O discurso de Dilma que marca, efetivamente, o início do seu mandato, confirma o esperado e não desejado: nem tanto ao céu, nem tanto ao mar.
Reforçou a necessidade do equilíbrio fiscal e deu recado aos seus Ministros: contenham os gastos, não esperem mais verbas para os seus programas, tanto os antigos, como novos. O seu papel não é expandir, mas fazer mais com um pouco menos que já tem. Usem a criatividade para serem mais produtivos. É querer demais da sua "equipinico" ministerial. Os menos piores acham explicações, os mais, se calam.
Esperado, mas nenhum deles gostou. Talvez só a trinca econômica, que teve o respaldo para as suas tesouradas.
Mas, sempre mas: os programas sociais serão preservados. Os ajustes não prejudicarão as conquistas sociais. Os direitos dos trabalhadores serão preservados. Também esperado, mas não desejados. As Centrais Sindicais irão esperar pelo cumprimento das promessas. A equipe econômica bateu forte. Ela "assopra devagarinho". Não gostaram, mais não podem reclamar muito.
Colocou à venda a versão de que está e irá fazer o projeto vencedor nas eleições. Quem quiser que compre. Mais uma vez, com o respaldo de João Santana, deu sinais de que vai insistir na tese goebeliana, de repetir incessantemente, até que seja aceita como verdadeira. Será que o PSDB vai dizer, com sucesso, que o projeto dela é o derrotado nas eleições? Limitou as contestações da oposição. O máximo que ela pode dizer, e já o disse através de Arminio Fraga, que faria de forma mais intensa.
Adotar o projeto derrotado e dizer que foi o vencedor, que foi o que o povo escolheu, é muita "cara de pau", mas continuará sendo a grande marca. No seu segundo mandato mais do que no primeiro.
Reforça essa posição quando diz para não aceitarem e combaterem as versões e boatos dos outros, da oposição. Só valem as versões oficiais. Todos devem estar alinhados às versões oficiais. Devem combater os boatos maldosos dos outros. Precisam defender as versões governamentais. Se tiverem alguma dúvida, consultem o João Santana, o Ministro oculto, mas presente o tempo todo.
Ela não deverá se expor muito. Só vai se pronunciar em grandes eventos montados, para apresentar uma peça do marketing político. Com todas as armadilhas perpetradas por João Santana, para ter a reação da mídia no sentido desejado. Nos próximos meses e talvez ano, o céu estará sempre com balões de ensaio.
Em paralelo, ocorreu em São Paulo, um caso típico desse processo: planejado ou não.
Um diretor da SABESP, com tempo suficiente para se aposentar, fazendo todas as ressalvas possíveis, disse que em teoria, para reduzir o consumo em 15 m3 por segundo, seria necessário um rodízio de 2 x 5. Ou seja, dois dias com água e cinco sem, durante a semana. Foi uma mera conta teórica.
A mídia não teve dúvida: difundiu que vai ter racionamento rigoroso. Ninguém, oficialmente, disse isso. Mas é a versão que irá prevalecer, para aflição da população e incentivar as medidas de redução e reuso da água.
Nada mais que um balão de ensaio para "ver se pega".
Se pegar não vai ter racionamento compulsório. Se funcionar o Governador vai dizer que evitou o racionamento. Se não funcionar, vai dizer que alertou a população com antecedência e foi obrigado pela falta das chuvas em cima do Cantareira.
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