domingo, 7 de setembro de 2014

Pedestres x cicloativistas

A Prefeitura de São Paulo, na gestão atual,  assumiu claramente uma posição a favor dos cicloativstas, contra todos os oponentes, quaisquer que sejam, acreditando que irá melhorar a cidade. Para quem?
Uma revolução se faz pela transformação de uma minoria em maioria. Os ciclistas são ainda uma minoria (ainda que qualificada) e os oponentes a maioria (embora anônima). Alguns começam agora a ter cobertura da mídia, tornando=se visíveis, como os comerciantes da Santa Cecília que, não sabendo o que fazer e a quem se queixar, foram à Delegacia de Polícia. Apenas para registrar uma queixa, chamando a mídia.
Com a implantação indiscriminada e preocupada apenas com metas quantitativas de quilômetros de ciclovias, pretende mudar a cultura dos moradores de São Paulo que passarão a usar mais a bicicleta em seus deslocamentos, do que o automóvel. Se isso realmente ocorrer haverá uma melhora substancial na mobilidade urbana, pois as pessoas irão se locomover usando um veículo que ocupa muito menos espaços nas vias públicas existentes do que o carro, quando circulando. Ademais os carros estacionados nas vias retiram um grande espaço para circulação.
A maioria dos motoristas descontente não chega a formar movimentos de autoativistas. Muitos concordam e se dispõe a mudar o meio de transporte.

Os comerciantes de rua, que tiveram a via em frente da sua loja pintadas como ciclovias, estão reclamando a perda de freguesia, porque eles não podem mais estacionar em frente ou nas proximidades.

O Prefeito responde que eles vão vender mais. Pode ser a suposição de quem é do ramo. É de família de comerciantes da rua 25 de março e, ele mesmo já foi balconista.

O que pode acontecer realmente?

Sem dúvida haverá, inicialmente, uma perda de clientela, pois há a quebra de um paradigma. As pessoas se acostumaram a pegar o carro para qualquer deslocamento, e vão deixar de fazê-lo para compras a curta distância.  Vão deixar de "usar o carro para ir à padaria". 

Trafegar de bicicleta tem vantagem para o comerciante. Pela menor velocidade o sua loja ficará mais visível, com a percepção pelo transeunte de que ela existe. De carro "ele passa batido". 

Mas essas pessoas irão se acostumar a fazer pequenas compras de bicicleta? Irão se acostumar a carregar os pacotes com a sua bicicleta? Ou desenvolverá o sistema de entregas a domicílio:

O comércio de rua é predominantemente local, atendendo à população do próprio bairro, portanto as lojas, bares, restaurantes e outros estabelecimentos estão próximos da moradia.

Com a continuidade da política a favor dos ciclistas, a médio prazo cada vez mais pessoas trocarão o carro pela bicicleta. Mas essa política corre risco, pois atendendo a uma minoria quantitativa, vale dizer, de eleitores poderá ser derrotada nas próximas eleições e ser alterada ou até cancelada.

Os cicloativistas são predominantemente da "elite branca". Tem maior visibilidade, são mais barulhentos, tem a adesão de muitos jovens (e outros não tão jovens) jornalistas, que são adeptos do ciclismo. A maior parte do noticiário é francamente a favor.

Mas são minoria eleitoral e só influem na opinião dela mesma. 

A bicicleta não é a principal opção da classe média emergente que quer sair da má qualidade dos serviços de ônibus. A sua opção é a motocicleta, tão amaldiçoada quanto os carros. 

O que acontecerá com a reivindicação dos motociclistas em trafegar pelas ciclovias? 

Com as ciclofaixas no centro da cidade, a Prefeitura criou um problema adicional. Essa é reservada exclusivamente para os ciclistas, ficando proibida até para os pedestres. A Prefeitura está treinando guardas civis metropolitanos para multarem os infratores.


A partir de um fundamentalismo cicloviário, o prefeito petista está privilegiando uma minoria em detrimento da maioria. Está favorecendo uma classe média supostamente moderna, tirando o direito a partes importantes da cidade da população que anda a pé. 

Quem afinal tem direito à cidade?

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