Quando Lula confirmou - ainda em 2007 - a realização da Copa do Mundo de Futebol, no Brasil em 2014, uma grande parte da população brasileira foi tomada por uma euforia, vislumbrando uma redenção nacional, através do futebol.
Lula, com a sua esperteza, insuflou esse ambiente de euforia, prometendo realizar a melhor Copa de todos os tempos e sem recursos públicos. O Governo cuidaria apenas da infraestrutura pública, com os estádios e a organização do evento inteiramente com recursos privados: "não vou colocar um tostão, nos estádios". O povo acreditou. Uma grande parte interpretou que esse dinheiro privado seria da FIFA e dos seus patrocinadores. Vã ilusão ou esperança.
Ao longo do processo o povo foi percebendo que não seria nada daquilo que eles imaginaram e foram se sentindo traídos.
Primeiro, a Copa não é o Brasil. É da FIFA e será realizada no Brasil. O Brasil será apenas hospedeiro, que gastará em toda a preparação, para usufruto da FIFA. E ela, gananciosa, foi exigindo cada vez mais. Não bastam os estádios. Quer estruturas temporárias para fazer as suas festas particulares e as fan-fest para as festas públicas, todas custeadas pelo Brasil.
A mídia ajudou o povo a perceber que foi enganado, com relação às fontes dos recursos. Em vez de zero, como prometera Lula, mais de 90% do dinheiro será de fontes públicas, direta ou indiretamente. Para o imaginário popular é o Governo gastando para uma festa particular, onde não é o anfitrião é que ganha. Todos os benefícios são do "folgado" do hóspede.
Então uma parte do povo se revoltou contra a Copa da FIFA. Não quer mais a Copa no Brasil. Só que acordou tarde. Agora não dá mais para suspender. Vai ter Copa no Brasil. A Copa do Mundo da FIFA, edição 2014.
(não vou ficar aqui na posição do "bem que avisei". Mas cumpri o dever de cidadania de mostrar desde 2007 que a Copa não seria do Brasil, mas da FIFA, como um grande negócio onde só ela ganha e os outros gastam).
Diante da irreversibilidade da realização da Copa no Brasil, daqui a menos de 60 dias o Governo iniciou uma campanha publicitária para restabelecer o clima de euforia, agora centrado no futebol e na seleção brasileira. Uma seleção que é de nascidos no Brasil, mas é européia. Só sobrou Fred que joga no Brasil, depois de ter estado no exterior.
O objetivo da campanha não é apenas de promover a auto-estima do brasileiro mas inibir os movimentos anti-Copa durante a sua realização.
Não vai adiantar. Haverá movimentos anti-Copa. Não serão muitos, nem com grandes massas, mas suficientes para atrapalhar o trânsito e criar preocupações às autoridades.
O intimidado Prefeito de São Paulo quer decretar feriado nos dias de jogos na cidade para tentar esvaziá-la. O impacto econômico é desastroso. Só aumentará a revolta contra a Copa.
A Copa do Mundo da FIFA no Brasil é irreversível: vai ter Copa. E vai ter manifestação de rua conta ela. Também é inevitável.
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