Contrapondo-se ao bolsonarismo a maior parte dos partidos e políticos ir se posicionar contra o bolsonarismo, com maior ou menor intensidade, repetindo o ocorrido em 2018, mas com sinal trocado.
Entre os diversos oponentes do petismo, então dominante, Bolsonaro foi o mais radical, vencendo as eleições, enquanto Alckmin, do PSDB, tradicional adversário do PT, teve votação muito baixa.Outra diferença em relação a 2018 é que o bolsonarismo atacado, responderá rapidamente com violência superior ao do ataque para intimidar o atacante.
Certamente a esquerda radical, que envolve PT, PSOL, parcialmente o PCdoB e partidos menores não irão se intimidar, aceitação a guerra, nacionalizarão a campanha e tenderão a focar em dois pontos cruciais do bolsonarismo: a sua atuação diante da pandemia, com centenas de mortos e milhões de contaminados e na política econômica liberal. Como essa é mais de Guedes do que de Bolsonaro, numa eventual saída do governo, do atual Ministro da Economia, a contestação ficará enfraquecida, mas persistirá - principalmente - em relação à reforma tributária.
A esquerda, nesse caso, como um todo é favorável à taxação das grandes fortunas e dos dividendos, a principal resistência de Paulo Guedes.
A nacionalização da campanha irá deixar as questões municipais em segundo plano ou até mesmo fora da campanha dos partidos e candidatos da esquerda radical.
Já o centro-esquerda, formado basicamente pelo PCdoB (parcialmente), PSB e PDT tenderá a ser menos radical no antibolsonarismo e não nacionalizar inteiramente a campanha, o que os obrigam a ter propostas para cada Município.
As diretrizes e principais propostas derivam da gestão Fernando Haddad, que teriam ajudado na sua derrota em 2016, como das prioridades de gestão dos Prefeitos desses partidos, principalmente Paulo Câmara no Recife. Teriam como fundamento o Estatuto da Cidade, aprovada pelo Congresso, em 2001 por um esforço dos parlamentares de esquerda, em apoio às propostas governamentais. Tem como ponto principal combater a especulação imobiliária, segundo uma perspectiva bastantes ampla, mas focada na oposição ao mercado imobiliário.
Reserva de áreas para habitação de interesse social, contendo a especulação imobiliária, regularização fundiária das casas das favelas e loteamentos irregulares, implantação do conceito de interesse social da propriedade, maior atenção às questões ambientais, preferência ao transporte coletivo em detrimento do transporte individual, controle da velocidade nas vias públicas e outras fazem parte da agenda urbana da esquerda.
O centro-direita, representado principalmente pelo PSDB concentrará o antibolsonarismo na questão dos riscos para a democratização, também nacionalizando a campanha. A dúvida está em que tamanho do eleitorados nas diversas grandes cidades irão decidir a favor de um candidato à Prefeito porque ele é contra os movimentos e ações antidemocráticas de Bolsonaro?
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