Jair Bolsonaro com a sua personalidade briguenta estava se contendo para não entrar na briga que está ocorrendo à sua vista. Não aguentou e resolveu entrar, sabendo que vai bater, mas também levar.
O seu apoio terá efeitos positivos e negativos. Poderá alavancar candidatos pouco conhecidos e levá-los ao segundo turno. Em 2018 o bolsonarismo emergiu como uma nova força política e promoveu a vitória inesperada de 4 governadores. Dois menos conhecidos no Norte, Coronel Marcos Rocha em Rondônia, Antonio Denarium, em Roraima e dois mais abaixo: Comandante Moisés, em Santa Catarina e Wilson Witzel no Rio de Janeiro. Esses dois últimos estão sofrendo processo de impeachment, com os bolsonaristas voltando-se contra eles.
Ao apoiar candidatos pouco conhecidos pelo eleitorado em Santos e Manaus, poderá repetir a alavancagem de 2018. Poderá promover dois candidatos novatos, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, para enfrentar veteranos que estão nas lideranças nas pesquisas prévias.
O mesmo não ocorre em São Paulo, onde decidiu apoiar o atual líder nas pesquisas Celso Russomanno. O maior desafio deste, para não repetir o fracasso das suas duas tentativas anteriores de alcançar a Prefeitura de São Paulo, é sustentar o apoio do eleitorado e não perder: não é ganhar mais, mas perder menos. Bolsonaro pouco acresce, em termos quantitativos, o eleitorado já favorável a Russomanno. Pode agregar empresários e eleitores de maior renda que não tem simpatia por Russomanno. Mas daria suporte para a manutenção do eleitorado de menor renda.
Porém a rejeição de grande parte da sociedade paulistana a Jair Bolsonaro pode pesar num segundo turno.
Foi o que ocorreu em 2016, com a predominância do voto útil. No primeiro turno, João Dória teve mais votos na cidade de São Paulo do que Márcio França. No segundo os anti-Dória descarregaram o voto em Márcio França, dando lhe uma vantagem de quase 1 mihão de votos. Insuficiente para reverter a vantagem de Dória no interior.
O segundo turno em São Paulo será dominado pelo voto anti, caracterizado como "voto útil". Este poderá derrotar o candidato apoiado por Bolsonaro. Assim como o candidato de Dória, dependendo dos candidatos que estarão em confronto. Boulos, se chegar ao segundo turno será derrotado pela rejeição dos ditos "antipetistas".
O mesmo poderá ocorrer nas outras grandes cidades onde o candidato apoiado por Bolsonaro alcançar o segundo turno, invertendo o ocorrido em 2018.
A marca Bolsonaro pesará mais negativa do que positivamente.
Bolsonaro poderá sair muito machucado, com as eventuais derrotas, embora ele tenha convicção pessoal de que seu apoio elegerá o seu candidato.
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