terça-feira, 25 de agosto de 2020

Perfil de investimentos em saneamento (3)

No setor de esgotos a situação brasileira, mesmo entre os grandes municípios, é precária, abrindo grandes oportunidades para investimentos. O problema maior não será a demanda potencial, mas a efetiva e a rentabilidade dos serviços. 
As necessidades deverão ser adequadamente avaliadas para não promover ilusões e gerar decepções.

Dos 42 municípios brasileiros com mais de 500 mil habitantes um não contava com rede coletora e dois não contavam com nenhuma ETE. No total, dentro desses municípios de grande porte, haveriam 56 ETEs, do quais 40 em operação, 7 com operação interrompida, 2 concluidas, mas ainda não em operação e 7 inacabadas. 
Uma grande parte dos esgotos coletados, mesmo nas grandes cidades, não é tratada, sendo despejados em cursos d'água, provocando poluição hídrica.  Ou seja, a capacidade das ETEs instaladas seria insuficiente para o atendimento da demanda.
Para atrair o interesse dos investidores não bastam as macroestatísticas, mas essas precisam ser desdobradas e integradas, para identificar as oportunidades, mesmo sem chegar ao nível de projetos específicos.
Entre os 624 municípios de porte médio, com mais de 50 mil e até 500 mil habitantes, 530 dispunham de rede coletora de esgotos, remanescendo 94 municípios sem rede. Em princípio esses municípios seriam potencialmente alvos de projeto e implantação de sistemas integrados de esgotos, ou a cadeia produtiva completa.
467 municípios dispunham de ETE, portanto dos 530 com rede, 63 ainda não tinham tratamento dos seus esgotos.  Embora deva se considerar que em alguns casos o tratamento possa estar sendo feito em outro município, outras estatísticas indicam que grande parte dos esgotos coletados não são tratados.
As maiores oportunidade de investimentos em empreendimentos "green-field" estarão nas cidades médias que ainda não contam com sistema integrado de esgotos. O maior volume de investimentos deverá ser na melhoria e ampliação de sistemas existentes, principalmente das redes, tanto de distribuição de água, como de coleta de esgotos e ainda da infraestrutura para o transporte "em grosso", caracterizados tecnicamente como "adutoras", no caso de água e "emissoras" no caso de esgotos. 

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