O Bolsa Família foi formulado por Ruth Cardoso - antropóloga, com amplo e profundo conhecimento da cultura brasileira – como um benefício pecuniário continuado, suficiente para vencer a fome, mas insuficiente para que o beneficiário se acomodasse, deixando de buscar trabalho, para melhorar a sua renda. Não era uma medida populista, mas um instrumento de promoção social.
Lula implantou de forma ampliada e sem burocracia.
Essa implantação teria propiciado a Lula a sua reeleição em
2006 e a primeira eleição de Dilma Rousseff.
Com a pandemia do cornavirus o Governo e a sociedade
organizada “descobriram” uma multidão de pobres, fora do mercado de trabalho
formal.
Para a sobrevivência dessa população o Ministério da
Economia propôs um auxílio emergencial, no valor de R$ 200,00 mensais, durante
3 meses. O Congresso propôs aumentar para R$ 500,00. Bolsonaro num dos seus
arroubos propôs aumentar para R$ 600,00 mensais.
Conseguiu reverter a queda de popularidade e ganhar parte do
eleitorado do Nordeste.
O número de beneficiários foi muito superior ao esperado e
eles estão contando com a continuidade.
A descontinuidade leva à perda do apoio popular.
Para a manutenção continuada do auxílio-emergencial, mesmo em
valores menores, precisa compensar com cortes em outras despesas. As opções de
Guedes são de cortes em outros benefícios.
Bolsonaro preferiu suspender a ideia de um “Renda Brasil” em
substituição do Bolsa Família.
Não é uma desistência definitiva, mas um adiamento para
2022, para ter influência na sua reeleição.
Prefere perder agora, para recuperar mais à frente, contando
que os beneficiários reagem diante de situações concretas, desconsiderando
passado e futuro.
É apenas um recuo estratégico, dentro do objetivo de reeleição.
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