Os marqueteiros políticos gostam de trabalhar com o tal "imaginário popular", que são criações mentais que as pessoas formam a partir de alguma informação. Eles repetem, martelam a imagem de forma a se tornarem "populares".
Os contos de fada ou as histórias folclóricas são casos tipos de formação do "imaginário popular": Papai Noel talvez seja a figura imaginária mais conhecida e desejada.
Em política é usual tentar associar as pessoas presentes com pessoas ou fatos passadas. Com o crescimento de Marina Silva nas pesquisas eleitorais, Dilma - por conta própria, orientada pelos marqueteiros ou assessores - busca associar Marina a dois presidentes com características messiânicas que não concluíram o seu mandato. A ideia é passar aos eleitores a imagem de que Marina Silva, se e uma vez eleita não concluirá o seu mandato. Seria uma nova aventura que o Brasil não precisaria ter de novo.
A criação e difusão dessa imagem ter vantagens e defeitos. Referem-se a fatos reais relativamente recentes. Ainda conta com testemunhas oculares, que podem apresentar versões diferentes da crença geral. A renúncia de Jânio ainda é cercada de mistérios e o principal protagonista já faleceu. O impeachment de Collor não tem grandes mistérios, apenas divergências de interpretações. E ele ainda está vivo e já se associou a Lula e ao PT, o que compromete a sua associação com Marina.
A sua imagem está mais associada a Dilma, o que tem sido o contra-ataque da candidata do PSB.
Jânio foi eleito Presidente da República em 1960, tendo renunciado em agosto de 1961. Na época era preciso ter 18 anos para ser eleitor. Portanto os mais jovens eram nascidos em 1943 e hoje com 71 anos. Uma grande parte dos que elegeram Jânio já teriam falecido.
Antes havia sido eleito Prefeito de São Paulo e Governador do Estado.
Faço parte dos sobreviventes que viveu o momento histórico e não vejo qualquer problema no fantasma Jânio. Tampouco compartilho da idéia de que a renúncia dele desembocou na ditadura militar.
Marina Silva carrega um messianismo, mas não emerge como uma "salvadora da Pátria". E como a redenção dos pobres, como propunha Jânio.
O principal lema de Jânio era "o tostão contra o milhão". Ele buscava o voto dos mais pobres para se contrapor aos mais ricos. Se alguma associação pode ser feito é de Jânio com Lula. Da mesma forma que Collor buscava os "descamisados" os "pés descalços" contra os bem nutridos.
Marina, apesar da sua história é a "redentora" da classe média. Aquela que Dilma diz ter criada e fortalecida. É exatamente essa que "marinou" e não vê associação dela nem com Jânio, e muito menos com Collor.
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sexta-feira, 5 de setembro de 2014
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