Para o candidato bolsonarista não bastará a condição do eventual apoio presidencial para vencer as eleições: ele precisará ajustar os mantras do bolsonarismo para as questões municipais. Precisará ter um projeto para a sua cidade, ou para os setores mais críticos ou requeridos pelos eleitores.
Em relação aos mantras, como o da armamentação dos cidadãos será uma defesa discursiva ou decisão pessoal, pois o Município não ter atribuições a respeito.
As principais proposições serão em torno da pandemia do cornovarius, assumindo como básicas:
"No meu Governo, ninguém vai ser proibido de sair de casa. Todos poderão sair para trabalhar. Todas as atividades estarão funcionando normalmente. É preciso prevenir contra a doença e confio no meu povo que saberão usar máscara e evitar aglomerações. O povo precisa trabalhar, se divertir, encontrar as pessoas. Não podemos deixar o povo morrer sem trabalho e com fome".
"Se alguém for contaminado poderá procurar o sistema de saúde municipal que fornecerá a cloroquina gratuitamente. Todo sistema será obrigado a receitar a cloroquina". "Se alguma pessoa por doenças anteriores tiver agravamento, poderá procurar o sistema municipal, que se não tiver capacidade, encaminhará para o sistema estadual." "Aqui ninguém saudável, irá morrer da COVID".
Os termos não serão bem esses, mas o conteúdo sim.
Nas demais questões, embora as proposições sejam específicas, algumas são gerais: contrário a restrições no uso do automóvel, contrário a todas às medidas da "retomada verde".
Outra questão é a continuidade ou não do bolsoguedismo, sob risco de ruptura por dois fatores principais: a superação do tetos de gastos para dar continuidade aos auxílios às pessoas mais pobres e o Pró-Brasil, ou aumento de investimentos, igualmente ultrapassando o limite de gastos.
Em relação ao primeiro, a posição e ação será de apoio a Bolsonaro, mesmo com o risco da saída de Paulo Guedes. Dificilmente algum bolsonarista fiel irá "tomar as dores" de Paulo Guedes.
Quanto ao segundo interessa participar do programa, uma vez que grande parte será para investimentos em saneamento, diluídos por muitos Municípios.
Com o bolsoguedismo posições e propostas de maior rigor fiscal, mesmo com substanciais cortes de despesas, seria uma marca da campanha, podendo alcançar o apoio dos empresários locais. Se Guedes, a tendência é a prevalência do populismo, podendo ganhar mais apoio popular, mas perdendo o apoio empresarial.
O mesmo ocorrerá com as propostas de privatização e desestatização. Sem Paulo Guedes, essa diretriz perderá relevância.
O discurso do fiel bolsonarista candidato à eleição de Prefeito Municipal, em 2020, ainda depende das circunstâncias, mas sempre dentro da mesma linha: adesão absoluta ao líder da seita. Ao qual se reconhece o direito de mudar de rota. E se mudar, os seguidores irão atrás, sem questionar. Embora alguns fiquem pelo caminho.
A questão fundamental segue a mesma: o bolsonarismo, somando as adesões eventuais ou de última hora serão suficientes para eleger um Prefeito Municipal?
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