sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Faz sentido o terceiro turno?

Dilma foi diplomada ontem como a Presidente da República para o período de 2015-2018. Foi o penúltimo ano de validação das eleições de outubro de 2014, realizada em dois turnos. 
O PSDB, liderando a oposição quer invalidar a eleição de Dilma, por diversas e pequenas irregularidades que pouco prosperarão. A situação, com o controle não só do Executivo, mas também com forte influência sobre o Judiciário defende-se acusando a oposição de pretender um terceiro turno. 
A oposição bem sabe que suas investidas no sentido de anular a eleição de Dilma, pouco prosperarão, mas desenvolve uma oposição do "tipo petista" de fustigar sempre e não deixar a situação tranquila. O terceiro turno não tem sentido prático, mas partidário. É matéria que está e estará sempre na mídia política e atende a uma minoria partidária, ainda inconformada com a derrota do seu candidato.

A oposição pretende manter a presidente eleita acuada: na defensiva. Aquela perdeu uma grande bandeira que foi tomada pela eleita. Assumiu a política econômica que seria da oposição e a deixou sem argumentos para combatê-la. Terá que esperar alguns meses para começar a dizer que fez as escolhas certas, mas executou-as de forma errada. E para salvaguardar os técnicos dirá que a culpa é da interferência indevida da Presidenta. 

A estratégia é de mantê-la sob pressão, até que uma bomba de efeito maior, dê margem ao seu impedimento.

Do lado da oposição a expectativa dessa bomba é que ela venha de fora. Internamente todas as bombas serão desarmadas preventivamente. Ou se explodirem serão com baixo efeito.

A bomba externa em preparação é um processo dos organismos norte-americanos de controle do mercado acionário e das empresas que operam nos Estados Unidos (ainda que estrangeiras) contra a gestão de empresas que causam prejuizos à economia norte-americana ou a acionistas norte-americanos em particular.

A Petrobrás e seus dirigentes serão investigados por gestão temerária ou omissa em dois casos: a compra da Refinaria de Pasadena e os superfaturamentos de obras  para gerar recursos para as propinas.

Tanto no primeiro, como no segundo caso, a apuração é se os valores incorporados aos ativos da Cia representam o seu valor efetivo, ou se estão inflados, como as verbas das propinas? Esse é o principal nó que impede a Price, como auditora da Petrobrás, dar o seu parecer. Ela quer que a gestão atual da empresa apure os valores reais e defina o que vai fazer com a diferença.

Dependendo dos resultados, aqueles organismos (SEC e Secretaria da Justiça) norte-americanos poderão impor sanções aos dirigentes, segundo a legislação norte-americana, com pesadas multas e até a possibilidade de prisão, caso esses dirigentes pisem em solo norte-americanos.

Dentro desse processo uma das dirigentes alcançadas será a Presidente do Conselho de Administração da Petrobras que dirigiu a sessão que aprovou a compra superfaturada da refinaria de Pasadena: já comprovada pelas órgãos de controle brasileiros.

A penalidade que vier a ser aplicada, poderá não ter grandes efeitos práticos, do ponto de vista monetário. Mas terá grande efeito político.

Por outro lado a situação deve estar procurando ansiosamente, um restabelecimento diplomático ou similar para tirar o terceiro turno do foco.

Essa tem sido a saida de governantes norte-americanos em crise. Nixon, acuado  inventou um torneio de ping-pong com os chineses para iniciar um processo de abertura que ocorreu na sequência. Agora Obama, também acuado, reatou as relações diplomáticas com Cuba, com grande impacto. O debate e embate entre os favoráveis e os desfavoráveis fazem os norteamericanos esquecerem de outros problemas.

O que Dilma, Lula e João Santana tem a oferecer? 

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