Da crise, nascerá uma nova esquerda no Brasil?
Esse foi o tema da webinar promovida pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, ontem 24 de setembro.
Do que consegui acompanhar, a resposta seria não.
Para Tatiana Roque, recém migrada do PT para o PSOL, este seria o representante da nova esquerda. O PSOL é a repaginação da velha esquerda, retomando a luta de classes, como o seu foco principal, ajustado aos novos tempos. Não é mais ou apenas a luta de operários contra os patrões industriais, mas dos "informais" para ocupar um espaço reconhecido na economia.
Persiste em chavões, autocaracterizando a esquerda como progressista e a união da esquerda democrática, contra Bolsonaro.
Se existe uma esquerda democrática, existe a esquerda não democrática? O PSOL que incentiva as "ocupações" é uma esquerda democrática?
Não será por esse caminho que vai nascer uma nova esquerda.
Segundo Pablo Ortellado, é preciso recolher as velhas e rotas bandeiras e símbolos. A nova esquerda não será vermelha. Terá uma nova cor ou será incolor?
As novas bandeiras não serão apenas simbólicas. Irão requerer mais conteúdo. Esse conteúdo não poderá ser apenas o antibolsonarismo, caindo nas armadilhas ardilosas de Jair Bolsonaro, o sacerdote-mor da seita bolsonarista.
A principal armadilha dele é incentivar o esforço para reabilitar o seu principal contendor, o sacerdote-mor da seita lulista.
Enquanto o PT, ainda o principal partido da esquerda, com maior número de filiados e contando com amplos recursos dos Fundos Públicos, por força das regras estabelecidas, estiver nessa batalha interna, reprime a emergência de novas lideranças na esquerda.
Lideranças inovadoras que promovam a emergência de uma nova esquerda.
Tanto Ciro Gomes, Guilherme Boulos, como Fernando Haddad, os líderes mais conhecidos, estão comprometidos com a velha esquerda.
A nova esperança da esquerda renovadora vem do Nordeste, com Flávio Dino, atual Governador do Maranhão. Mas ainda com muito discurso e baixas entregas na sua atuação efetiva.
O debate da FFHC ainda não acendeu as luzes do que poderia ser essa nova esquerda. Enquanto isso, Bolsonaro "nada de braçadas" avançando sobre parte do eleitorado da esquerda e só espera pela reabilitação de Lula, ao final de 2021 ou em 2022, para alavancar a sua reeleição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário