A mais nova crise política, iniciada por uma desavença entre o filho do Presidente, Carlos, e o Ministro Gustavo Bebianno, independentemente da repercussão popular, comprometeu o cenário "lua de mel prolongada". Na prática a lua de mel, nem chegou a começar. Era uma grande expectativa antes da posse. Os discursos da posse reforçaram a expectativa, mas os primeiro dias de governo, foram marcados por decepções (como o episódio de Davos), por ondas de violência no Ceará e por grandes tragédias, como a de Brumadinho.
A hospitalização de Jair Bolsonaro, para uma cirurgia programada, gerou um crise interna, promovida pelos filhos, que pressionaram para um retorno antecipado, contrariando ordens médicas, para minimizar o exercício da presidência pelo Vice, General Mourão.
A interferência dos filhos se agravou com o conflito entre o filho 02, Carlos, e o Ministro Bebianno, gerando uma crise política que está afetando as relação do Governo com o Congresso.
Uma aprovação fácil e de baixo custo da reforma previdenciária, assim como das medidas anticrime de Moro, baseada num forte e indiscutível apoio popular, pressionando o Congresso, ficou comprometida.
O cenário tendencial que era de "lua de mel prolongada", passa a ser o de "lua de mel interrompida", com a retomada do amplo apoio popular, tem pouca probabilidade de ocorrência.
O cenário mais provável é da aprovação pelo Congresso da agenda governamental, mas não sem ampla e intensa negociação, com concessões políticas, nem sempre aceitas pela população.
Isto é, do cenário "relacionamento instável ou conturbado", mas beirando perigosamente o cenário frustração e desencanto.
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Filhocracia x política
Seria uma "saída honrosa" para Bebianno e uma solução para garantir a quase totalidade dos votos da bancada do PSL para a reforma da previdência, além de ampliar o tamanho da bancada, pela atração de outros parlamentares para o partido. É uma solução desejada por Paulo Guedes e Rodrigo Maia.
Seria uma solução apoiada, ainda que não explícita, pela área militar.
As dificuldades estariam no "sacrifício" de Luciano Bivar, o que não teria a mesma repercussão pública do sacrifício de Bebianno, na redução do poder de Onyx Lorenzoni e, principalmente, na redução da temperatura do sangue do clã Bolsonaro. A de Jair, apesar das suas resistências pessoais, será por pressão política e da ala militar.
Ele não poderá continuar pretendendo governar, com permanente "sangue quente", o que é inviável em política.
O problema maior estará no controle dos filhos, principalmente do "pit bull", o 02.
Se Jair Bolsonaro continuar privilegiando a relação familiar às relações política, a lua de mel será abreviada e os riscos do cenário "frustração e desencanto" crescerão.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
O que quer o clã Bolsonaro?
Jair Bolsonaro foi eleito como um mito. Ele mesmo alimentou o imaginário popular, favorecido por circunstâncias. Como um vulto dá margem a diversas interpretações, com cada qual vendo uma parte e tentando decifrar ou definir o todo. O mito é resguardado pelo seu filho Carlos, o guardião.
Todos os que buscam ingressar no círculo íntimo e tentam influenciar o Presidente são repelidos e instados a se afastarem.
Com o sucessivo afastamento dos "velhos amigos" civis, com o monarca Bolsonaro, cercado pelos seus filhos, como evoluirá a gestão Bolsonaro?
Tirando as áreas estratégicas assumidos pelos superministros plenipotenciários, as assumidas pelos militares, do ponto de vista administrativo, fica a cargo da governança do Presidente um remanescente de áreas, aparentemente soltas. Essas só ganham importância quando "sacudidas" por acidentes, como o caso da área ambiental. Fora disso, só "tocam a rotina", sem maiores repercussões gerais.
Como caminhará o Governo, dentro dessas circunstancias e o que acontecerá com o Brasil nos próximos anos ?
Todos os que buscam ingressar no círculo íntimo e tentam influenciar o Presidente são repelidos e instados a se afastarem.
Com o sucessivo afastamento dos "velhos amigos" civis, com o monarca Bolsonaro, cercado pelos seus filhos, como evoluirá a gestão Bolsonaro?
Tirando as áreas estratégicas assumidos pelos superministros plenipotenciários, as assumidas pelos militares, do ponto de vista administrativo, fica a cargo da governança do Presidente um remanescente de áreas, aparentemente soltas. Essas só ganham importância quando "sacudidas" por acidentes, como o caso da área ambiental. Fora disso, só "tocam a rotina", sem maiores repercussões gerais.
Como caminhará o Governo, dentro dessas circunstancias e o que acontecerá com o Brasil nos próximos anos ?
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Aguardando os 90 dias
O Chefe da Casa Civil definiu um cronograma de programação de atividades do Governo, concedendo a cada um dos órgãos governamentais o prazo de 90 dias, a partir do inicio do governo, isto é, até 31 de março, a formulação e apresentação dos planos para os próximos 4 anos (2020-2023), prazo do próximo PPA - Plano Plurianual. Até lá a máquina administrativa só cuida da rotina, sem iniciar novos programas.
No setor da mobilidade urbana, a continuidade das atividades está no programa Avançar Cidades, um programa definido ainda no tempo do Ministério das Cidades, agora a cargo do Ministério de Desenvolvimento Regional e Urbano, que financia Prefeituras Municipais para programas de pavimentação, calçadas, sinalização, transporte coletivo e outros. A prioridade agora é o pedestre. Estacionamento não faz parte da agenda das políticas nacionais de mobilidade urbana. O que pode ser considerado como fato positivo, já que o livra de amarras ou regulações públicas nacionais.~
Não há, por enquanto, perspectivas de profundas mudanças, de rupturas (breakthroughs), destruições criativas e outras alterações profundas, com grandes mudanças de paradigmas. Significa que não há perspectiva de substanciais mudanças sobre as percepções governamentais sobre o papel dos estacionamentos na mobilidade urbana. Não são considerados como problema ou como solução. Apenas uma realidade.
A posição dos representantes dos Governos é que a sociedade, que as associações empresariais, ONGs e outra entidades privadas apresentem proposições radicais, mas viáveis.
Os problemas da mobilidade urbana decorrem de decisões pessoais, sendo os mais relevantes as dos decisores de serviços de transporte coletivo e de localização das atividades geradoras de trabalho. Faltam ainda percepções mais objetivas das razões ou lógicas das decisões empresariais. Essas são consideradas segundo estereótipos que nem sempre correspondem à realidade.
Os indícios são de que no final dos 100 dias o Governo não terá muitos resultados efetivos a apresentar, mas pretende detalhar as suas promessas.
No setor da mobilidade urbana, a continuidade das atividades está no programa Avançar Cidades, um programa definido ainda no tempo do Ministério das Cidades, agora a cargo do Ministério de Desenvolvimento Regional e Urbano, que financia Prefeituras Municipais para programas de pavimentação, calçadas, sinalização, transporte coletivo e outros. A prioridade agora é o pedestre. Estacionamento não faz parte da agenda das políticas nacionais de mobilidade urbana. O que pode ser considerado como fato positivo, já que o livra de amarras ou regulações públicas nacionais.~
Não há, por enquanto, perspectivas de profundas mudanças, de rupturas (breakthroughs), destruições criativas e outras alterações profundas, com grandes mudanças de paradigmas. Significa que não há perspectiva de substanciais mudanças sobre as percepções governamentais sobre o papel dos estacionamentos na mobilidade urbana. Não são considerados como problema ou como solução. Apenas uma realidade.
A posição dos representantes dos Governos é que a sociedade, que as associações empresariais, ONGs e outra entidades privadas apresentem proposições radicais, mas viáveis.
Os problemas da mobilidade urbana decorrem de decisões pessoais, sendo os mais relevantes as dos decisores de serviços de transporte coletivo e de localização das atividades geradoras de trabalho. Faltam ainda percepções mais objetivas das razões ou lógicas das decisões empresariais. Essas são consideradas segundo estereótipos que nem sempre correspondem à realidade.
Os indícios são de que no final dos 100 dias o Governo não terá muitos resultados efetivos a apresentar, mas pretende detalhar as suas promessas.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
Os primeiros 40 dias
O primeiro mês do governo Bolsonaro, mostrou o Presidente mantendo o estilo de campanha, para manter o apoio popular. Seus discursos seguem populistas, repleto de promessas e frases de efeito. Até mesmo em Davos, na Suiça.
De efetivo seis fatos marcaram a trajetória futura do Governo Bolsonaro: o cumprimento da promessa de não adotar o "troca-troca" na formação do Ministério, a demora do Ministro Moro em apoiar o enfrentamento do crime organizado no Ceará, o comprometimento de Bolsonaro em manter o Brasil, dentro do Acordo de Paris do Clima, a tragédia de Brumadinho, que reverteu a promessa de flexibilizar a fiscalização ambiental, o "caso Flávio Bolsonaro-Fabrício Queiroz" que mancha a imagem de político impoluto de Jair Bolsonaro e o retorno precipitado de retomada da Presidência, diante do aumento da sombra do Vice-Presidente, General Mourão.
Nos primeiros dias de fevereiro, a percepção da opinião pública foi de vitória do Governo nas eleições para a Presidência das Casas no Congresso, Sérgio Moro e Paulo Guedes vieram a público para apresentar as suas propostas. Por disciplina evitaram evidenciar, ainda no primeiro mês, de que o Governo anda, mesmo com a ausência factual do Presidente Bolsonaro, mas não puderam evitá-lo, com a reabertura do Congresso.
De efetivo seis fatos marcaram a trajetória futura do Governo Bolsonaro: o cumprimento da promessa de não adotar o "troca-troca" na formação do Ministério, a demora do Ministro Moro em apoiar o enfrentamento do crime organizado no Ceará, o comprometimento de Bolsonaro em manter o Brasil, dentro do Acordo de Paris do Clima, a tragédia de Brumadinho, que reverteu a promessa de flexibilizar a fiscalização ambiental, o "caso Flávio Bolsonaro-Fabrício Queiroz" que mancha a imagem de político impoluto de Jair Bolsonaro e o retorno precipitado de retomada da Presidência, diante do aumento da sombra do Vice-Presidente, General Mourão.
Nos primeiros dias de fevereiro, a percepção da opinião pública foi de vitória do Governo nas eleições para a Presidência das Casas no Congresso, Sérgio Moro e Paulo Guedes vieram a público para apresentar as suas propostas. Por disciplina evitaram evidenciar, ainda no primeiro mês, de que o Governo anda, mesmo com a ausência factual do Presidente Bolsonaro, mas não puderam evitá-lo, com a reabertura do Congresso.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Trajetórias do primeiro mês
Na redução da estrutura organizacional do Governo Federal embora menor que o prometido, a imagem popular é de que está fazendo o possível, no cumprimento das promessas.
No campo regulatório as medidas são parcas, com o Congresso ainda em recesso. A medida mais relevante, foi o decreto de flexibilização da posse de armas. Não satisfez a nenhuma das partes diretamente envolvidas, mas o primeiro passo da promessa foi cumprido.
O primeiro mês estaria inteiramente dentro do cenário "Lua de Mel prolongada", apesar de pequenas trapalhadas, não fosse o episódio Flávio Bolsonaro/ Fabrício Queiroz. Este empana o cenário e o leva à alternativa do cenário "relacionamento instável".
domingo, 3 de fevereiro de 2019
Janeiro de 2019 - artigos
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- O Governo do clã Bolsonaro - desgaste
- O Governo do clã Bolsonaro (4)
- O governo do Clã Bolsonaro (5)
- A civilização ocidental sob risco?
- O candidato Bolsonaro em Davos
- A "prensa" em Bolsonaro em Davos
- Trajetórias do primeiro mês
- Trajetórias do primeiro mês (2)
- Estranhezas no crime de Brumadinho (1)
- Estranhezas no crime de Brumadinho (2)
- Estranhezas no crime de Brumadinho (3)
- Estranhezas no crime de Brumadinho (4)
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