A visão da economia do mercado da riqueza é que o bolsa família é uma esmola, que perpetua a pobreza e estimula a indolência, gerando uma carência de mão-de-obra. Ademais a falta de controle permitiria gastos do benefício com cigarro, bebida e outros consumos inadequados e não garantiria a educação das crianças.
A visão "petista" é que o bolsa família corresponde a uma renda mínima, garantindo aos beneficiários melhor condição de sobrevivência, pelo menos sem passar fome. O bolsa família não os tornariam indolentes, mas em mais exigentes, em relação aos salários e às condições de trabalho. Na prática os empregadores não estariam dispostos a pagar mais e alegam que esses beneficiários não querem trabalhar. E estariam colocando as culpa das dificuldades no Bolsa Família.
A campanha eleitoral para a Presidência levou às promessas de consolidação do Bolsa Família, com ambos os candidatos assegurando que o mesmo terá continuidade.
Garantido o básico o Governo, qualquer que seja, terá que complementar o Bolsa Família, para que as famílias possam efetivamente sair da pobreza.
Há três caminhos principais:
- o da educação, que se desdobra com:
- seguros impactos de longo prazo, quando focados na educação básica, atendendo às crianças;
- prováveis impactos a curto prazo, quando as ações estão voltadas à capacitação dos jovens e adultos;
- o encaminhamento das pessoas beneficiadas para o mercado formal de empregos;
- a geração de oportunidades de trabalho como microempreendedores, inclusive no mercado informal.
A educação das crianças garante um futuro melhor para as elas, mas não garante que o mercado formal ofereça todas as oportunidades de emprego para absorvê-las, quando chegarem à idade adulta.
O que é futuro para as crianças já é presente para os jovens e adultos e mesmo com maior capacitação continuam enfrentando restrições de demanda por empregos, nos mercados formais mais desenvolvidos. A indústria deixou de ser a grande oportunidade e empregadora. O mesmo ocorre com a construção civil, cada vez mais mecanizada e informatizada, requerendo menores volumes de mão-de-obra.
As principais alternativas de trabalho está no comércio e nos serviços.
Isso faz com que uma grande possibilidade de trabalho esteja nas próprias comunidades beneficiárias do bolsa família, para microempreendedores populares, incluindo os em condições informais.
O desenvolvimento do microempreendimento popular, aceitando, inclusive o informal é o passo seguinte para propiciar aos pobres a oportunidade de sair mais rapidamente da pobreza a partir do seu esforço pessoal. Num primeiro momento, a renda dos serviços deve ficar acumulada com o benefício do bolsa-família. Não é uma tese fácil de ser aceita, mas uma condição essencial para a dinamização da economia local e geração das oportunidades de trabalho.
Complementarmente os programas de capacitação deverão estar focadas na preparação para o setor de serviços de massa, com tecnologias intermediárias e mão-de-obra intensiva. O setor com maior demanda tem sido os serviços por motocicleta, seja o motofrete como o mototaxi.
Os serviços de transporte foram as principais oportunidades descobertas pelos jovens pobres para se apropriar da renda injetada pelo bolsa família. Mas não são as únicas.
O principal gasto das famílias é com a alimentação e há duas alternativas básicas: uma alimentação com forte participação de produtos industrializados. A outra é baseada na alimentação natural, o que pode ser feita a partir da produção local.
O modelo desejável é a criação de um círculo virtuoso, com produção orgânica (sem uso de fertilizantes e defensivos químicos) consumidos pela própria comunidade, com possibilidade de comercialização de excedentes.
Para isso o programa governamental deve, de um lado, apoiar a produção orgânica, dentro da agricultura familiar e, de outro, desenvolver campanhas de marketing para estimular o seu consumo.
Aqui também há uma dificuldade, pois os defensores da alimentação mais saudável, acham que o meio é a educação ambiental, contrapondo-se ao marketing comercial. O problema é que o concorrente usa e abusa do marketing para seduzir os clientes, inclusive os mais pobres.
O marketing dos alimentos locais deve ser parte do orçamento dos programas sociais.
O círculo virtuoso, começa com a produção agrícola, para o qual deve ser prestados serviços de assistência rural e financiamentos adequados.
A logística deve ficar a cargo, no geral, pelas motofretes, com a aquisição de caminhonetes ou similares para produção maior.
Além da venda in natura, deverão ser desenvolvidos os serviços de produção de alimentação pronta, em quentinhas ou congeladas. Para isso a capacitação de cozinheiras, com uso de ingredientes naturais deve ser uma das prioridades da capacitação das pessoas.
Com renda adicional as famílias melhor sucedidas passam a contratar babás para as crianças e cuidadoras (os) para os idosos. Geram uma nova rodada de circulação e ampliação da renda.
Mais ainda, a renda faz as pessoas buscarem maiores cuidados pessoais, inclusive estéticas: geram oportunidades para serviços de cabeleireiros, manicures e similares, ampliando o circuito de trabalho e renda.
Os trabalhadores resistem à formalização porque esta implica em descontos na sua remuneração. Mesmo que seja de natureza previdenciária, a sensação é negativa.O que é futuro para as crianças já é presente para os jovens e adultos e mesmo com maior capacitação continuam enfrentando restrições de demanda por empregos, nos mercados formais mais desenvolvidos. A indústria deixou de ser a grande oportunidade e empregadora. O mesmo ocorre com a construção civil, cada vez mais mecanizada e informatizada, requerendo menores volumes de mão-de-obra.
As principais alternativas de trabalho está no comércio e nos serviços.
Isso faz com que uma grande possibilidade de trabalho esteja nas próprias comunidades beneficiárias do bolsa família, para microempreendedores populares, incluindo os em condições informais.
O desenvolvimento do microempreendimento popular, aceitando, inclusive o informal é o passo seguinte para propiciar aos pobres a oportunidade de sair mais rapidamente da pobreza a partir do seu esforço pessoal. Num primeiro momento, a renda dos serviços deve ficar acumulada com o benefício do bolsa-família. Não é uma tese fácil de ser aceita, mas uma condição essencial para a dinamização da economia local e geração das oportunidades de trabalho.
Complementarmente os programas de capacitação deverão estar focadas na preparação para o setor de serviços de massa, com tecnologias intermediárias e mão-de-obra intensiva. O setor com maior demanda tem sido os serviços por motocicleta, seja o motofrete como o mototaxi.
Os serviços de transporte foram as principais oportunidades descobertas pelos jovens pobres para se apropriar da renda injetada pelo bolsa família. Mas não são as únicas.
O principal gasto das famílias é com a alimentação e há duas alternativas básicas: uma alimentação com forte participação de produtos industrializados. A outra é baseada na alimentação natural, o que pode ser feita a partir da produção local.
O modelo desejável é a criação de um círculo virtuoso, com produção orgânica (sem uso de fertilizantes e defensivos químicos) consumidos pela própria comunidade, com possibilidade de comercialização de excedentes.
Para isso o programa governamental deve, de um lado, apoiar a produção orgânica, dentro da agricultura familiar e, de outro, desenvolver campanhas de marketing para estimular o seu consumo.
Aqui também há uma dificuldade, pois os defensores da alimentação mais saudável, acham que o meio é a educação ambiental, contrapondo-se ao marketing comercial. O problema é que o concorrente usa e abusa do marketing para seduzir os clientes, inclusive os mais pobres.
O marketing dos alimentos locais deve ser parte do orçamento dos programas sociais.
O círculo virtuoso, começa com a produção agrícola, para o qual deve ser prestados serviços de assistência rural e financiamentos adequados.
A logística deve ficar a cargo, no geral, pelas motofretes, com a aquisição de caminhonetes ou similares para produção maior.
Além da venda in natura, deverão ser desenvolvidos os serviços de produção de alimentação pronta, em quentinhas ou congeladas. Para isso a capacitação de cozinheiras, com uso de ingredientes naturais deve ser uma das prioridades da capacitação das pessoas.
Com renda adicional as famílias melhor sucedidas passam a contratar babás para as crianças e cuidadoras (os) para os idosos. Geram uma nova rodada de circulação e ampliação da renda.
Mais ainda, a renda faz as pessoas buscarem maiores cuidados pessoais, inclusive estéticas: geram oportunidades para serviços de cabeleireiros, manicures e similares, ampliando o circuito de trabalho e renda.
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