Quando se constata um tumor maligno em alguma parte do corpo de uma pessoa saudável, em plena atividade, pessoal e econômica, como um bem sucedido empresário ou profissional liberal e com grandes perspectivas presentes e futuras isso é um grande baque.
O médico solicita uma série de exames de laboratório e de imagens, e anuncia a necessidade de uma cirurgia e uma inatividade durante algum tempo. O que significa, ademais, uma grande perda econômica. Não só pelos gastos adicionais, ainda que parte coberta por um plano de saúde, como pela perda de receita. É um caso típico de lucro cessante e o paciente pode sobrevir, mas corre o risco de sofrer um colapso econômico e financeiro: sobrevive, mas pobre.
A reação inicial do paciente, após o susto, é buscar segunda, terceira e sucessivas opiniões para tentar uma saída menos invasiva, com tratamento medicamentosa ou alternativa, sem ter que interromper as suas atividades pessoais e, principalmente, econômicas. Fica extremamente preocupado com a perspectiva das perdas econômicas, dissipando todos os ganhos acumulados ao longo de uma produtiva e exaustiva vida.
Com a cirurgia, a perspectiva que lhe é oferecida é uma eliminação do tumor e um tratamento subsequente por quimio e radioterapia. Mas há sempre o risco de que alguma parte tenha remanescida e possa ocorrer uma recidiva. Uma alternativa radical é uma intervenção mais ampla, com a retirada de órgãos ou partes em que poderia vir a atacar a doença.
Situação a essa está ocorrendo com a Petrobrás, onde se descobriu um cancro, cuja extirpação poderá ter graves problemas para o paciente e para o Brasil, como um todo.
Muitas atividades serão suspensas. O impacto principal será sobre os empreendimentos da Petrobras que terão atrasos generalizados, afetando a perspectiva de revitalização da economia brasileira em 2016. Há, no entanto, um lado positivo desse atraso: o dolar deverá continuar mais alto, favorecendo a exportação de produtos brasileiros, sustentando a precária atividade industrial no Brasil.
A Petrobras se tornou, ao longo de 60 anos a maior empresa brasileira, colocando-se entre as mais valiosas do mundo, o símbolo do desenvolvimento e sucesso brasileiro e o principal elemento do orgulho e da auto-estima do brasileiro. Tornou-se, sem dúvida, o grande patrimônio brasileiro, controlado pelo Estado Brasileiro, dirigido por brasileiros.
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
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