Os primeiros dias do segundo mandato de Dilma Rousseff indicam que ela não irá mudar o seu estilo de governo, que foi um meio desastre no primeiro mandato. Não foi um desastre total, porque apesar dos equívocos conceituais e estratégicos, dos erros ocasionais e das incompetências gerenciais foi reeleita, ainda que com pequena margem de votos.
A intempestiva desautorização das declarações do novo Ministro do Planejamento sobre a fórmula de reajuste do salário mínimo, mostra de um lado o estilo autoritário, mal educada ("casca grossa") e impaciente da Presidenta. Dá a bronca em público, humilhando o subordinado. Se não o fato real, a versão que prevaleceu foi de "espinafração". Um Ministro com alguma dignidade teria, de imediato, entregue o cargo.
Já no segundo dia, Dilma respondeu às duvidas sobre a autonomia do trio das autoridades econômicas na condução da política econômica do novo Governo: não vão ter.
Joaquim Levy ainda não assumiu o cargo. Tem o fim de semana para refletir se vale a pena, depois da "bronca" da Presidenta.
O outro lado da moeda é mais grave. O trio econômico foi designado no começo de dezembro e teve todo o mês para estudar a situação e definir as bases da estratégia em relação à economia do próximo governo. O mecanismo de reajuste do salário mínimo é uma das "pedras fundamentais" dessa estratégia, dentro da concepção, reiterada pela Presidente, nos seus discursos: um ajuste na economia, sem prejudicar os trabalhadores e os "que mais precisam".
A fórmula atual é criticada por diversos economistas, principalmente os da linha néoliberal, por se caracterizar como uma indexação. Como tal realimenta a inflação.
Mas o próprio candidato derrotado manifestou-se favorável à fórmula, garantindo ganhos reais aos trabalhadores. Mas com a estagnação do PIB, nos últimos anos, o ganho será pequeno em 2016 e praticamente nulo em 2017.
Por essa razão, o próprio Governo vinha estudando novas fórmulas para manter um índice significativo de ganho real do salário mínimo.
O trio formulou novo modelo e não discutiu ou conversou com a Presidente? Ou conversou, não chegaram a uma solução e Nelson Barbosa se precipitou: "pisou na bola"?
De toda forma, a reação impulsiva da Rainha Dilma, mostra que ela só piorou no seu estilo pessoal.
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domingo, 4 de janeiro de 2015
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