A Zona Leste do Municipio de São Paulo concentra uma grande população de baixa renda, um grande contingente de trabalhadores que se deslocam de onde moram para a área central da cidade de São Paulo, onde encontram melhores oportunidades de emprego.
A visão dos planejadores municipais é levar o trabalho para a região, reduzindo o fluxo periferia-centro.
Mas deve ser considerada outra visão: a de inverter o fluxo, gerando novos polos mais à leste de São Paulo, mas à oeste da bacia do Paraíba do Sul.
O desenvolvimento territorial depende - atualmente e nos próximos anos - do recurso mais escasso e de dificuldade de transferência que é a água. Tecnicamente é possivel fazer as transposições da água de uma bacia a outra, porém os custos são elevados e há grande resistência dos moradores das bacias exportadoras para as importadoras. Ninguém quer ceder a sua água.
Já a energia elétrica, telecomunicações e outros serviços públicos podem ser exportados e importados, tendo o Brasil um sistema integrado.
A mobilidade depende de investimentos, mas não há a mesma resistência que existe em relação à agua. Há segmentos populacionais dos receptores. A resistência é dos ambientalistas.
Na macrometróple de São Paulo, segundo os estudos desenvolvidos pelo Governo Estadual, a única bacia com perspectivas de superávit de água, é a do Paraiba do Sul. Algumas já está com déficit e terão agravada a situação, com eventual crescimento demográfico e produtivo.
Haverá um processo natural de migração para as regiões com menor risco de desabastecimento de água. Mas também pode ser planejada.
O planejamento compreenderia benefícios ou incentivos públicos para a instalação de unidades produtivas na região do vale do paraiba e eventuais restrições à expansão produtiva nas regiões com déficits hídricos.
Para sustentar a posição de principal base econômica do Brasil, a macrometrópole paulista precisa promover um rearranjo interno com o desenvolvimento maior da região da bacia paulista do Paraiba do Sul, com contenção da evolução demográfica e produtiva das outras.
Há uma contradição no uso do planejamento territorial. Se a região for considerada prioritária para as políticas públicas, a repercussão imediata é a valorização imobiliária, que poderá inibir o crescimento.
A estratégia governamental terá que ser informativa e indicativa, deixando ao mercado privado a efetivação das migrações e desenvolvimento.
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