segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A água do camihhão pipa

Usei ontem o caso da água distribuída pelos caminhões ou carro pipa para mostrar que a crise da água não é geral, mas da água encanada, da água distribuída pelas redes, ou seja, a água suprida pelas concessionárias de serviços de água (e eventualmente também de esgotos), ou seja, das SABESPs, COPASAs e outras.

Se a crise for geral, com escassez total da água, não adianta buscar a alternativa do carro pipa porque esse não tem onde buscar a água. Talvez a enormes distâncias. Como no exemplo da energia, teria que ir buscar na Argentina: Só como piada. 

Se o caminhão-pipa traz e distribui a água é porque essa existe. Mas onde está essa água que o motorista ou proprietário do caminhão-pipa retira? Essa água é tratada, indagam os leitores?

Não, não é tratada, porque se for tratada pela concessionária o carro-pipeiro avulso tem que pagar pela água e não teria lucro. Ou estaria "roubando" a água da concessionária, furando a adutora. Ou ainda, poderia provocar um vazamento na tubulação para coletar a água. 

Ele pode buscar a água numa nascente e nesse caso a água seria potável, mesmo sem tratamento. É uma solução limitada e também sujeita à escassez. Se a estiagem é prolongada as nascentes também secam.

A principal fonte do carro-pipeiro é um curso d'água ainda com água ou a represa da concessionária, retirando água não tratada. Portanto não potável.

Nas cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro e outras, o cidadão pode optar por ter o gás de cozinha por canalização ou usar o "caminhão de gás", que traz e troca os botijões. A situação é similar. De qualquer forma ambos os fornecedores precisam ter uma fonte.

A água trazida pelo carro ou caminhão-pipa não precisa de grandes investimentos em adutoras, caixas d´água, redes de distribuição e outros. O seu investimento é o caminhão, com as suas tubulações e bombas. E o custo principal o combustível para rodar, além da depreciação e amortização do investimento. Tem mais flexibilidade e pode ir buscar a água em locais mais distantes. 

Da mesma forma que o "caminhão do gás", o carro-pipa pode ser adotado como a solução usual e rotineira para o abastecimento domiciliar da água. Mas em muitos casos irá requerer instalações especiais para receber a água e encher as caixas d'água. 

Uma alternativa é que parte desse serviço seja assumido pela própria concessionária, como forma alternativa de abastecimento de água potável.

Isso poderá reduzir a ansiedade e angústia das pessoas que temem a falta d'água e ficam ligadas na televisão ou na internet para acompanhar a situação diária dos reservatórios, principalmente o da Cantareira, em São Paulo: que, provavelmente, estão sendo manipuladas.

O caminhão pipa é solução, mas pelo "amor de Deus" não coloquem Beethoven no meio, que não tem nada a ver com isso.








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