terça-feira, 4 de agosto de 2020

Estratégias para os candidatos a Prefeito

As estratégias devem ser diferenciadas em função do tamanho do eleitorado e do posicionamento do candidato em relação ao eleitorado.

Este capitulo é dedicado aos Municípios com mais de 200 mil eleitores e grandes cidades com menos de 3 milhões de eleitores. As mega cidades serão objeto de capítulo especial.

Em relação ao posicionamento, a primeira distinção é se o candidato é postulante à reeleição ou é o indicado ou apoiado do Prefeito atual, já reeleito uma vez, e que não pode ser novamente reeleito.

O candidato à reeleição

O candidato à reeleição é personagem conhecida pelos eleitores, o que pode ser uma desvantagem ou vantagem.

A desvantagem está na avaliação da sua gestão, no seu relacionamento político e na sua imagem ética.

A gestão é avaliada em relação ao eleitorado total do Município, pela sua atuação e resultados efetivos no enfrentamento do novocoronavirus.
Em segundo lugar, a sua gestão nas demais atividades da Prefeitura, podendo haver reações distintas por regiões. A população de cada comunidade, de cada bairro, de cada região irá avaliar pelos benefícios que o Prefeito trouxe para as mesmas. 
Os eleitores sabem, por vivência, o que melhorou ou piorou no ambiente em que vivem ou frequentam. Tem informações - falsas ou verdadeiras - do que ele fez para outros ambientes. 

O relacionamento político se refere às relações com os demais partidos ou lideranças políticas locais e regionais, com o Governo do Estado e com o Governo Federal.

A sua imagem ética estará relacionada com a responsabilidade fiscal, a honestidade nas aquisições da Prefeitura e no nepotismo ou aparelhamento da Administração Municipal.

Ação e reação

O Prefeito atual, candidato à reeleição, entrará na campanha em uma das duas posições básicas, perante o eleitorado: tem uma avaliação altamente positiva do eleitorado, indicado por pesquisas quantitativas e qualitativas e se conseguir desmontar ou desfazer as denúncias ou contestações dos adversários, terá a sua reeleição assegurada. 

A estratégia deverá ser proativa no sentido da divulgação dos resultados positivos e da aceitação popular. Deverá ser predominantemente defensiva, para evitar a disseminação e aceitação das notícias, veiculadas pelos seus adversários, para tentar desconstruir a sua imagem.

Deverá evitar a euforia dos seus seguidores do "já ganhou" e prestar atenção aos "outsiders" (novatos) que vem correndo por fora, com "fôlego para a reta final". 

Esses aproveitam o desgaste das brigas dos principais candidatos, para surgir como um elemento novo, renovador, quebrando as disputas tradicionais, sejam as de grupos políticos, como da ainda disputa entre PT e PSDB, nessas grandes cidades.

Formação da base legislativa

O candidato deve cuidar da formação da base legislativa, isto é, na Câmara de Vereadores, para, se reeleito ter boas condições de governança. 

Com a proibição das coligações para as eleições proporcionais, vale dize, para a eleição dos vereadores, uma tendência dos partidos seria lançar candidatos a Prefeito para  ajudar a formação da bancada.

É uma estratégia difícil  e complexa, porque o partido não pode "queimar" um candidato com força eleitoral para ser eleito vereador, colocado-o como candidato, com poucas chances de vitória, para Prefeito.

A alternativa do partido - quando tiver - é lançar o deputado federal, com base na região ou cidade, eventual candidato à Prefeito em 2024. A dificuldade é se esse candidato foi reeleito Prefeito, em 2016, renunciou em 2018 para concorrer para a Assembléia Legislativa do Estado ou para a Câmara Federal e não pode ser candidato a Prefeito em 2020, porque pode ser caracterizado como uma segunda reeleição, o que não é permitido, ainda que não esteja no cargo. 

Para o candidato e partido seria uma estratégia para as eleições municipais de 2024, para avaliar o efetivo potencial do candidato, com uma prévia em 2020.

Já o candidato à reeleição, com boa aceitação, deverá evitar a dispersão dos votos, para vencer ainda no primeiro turno. Para isso teria que articulações com os partidos aliados e apoiar eventuais candidatos a vereadores "bons de votos" desses partidos.

Em todas as articulações contar os números é fundamental, contrapondo-se à tendência tradicional de acreditar somente na intuição. 

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