quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Os candidatos bolsonaristas

Os bolsonaristas emergiram em 2018 como um fato novo, mas já não serão novos em 2020. Com base na onda gerada pela candidatura de Jair Bolsonaro, vários "out siders" sairam como candidatos a cargos eletivos, assumindo as bandeiras da anti-política, da defesa da família e da segurança publica e pessoal, essa traduzida no direito às armas e a favor da militarização do Governo, em nome da ordem. Cerca de 60 foram eleitos como deputados federais, tanto pelo PSL, partido alugado por Jair Bolsonaro para poder registrar a sua candidatura,  como por outros partidos. Alguns deles são candidatos a Prefeitos, mesmo tendo abandonado o Presidente, como Joyce Hasselman, mas sem abandonar as suas bandeiras originais. 
Varios bolonaristas vão sair candidatos, defendendo as mesmas bandeiras do seu chefe-mor, atualizadas: armamento da população, como solução para a segurança, defesa de valores familiares tradicionais, a militarização, oposição ao isolamento, como forma de combate à pandemia, defesa do uso da cloroquina para o tratamento da doença. O combate ferrenho à corrupção deixou de ser uma bandeira, depois da saída de Sérgio Moro, do  Governo e tachado pelos bolsonaristas como "traidor".
Em raros casos um candidato bolsonarista alcançará o segundo turno. Em média os bolsonaristas fiéis são de 20 a 25% do eleitorado, com queda em relação aos que levaram Jair Boslonaro à Presidência que foram em torno de um terço do eleitorado. Em 2018, além desses, a total adesão dos antipetistas a Jair Bolsonaro o elegeu à Presidência da República. O  terço que continua apoiando-o foi acrescido pela gratidão dos sem renda agraciados pelo auxilio emergencial. Poucos estão nas grandes cidades e esses, na maioria dos casos acham insuficiente e uma obrigação natural do Governo e poderão ou não votar num candidato que se apresente como bolsonarista. O quarto de eleitores - em média - não será suficiente para serem eleitos, mas poderão infernizar um candidato que defina como inimigo e poderá colaborar para a sua derrota. Os bolsonaristas tendem a fazer uma campanha destrutiva e não propositiva. Serão agressivos e pouco escrupulosos fazendo amplo uso de dados falsos ("fake-news") para desconstruir os inimigos. 
O objetivo deles não é vencer a eleição, mas evitar que um suposto inimigo vença.
Os principais candidatos a inimigo dos bolsonaristas são os Prefeitos atuais que adotaram quarentenas mais rígidas e se opõe ao uso  obrigatório da cloroquina, no tratamento da COVID-19.
Os supostos inimigos dos bolsonaristas precisarão estabelecer estratégias defensivas adequadas aos ataques dos bolsonaristas para mitigar os desgastes. As principais serão de natureza juridica eleitoral, para conter os ataques e ter direito de resposta. O principal foco das batalhas serão as redes sociais. 

Esse fenômeno torna mais evidente a necessidade não só de estratégias propositivas para conquista de eleitores, mas também de estratégias defensivas para não perder votos. 

Há dois outros dados que precisam ser considerados: os candidatos do PSL poderão contar com muitos recursos dos fundos públicos e um dado mais recente que é a repercussão popular do auxílio emergencial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...