As eleições gerais dos últimos anos tem se caracterizado como uma forte contraposição entre as duas principais forças políticas: o PT e o PSDB.
Com o PT no poder há 12 anos, a principal oposição era do PSDB, que ficou nesse mesmo poder 8 anos antes. O PT não perde o vezo de ser oposição e concentrou a sua campanha inicial em combater o eventual retorno do PSDB ao poder.
Nessa disputa havia a possibilidade real, desta vez, de uma terceira via. O trágico acidente com Eduardo Campos transformou Marina Silva na alternativa principal para tirar o PT do poder.
O PSDB e Aécio Neves percebem essa mudança, mas não querem adotar a medida pragmática para encerrar a "guerra" mais rapidamente.
O segundo turno já está bem delineado, nas condições atuais. Poderia ser antecipado para o primeiro turno.
Mas todos acreditam na eventualidade de ocorrência de um fato novo capaz de mudar inteiramente o cenário atual. Se Eduardo Campos morreu repentinamente num acidente aéreo improvável, porque não poderia ocorrer um novo desastre ainda neste mês de setembro?
A esta altura do "campeonato" ninguém tem guardado um fato novo, o chamado "fator surpresa", para ganhar mais votos, tirando de algum adversário. O fato novo teria que ser uma "escorregadela" do adversário, provocada ou por erro próprio.
Dilma tem uma posição consolidada, tanto a favor como contra. As suas estratégias e discursos também estão consolidados. A tentativa de conquistar novos eleitores estão na oportunidade das falhas dos adversários.
É o que ocorreu com Marina Silva e ainda pode ocorrer, porque ela tem o apoio de diversas tributos, algumas com visões de mundo opostas. É o que ocorreu em relação às questões gays. Essa tribo, que tem muitos dos seus integrantes, dentro da mídia, ou seja, da opinião publicada, reivindica o reconhecimento do "casamento gay" e a criminalização da homofobia. A tribo dos "evengélicos" é muito maior, mas tem menos visibilidade por fazerem parte da opinião não publicada. Dilma e o PT buscaram explorar as mudanças de posições de Marina, com algum sucesso.
As mais recentes pesquisas indicam que ela não conseguiu se distanciar, ainda que mantenha a dianteira.
Aécio, a esta altura, está "a espera de um milagre", que espera poderia ocorrer até o último minuto já do tempo adicional. Ou o indulto do Governador à aplicação da pena de morte, nos filmes norte-americanos.
Mas, provavelmente, perdeu o trem de 2014 e vai ter que esperar chegar o trem de 2018.
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quinta-feira, 4 de setembro de 2014
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