Chegou ao cargo de gerente executiva da Area de Abastecimento Corporativo, juntamente com Paulo Roberto Costa, em 2005, ainda no primeiro mandato de Lula.

Nesse ínterim, Paulo Roberto Costa começou a montagem do "esquemão" nas obras da Refinaria Abreu e Lima (designada internamente pela Petrobras como RENEST - Refinaria do Nordeste), mediante contratos superfaturados com os associados do "clube", adotando procedimentos não conformes às regras, como o encaminhamento de contratação sem o projeto executivo completo.
As contratações precisavam ser aprovadas pela Diretoria Executiva e depois concretizadas pela Diretoria de Engenharia e Serviço, comandada por Renato Duque, tendo Pedro Barusco como o gerente executivo da área.
À Venina cabia preparar os processos, eventualmente negociar os termos dos serviços e dos contratos e encaminhá-los ao Diretor que os levava à Diretoria Executiva e depois de aprovado os encaminhava e acompanhava o andamento na Diretoria de Serviços. Ela participou ativamente, como atribuição funcional, de todo o processo de contratação das obras e fornecimentos da RENEST.
Por atribuição funcional participou dos processos, mas não do esquema como os outros, dois dos quais confessos.
Não aguentando a situação, levou ao seu Diretor a intenção de denunciar, uma vez que os alertas não haviam sido suficientes, quando então ocorreu a dita reação do Diretor de que "ela estava querendo derrubar todo mundo", que estava "querendo pular fora do barco" e outras manifestações que resultaram na retirada dela do cargo e um primeiro exílio dourado a Cingapura, para fazer um curso. Concluido este e retornando ao Brasil foi colocada na "geladeira" até que surgiu a oportunidade de um novo exílio, como Presidente da subsidiária da Petrobras em Cingapura. Supostamente uma promoção, mas era para ter o cargo e não trabalhar. Para não interferir em nada. Mas continuou incomodando com os seus e-mails.
Até que deflagrada a Operação Lava-Jato a delação premiada de Paulo Roberto e os problemas com os auditores externos, a Petrobras nomeou uma comissão interna para verificar os contratos da RENEST, com foco no quarteto e, principalmente, na incômoda ex-gerente, a única deles ainda no quadro ativo da Petrobras. E dentro das centenas de processos referentes à RENEST encontraram um caso especifico, pelo fato de uma proposta comercial estar destinada formalmente a ela. Segundo a Comissão ela teria desconsiderado um desconto oferecido pela proponente, imputando-lhe um poder pessoal que não teria isoladamente.
Mas foi o suficiente para a Direção da Petrobras, afastá-la do cargo honorário do outro lado do mundo, rebaixá-la, com redução salarial e instaurar processo para sua demissão por justa causa.
Diante dessas acusações ela, para se defender, trouxe a público parte da documentação, com os alertas para demonstrar que, apesar da sua participação funcional, não fez parte do "esquemão", que se contrapôs a esse o que levou ao seu rompimento com o antigo chefe, esse sim envolvido, ao seu afastamento, exílio e sucessivas tentativas de desqualificação.
A esta altura a principal é que ela não fez as denúncias oportunamente, só o fazendo quando foi acusada. O que teria feito como retaliação. Não é retaliação. É auto-defesa quando a situação se torna insustentável. Ela não denunciou antes na vã esperança de preservar a sua querida empresa, a quem dedicou toda uma vida.
Os que vivem ou conhecem o meio empresarial bem sabem da angústia e indecisão de denunciar o seu chefe com o qual tem uma relação de lealdade e companheirismo de muitos e muitos anos. E a repercussão na imagem da empresa.
Ela está se defendendo e merece todo o apoio. O que ela não pode é se calar. Ou o pior: "ser calada".
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