O Ministério designado por Dilma, mantendo os 39 Ministros, com múltiplos loteamentos políticos tem jeito de ser um Ministério Tampão, para enfrentar uma dupla turbulência: a chegada das ondas do tsunami da Operação Lava-Jato no Congresso e as medidas efetivas de ajuste das contas públicas e seu impacto sobre os trabalhadores e os mais pobres.
O loteamento entre os partidos da base aliada no Congresso Nacional precisa atender o PMDB do Senado e o PMDB da Câmara e os diversos partidos menores. No Congresso a Presidente precisa tentar evitar dois movimentos em que, de momento ela está em desvantagem, dai a amplitude das concessões: a Presidência da Câmara com Eduardo Cunha, em vantagem, e a formação de CPIs da Petrobras que poderá atingi-la pessoalmente. Os principais malfeitos, ora evidenciados, foram realizados quando ela era a Presidente da Conselho de Administração. O maior risco dela é ser implicada nos processos nos EUA, com repercussão no Brasil.
As ondas da Operação Lava-Jato irão derrubar muitos políticos e alguns partidos, principalmente o PP. Dilma terá que recompor a sua base, contando com os novos partidos. No momento, ela tem que contentar ambos.
Por outro lado ela tem que gerir o loteamento entre as diversas facções do PT. Tem que manter múltiplas Secretarias com nível ministerial, mas aquelas nunca estão satisfeitas. É uma disputa feroz pelo Poder e, principalmente, pelos cargos e respectivos salários.
O risco de rebelião dos congressistas do PT era mínimo, porque a própria Dilma mantinha vivo um inimigo figadal que era o neoliberalismo representado pelos Governos FHC e significaria a volta ao passado. Na medida em que Dilma teve que aceitar uma equipe econômica de formação neoliberal, ela perdeu o inimigo que ainda unia as facções petistas. Terá que inventar um novo inimigo para restabelecer a união petista. Inimigos da Petrobras, que tenta criar, pode ser insuficiente.
Terá ainda que levar um tempo para o quadro se consolidar. Ai vai formar o Ministério definitivo, ainda que com muito sofrimento.
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