sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Da crise, nascerá uma nova esquerda no Brasil?

 Da crise, nascerá uma nova esquerda no Brasil?

Esse foi o tema da webinar promovida pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, ontem 24 de setembro.

Do que consegui acompanhar, a resposta seria não.

Para Tatiana Roque, recém migrada do PT para o PSOL, este seria o representante da nova esquerda. O PSOL é a repaginação da velha esquerda, retomando a luta de classes, como o seu foco principal, ajustado aos novos tempos. Não é mais ou apenas a luta de operários contra os patrões industriais, mas dos "informais" para ocupar um espaço reconhecido na economia.

Persiste em chavões, autocaracterizando a esquerda como progressista e a união da esquerda democrática, contra Bolsonaro. 

Se existe uma esquerda democrática, existe a esquerda não democrática? O PSOL que incentiva as "ocupações" é uma esquerda democrática?

Não será por esse caminho que vai nascer uma nova esquerda. 

Segundo Pablo Ortellado, é preciso recolher as velhas e rotas bandeiras e símbolos. A nova esquerda não será vermelha. Terá uma nova cor ou será incolor?

As novas bandeiras não serão apenas simbólicas. Irão requerer mais conteúdo. Esse conteúdo não poderá ser apenas o antibolsonarismo, caindo nas armadilhas ardilosas de Jair Bolsonaro, o sacerdote-mor da seita bolsonarista. 

A principal armadilha dele é incentivar o esforço para reabilitar o seu principal contendor, o sacerdote-mor da seita lulista.

Enquanto o PT, ainda o principal partido da esquerda, com maior número de filiados e contando com amplos recursos dos Fundos Públicos, por força das regras estabelecidas, estiver nessa batalha interna, reprime a emergência de novas lideranças na esquerda. 

Lideranças inovadoras que promovam a emergência de uma nova esquerda. 

Tanto Ciro Gomes, Guilherme Boulos, como Fernando Haddad, os líderes mais conhecidos, estão comprometidos com a velha esquerda.

A nova esperança da esquerda renovadora vem do Nordeste, com Flávio Dino, atual Governador do Maranhão. Mas ainda com muito discurso e baixas entregas na sua atuação efetiva.

O debate da FFHC ainda não acendeu as luzes do que poderia ser essa nova esquerda. Enquanto isso, Bolsonaro "nada de braçadas" avançando sobre parte do eleitorado da esquerda e só espera pela reabilitação de Lula, ao final de 2021 ou em 2022, para alavancar a sua reeleição.

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