindo as suas atividades econômicas de maior renda, para novos polos: primeiramente e Avenida Paulista, depois a Faria Lima (original), expandindo-se para a Berrini e depois para a sua continuação, no entorno do Shopping Center Morumbi. Vai se fundir com a área comercial da Chácara Santo Antonio que foi formado como um polo descentralizado e isolado. Voltou para a área da Nova Faria Lima, o principal centro financeiro da América do Sul. São Paulo tem atualmente vários centros principais, mas todos dentro da mesma região e vários subcentros descentralizados. São Paulo já é um cidade policêntrica, com todos ou mais problemas urbanos: congestionamentos no trânsito, Insuficiência de transportes coletivos, carência de infraestrutura fora dos centros, etc.
Para atender aos objetivos de reduzir a média dos deslocamentos para 15 (caso de Paris) ou 30 minutos (já proposto pela Gestão Kassab) o modelo de descentralização precisa ir além da cidade policêntrica para a cidade multinucleada, com maior integração e complementação de atividades urbanas, em bairros. Nos quais os moradores poderão, quando sairem para ir trabalhar, fazer compras, ir à academia, ao cinema e outras atividades poderão fazê-lo a pé, de bicicleta ou mesmo de carro não gastando mais de 15 minutos. Contando ida e volta são 30 minutos. Seria o mais desejável em termos de mobilidade urbana, mas com contraindicações do ponto de vista sócio-cultural, como o apontado pelo citado editorial do Estadão: a desagregação das cidades em pessoas atomizadas.
Duas questões devem ser devidamente analisadas: viver bem num bairro "30 minutos" torna uma pessoa moradora, vivenciadora do bairro e não na cidade? "Eu amo Moema" deixando o "Eu amo São Paulo". Sou um "tatuapense" e não um paulistano. Como evitar a prevalência do "até onde a vista alcança", restringindo a visão de mundo, assim como a desagregação cultural?
A outra questão refere-se às cidades inteligentes. Há todo um grande esforço tecnologico para através das tecnologias mitigar os mega problemas das grandes cidades, com ganhos de escala. Se a organização for por bairros inteligentes, essa entra em conflito com a cidade inteligente.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário